cap 9- o que vamos fazer?

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Quando ele começou a atirar, gritei para o Felipe correr e saímos correndo, pulando atrás de um grande cano de ferro que tinha ali, o som dos tiros, os movimentos de todos, tudo parecia estar em câmera lenta, por um momento parecia que o helicóptero tinha ido embora, mas ele deu a volta e continuou atirando, puxei Felipe pelo braço e nos escondemos embaixo de uma construção de concreto, imagino que seja a caixa de água do local, olhei pra ver o que estava acontecendo e vi quando o helicóptero se enrosco em um fio solto que tinha ali e perdeu o controle, caindo sobre o terraço aonde estávamos, então várias pessoas saíram de seus esconderijos e foram rumo a porta gritando, quando vários dos nativos apareceram na porta com metralhadoras, atirando pra todo lado, o helicóptero caído não deixava eles nos verem, mas isso duraria pouco tempo, saímos dali e nos escondemos atrás de uma saída de ar grande que tinha um pouco depois do helicóptero.
-Felipe: Samanta, nós vamos ter que ir para aquela cobertura ali- eu olhei, dava cerca de 2 metros de distância da onde estávamos.
-Samanta: vc tá louco? Tá muito longe.
-Felipe: eles vão nos matar se continuarmos aqui, ele tá distante, mas tá um pouco abaixo, se pular da certo cair lá em cima.
-Samanta: tá, mas e se lá tiverem mais pessoas querendo nos matar?
-Felipe: esse é um risco que vamos ter que correr, eu só sei que agora, temos que sair de perto deles, antes que eles nos matem.
-Samanta: e como vc acha que vamos conseguir ir pra lá?
-Felipe: pulando obviamente.
-Samanta: as crianças não vão conseguir pular.
-Felipe: vc pula primeiro, aí eu jogo os meninos, um de cada vez e então eu pulo atrás.
-Samanta: isso é loucura Felipe, não vai dar certo.
-Felipe: vai dar certo sim, vc consegue, olha sobe aqui, pega impulso e pula- ele disse se referindo a uma parte mais elevada no térreo, subi no msm e peguei certa distância da beirada.
-Matias: não tia, não pula- os meninos tentaram me segurar, mas Felipe os pegou.
-Felipe: não, parem com isso, ela consegue- respirei fundo e peguei impulso, sai correndo o mais rápido que conseguia, mas não tive coragem de pular, parei na beirada e quase cai lá embaixo.
-Samanta: não vai dar, eu não consigo Felipe.
-Felipe: olha pra mim, vc consegue, vc tem que pular, ou vamos morrer aqui em cima.
-Samanta: e seu eu cair?
-Felipe: a queda a grande, muito provavelmente vc vai morrer, mas todos nós vamos morrer se vc não tentar- adorei e olhei para os meus sobrinhos que estavam chorando olhando pra mim
-Felipe: vc tem que ir Samanta, ou vamos morrer.
-Samanta: para de gritar cmg Felipe, que porra, eu tô com medo- então dei alguns passos pra trás e peguei distância da beirada, comecei a correr, pegando impulso suficiente e pulei, cai no outro terraço rolando, batendo os joelhos no chão, machucando os msm, a dor era tanta que eu fiquei no chão um tempo apenas gemendo com a dor imensa a qual estava sentindo.
-Felipe: vc tá bem? Samanta vc tá bem? Me responde.
-Samanta: tô- eu disse me levantando.
-Felipe: tá, vou mandar o Davi se prepara- Felipe pegou Davi no colo e o colocou em pé no para peito do terraço, eu só conseguia ouvir os tiros dos nativos matando os americanos.
-Davi: não eu não quero ir, eu não quero que vc me jogue junto com a titia.
-Felipe: não, relaxa, só fecha os olhos, eu não vou te jogar.
-Davi: vc deixou o Bob pra trás.
-Felipe: eu te compro outro Bob.
-Davi: eu não quero outro Bob.
-Felipe: e o que vc quer?
-Davi: eu quero um cachorrinho.
-Felipe: tá bom, então eu vou te dar um cachorrinho.
-Davi: eu quero um Bulldog.
-Felipe: e qual vai ser o nome do seu Bulldog?- Antes dele responder, Felipe jogou Davi, parecia que ele vinha em câmera lenta, conseguia ouvir seu feito de desespero, graças a Deus eu o peguei,  cai de lado no chão, apesar dele ser pequeno, o impacto foi grande, acabei ralando todo o meu braço com isso e parte da minha perna, péssimo dia pra se estar de short e regata, Felipe se virou pra pegar Matias e eu me levantei, abracei Davi e dei um beijo em sua testa, ele estava sem nenhum arranhão, eu amorteci a queda dele.
-Felipe: vem Matias.
-Matias: não- ele saiu correndo, mas Felipe correu o e segurou.
-Felipe: Matias vc tem que ir para aquela cobertura, ou eles vão te matar.
-Matias: não- Felipe pegou ele no colo e ia jogar ele, mas Matias segurou em seu pescoço, mas com a força que Felipe havia feito para o jogar, ele foi puxado pra frente e escorregou, caindo pra frente, segurou no braço de Matias que estava pendurado no prédio e Felipe deitado tentando o puxar pra cima.
-Samanta: segura, por favor segura ele.
-Felipe: vem Matias, segura em mim- um americano que estava próximo a nós viu a cena e veio ajudar, então conseguiram puxar Matias pra cobertura novamente, Felipe então se abaixou e olhou em seus olhos.
