Cap 66 Especial

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  Seis meses depois. 

   Meu nome é Joseph August, tenho vinte e sete anos, sou gay, me assumi quando  consegui minha estabilidade financeira e completei vinte anos.

  Família tradicional italiana, eu tinha certeza que não seria aceito, mas minha mãe me surpreendeu totalmente ao dizer que independente de qualquer coisa eu ainda seria seu filho. Meu pai me deu um abraço e disse que me amava, mas temia o mundo lá fora não me aceitar e que acima de tudo dentro de casa eu teria apoio, amor e colo, sempre.

   Confesso que tudo aquilo me pegou de surpresa, eu esperava ser expulso de casa, mas fui acolhido. Mesmo assim eu queria minha independência, conhecer novos lugares decidi vir para o Brasil e iniciar minha faculdade de estética, na época eu tinha uma conhecida aqui no Quimera que me arrumou uma casa então vim morar aqui.

  Meus pais atualmente moram na Itália, já estou aqui há cinco anos e desde que me mudei iniciei uma amizade com Gustavo, nunca o olhei de forma diferente até o jogo da garrafa na casa da Yarin.

   Sabe quando o beijo encaixa perfeitamente? Foi exatamente o que aconteceu entre nós, depois disso começamos a sair na encolha sem ninguém saber e agora estamos noivos, casamento marcado, parece um sonho, encontrar alguém que é tão parceiro meu. Minha mãe ficou simplesmente encantada com ele quando o conheceu e foi simplesmente um grande alívio.

— Mama, eu marquei esse jantar para apresentar o Gustavo, meu noivo. — Segurei a mão dele por cima da mesa enquanto esperava que os meus pais falassem alguma coisa. Assim que o relacionamento com Gus se tornou sério eu os chamei ao Brasil para o conhecer.

— Meu Deus, como ele é lindo né? Filho, como assim noivo? Quando se conheceram? Eu tenho tantas perguntas. Vocês vão me dar netos? — Ela falou toda empolgada nos abraçando e meu pai teve que intervir.

— Calma, mulher, eles vão nos contar tudo aos poucos, paciência. E os seus pais Gustavo? — Meu pai fez a pergunta que eu tanto queria evitar.

— Papa, os pais do Gus morreram quando ele era criança. Gustavo é órfão.

— Dio mio, me desculpe querido, mas nos contem como se conheceram quem fez o pedido? quando vão casar?

    E assim os meus pais aceitaram nosso casamento e insistiram em pagar por tudo. Iríamos fazer uma coisa simples, mas eles fizeram questão de fazer algo maior, minha irmã veio da Itália dias depois com os meus sobrinhos e a minha nona que também se encantou com o Gus.

    No início eles ficaram com medo porque eu moro no Quimera, mas depois que a Yarin me obrigou a levá-los em um jantar na casa deles, minha nona se enfiou com os chefes e tão tudo chamando ela de nona também. A velhinha virou a sensação no morro no meio dos traficantes.

— Filho, que carinha tensa é essa? — Minha mãe perguntou na entrada do salão onde finalmente vamos nos casar.

— Estou tão nervoso. — Respondi enquanto esperava que todos entrassem.

— Vai dar tudo certo meu lindo vocês se amam e isso é tudo o que importa.

    Segurei em sua mão firme quando chegou finalmente nossa vez de entrar. Segui com minha mãe no salão de festa aqui no Quimera, mesmo com várias pessoas conhecidas  nos apoiando. A maioria do tráfico, digamos que minha amizade com a dona da porra toda trouxe muita gente envolvida pro nosso convívio.

    Se há um ano atrás alguém falasse isso eu jamais acreditaria que seria amigo do Coringa, o tão temido Coringa, digamos que antes da Yá ele não era essa coisa fofa toda, ultimamente o povo tá temendo mais ela que ele, mas antes errou era cobrado da pior forma possível. Ele não tinha dó de ninguém, e isso mantinha todos longe e com medo.

    Sinto um aperto da minha mãe no meu braço me trazendo a realidade aqui e agora e finalmente chegamos ao altar improvisado. Após um beijo da minha mãe, eu pego a mão do Gus que está vestido em um lindo terno champanhe, realçando ainda mais seus músculos, eu estou usando um da mesma cor.

— Estamos aqui hoje para celebrar essa linda união, entre duas pessoas que se amam acima de tudo, Joseph e Gustavo. — A juíza começou falando e todos sentaram para assistir a cerimônia que parece durar uma eternidade.

— É de livre e espontânea vontade que você Joseph casa com Gustavo? — Ela chega finalmente à grande pergunta.

— Sim. — Respondo enquanto olho nos olhos do loiro mais lindo do mundo.

— E você Gustavo, é de livre e espontânea vontade que aceita Joseph como seu marido e companheiro para a vida toda?

— Sim.

— Sendo assim, eu os declaro marido e marido, podem se beijar. — Vejo o brilho em seus olhos e tenho certeza que ele vê toda a felicidade que estou sentindo nesse momento. Nos beijamos ao som de palmas seguidas por fogos e quase pensei ser invasão.

— Eu te amo. — Ele disse e deu um beijo na minha testa.

— Te amo.

   Saímos finalmente do altar e fomos cumprimentar de mesa em mesa as pessoas até chegarmos na mesa que só tinha envolvido. Até de outras comunidades tem chefes aqui.

— Eu iria deixar para entregar meu presente quando vocês chegassem da lua de mel, mas estou ansiosa. — Yarin falou depois de um longo abraço.

— Nem me fale, eu tô louco de curiosidade. — Desde que avisamos estar noivo ela fala sobre esse tal presente.

— Aqui. — Pego a pequena caixa preta de sua mão e abro encontrando um chaveiro com algumas chaves e fico sem entender.

— Como os dois não tem uma casa, eu decidi dar uma vizinha da nossa, lá na rua que estão construindo.

— Patroinha do céu, na rua dos chefões? Amor, olha isso. — Abraço o Gus que me gira no ar, caramba uma casa tem um presente melhor?

— Eu mandei uma arquiteta decorar já está pronta quando vocês chegarem da lua de mel já podem se mudar. — Ela fala e fico emocionado com tamanho amor e carinho.

— Nem é uma lua de mel, vamos passar o dia e a noite em um hotel hoje. — Gus fala.

— Agora é uma lua de mel. — Coringa entrega um envelope e eu tomei da mão do Gus para ler. São passagens e check in de um hotel no... — Isso mesmo, caribe. Esse é meu presente, uma semana com tudo pago, inclusive as passagens e o motorista particular. — Coringa falou me deixando sem palavras.

— Eu nem sei o que dizer, valeu mesmo parceiro. — Gus dá um abraço meio sem jeito.

— Eu sei, obrigado chefinhos. — Falo e abraço os dois batendo palmas.

     Depois do jantar finalmente saímos do morro em direção a pista de pouso clandestina do Coronel. Foi o presente dele, o jatinho particular para nos levar e trazer e o motorista com o carro particular no Caribe.

— Eu estou tão ansioso.

— Nem me fale, parece que estamos sonhando amor. — Abraço o Gus e vamos juntinhos para a tal pista.

    Eu não poderia estar mais feliz, casado com um homem incrível, minha família do meu lado, os melhores amigos do mundo. Minha vida está simplesmente incrível.

— A nós. — Gus brindou comigo o champanhe extremamente caro que estão nos servindo no jatinho.

— Que essa seja a primeira de muitas viagens juntos. Te amo. — Beijo o loiro lindo à minha frente, me sentindo o homem mais feliz do mundo. 






A Primeira Dama do CrimeOnde histórias criam vida. Descubra agora