-Felipe: escuta Matias a gente quase morreu agora, quando eu falar pra vc fazer alguma coisa e pra vc fazer ta ouvindo?
-Matias: eu tô com medo.
-Felipe: eu sei que vc tá com medo, eu tbm tô com medo, mas se ficarmos aqui vamos morrer, eu tô tentando salvar sua vida, vc pode cooperar por favor?
-Matias: não, eu tô com medo.
-Felipe: vai ficar tudo bem tá bom? Fecha os olhos.
-Matias: não- Felipe tirou o cinto que estava usando e colocou em volta de Matias, prendendo seus braços junto ao corpo, para que não o segurasse novamente.
-Matias: naaaaao- mais barulhos de tiros começaram, olhei pra cima e estavam matando as pessoas que haviam subido na caixa d'água, Felipe então pegou Matias no colo o segurando deitado.
-Felipe: vai ficar tudo bem tá bom?- então ele pegou impulso e jogou Matias pra mim, ele gritava muito, o peguei e vai de bunda no chão, Matias me agarrou, me abraçando com força.
-Samanta: tá tudo bem meu amor, a titia tá aqui tá bom? Já passou- fiquei em pé e abracei os dois, então olhei pra cima e Felipe pegou impulso e pulou, ele caiu de lado, rolando no chão.
-Samanta: tá tudo bem? Vc tá bem?
-Felipe: tô- ele disse se levantando, fomos para trás de uma construção que tinha ali em cima, quando o americano que nos ajudou foi pular tbm, um dos nativos atirou nele e o matou, paramos e vimos que eles estavam nos olhando, então por algum motivo ele levantou um banner com fotos minhas e de Felipe, então atirou em nossa direção, mas nos escondemos atrás da construção.
-Felipe: tá todo mundo bem?- os meninos fizeram que sim com a cabeça
-Samanta: tudo, tudo- vimos uma porta a qual deduzimos que daria acesso ao prédio ao qual estávamos, mas estava trancada, então Felipe começou a chutar a msm.
-Felipe: o meu Deus, nos ajuda meu pai- por mais que ele chutasse a porta não abria, coloquei a cabeça pra ver como estavam as coisas e quase levei um tiro, Felipe foi até a beirada do prédio.
-Felipe: da pra descer por aqui- disse se referindo e uma barra de ferro que tinha ali, para irmos pro andar de baixo.
-Samanta: tem certeza?
-Felipe: tenho, vamos lá- ele então foi e desceu escorregando pela barra, que parecia com aquelas barras de bombeiros.
-Felipe: beleza, me passa os meninos- então desci Davi pra ele.
-Felipe: pronto peguei ele, pode soltar- soltei e peguei Matias, o descendo lentamente tbm, Felipe o pegou, então comecei a descer, senti as mãos de Felipe em minhas pernas, me dando apoio para não cair.
-Felipe: isso, pode vim, eu te peguei, fica calma- acabei de descer e Felipe me segurou pela cintura, me puxando pra dentro, era como uma varanda que tinha ali, olhei pelas grandes janelas de vidro e tinham vários nativos trabalhando como loucos lá dentro, então me abaixei e puxei os meninos pra baixo.
-Samanta: se abaixem queridos, se abaixem- Saímos engatinhando e nos encostamos na parede, nos sentando no chão.
-Felipe: eai? Tá tudo bem?- disse pegando no meu braço, vendo os cortes no msm.
-Samanta: aaaai, aaaii, tá tudo bem.
-Felipe: nós vamos sair dessa tá bem?
-Samanta: eu sei.
-Felipe: Matias tá tudo bem?
-Matias: Aram tá sim.
-Felipe: Davi tá tudo bem?- ele ficou em silêncio, passei a mão em seu cabelo.
-Samanta: tá tudo bem querido?- ele continuou sem responder.
-Felipe: responde Davi, tá tudo bem?
-Davi: eu quero ir pra casa.
-Samanta: eu sei- ficamos em silêncio e dava pra ouvir a sirene que originalmente era pra alertar sobre furacão, avisando sobre essa chacina que estava acontecendo.
-Matias: tia conta a história de quando eu nasci?
-Samanta: agora não querido, depois tá bom?
-Davi: tô com fome.
-Felipe: mais que coisa, eu tô com vcs.
-Matias: não foi engraçado.
-Felipe: eu não sou engraçado, sou o tio Felipe.
-Matias: não foi engraçado.
-Davi: eu te acho engraçado.
-Felipe: e é por isso que vc é meu favorito- ele deu um beijo na cabeça no msm.
-Matias: que maldade.
-Felipe: quer dizer, os dois são meus favoritos- ele falou dando beijinhos na cabeça de Davi.
-Matias: tio Felipe- comecei a rir da situação, era incrível que msm com tudo o que estavamos passando, Felipe ainda conseguia me fazer rir, ele então puxou Matias e deu um beijo em sua cabeça tbm, ouvimos um barulho estranho, então Felipe ficou em pé e olhou lá pra baixo.
-Samanta: abaixa, abaixa, abaixa- disse com medo de alguém lá dentro estar armado e atirar nele.
-Felipe: a gente tem que sair daqui.
-Samanta: o que?
-Felipe: tem um tanque lá em baixo- ele foi até a janela e a quebrou usando o cotovelo, ele pulou a msm e pegou Davi e Matias os pulando pela janela tbm, eu fui logo atrás, corremos o mais rápido que conseguíamos, mas eles atiraram, acertaram em cheio aonde estávamos, então escombros começaram a cair e caímos no chão, ficando tudo escuro de repente...

*Continua*

É isso galera, 500 comentários e eu posto o próximo cap, é com vcs! Bjs

Femanta- Seria Tudo Um Sonho? 3° Temporada.Onde histórias criam vida. Descubra agora