Cap 84

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Arlequina alisou a barriga de oito meses enquanto olhava pela milésima vez o hacker tentar achar o filho, estava uma pilha de nervos por não conseguir solucionar o sequestro, não tinha recebido sequer um contato de quem o sequestrou a desgraçada da enfermeira simplesmente havia sumido nenhum sinal dela, nada.

A garota sabia que esperava uma menina, mas não teve direito de comemorar ou ter festa, o que era para ser o momento mais feliz de sua vida se tornou o pior, um verdadeiro inferno, o filho não está ao seu lado tornava sua vida sem sentido e o bebê em sua barriga era a única coisa que a mantinha viva.

— Eu não aguento mais essa aflição, ela não tem como ter evaporado assim, este morro tem milhares de câmeras como que nenhuma viu o carro em que ela saiu com meu filho? E como que ninguém descobriu quem está por trás desse inferno na minha vida? Essa mulher não pode simplesmente ter evaporado. — Levantou exasperada ao perceber que ninguém tinha uma resposta.

Coronel perdeu a sede da máfia, mas conseguiu recuperar com a ajuda de Arlequina em dois dias, a garota entrou no lugar e simplesmente tomou de volta o tal chefe não estava no local e ninguém ficou vivo para falar a respeito, já que ela estava no auge do seu ódio, e ninguém conseguiu descobrir quem estava por trás de tudo e como que a enfermeira sumiu sem deixar rastros.

— Você tem razão, ela não tem como ter evaporado, todo esse tempo estamos procurando um carro, mas e se ela não usou um? — O hacker passou a digitar em seu computador enquanto todos aguardavam.

— Amor, você precisa se acalmar princesa. Pensa na bebê, come algumas dessas frutas e senta um pouco. — Respirou fundo frustrada, mas acabou cedendo e sentando.

Os pés inchados e a dor constante na lombar eram sinais de que estava prestes a dar a luz, mas decidiu omitir de Isabella que estava a todo tempo no Quimera para ser um suporte e como a gravidez era de risco se a médica soubesse disso já a teria internado, mas sua missão era ter os dois filhos no dia do parto e não iria deixar ninguém atrapalhar.

— ACHEI! — Gritou assustando a todos — Como eu nunca pensei nisso? Ela não saiu do morro, a filha da puta, desgraçada, está bem aqui, debaixo dos nossos olhos — comemorou deixando todos irritados por não entender o que ele estava falando.

— Se eu tiver que arrancar a informação de você, será com dor — Arlequina avisou.

— Ela não saiu do morro, todos esses meses estamos procurando e vasculhando nas câmeras por ela dentro de um carro, só que ela não saiu em um carro, ou melhor, ela não saiu, está escondida do outro lado e para seu completo azar a rua tem uma câmera e todo esse tempo estamos filmando ela, está diferente, mas com o reconhecimento fácil não teve como escapar. — Mostrou a câmera em questão no computador e passou a digitar e como um passe de mágica recuperou as câmeras do dia da invasão.

Yuri a levou até uma rua mais em cima de onde estavam acontecendo as invasões, Anthony, irmão de Coronel aparece atrás dele nas filmagens e acerta ele com uma coronhada, e logo em seguida leva a enfermeira com ele, em outra filmagem é mostrado quando ele deixa a garota em uma casa do outro lado do morro e logo em seguida Thiago é entregue a ela.

As câmeras mudam e passam a mostrar o dia a dia em velocidade rápida a garota que antes era ruiva, agora usava uma cabelo longo e preto que lembrava muito o de Arlequina, outra coisa chamou atenção por se repetir todos os dias, um vapor entra na casa com sacolas a noite e no outro dia de manhã sai como se morasse no lugar.

— Muda as câmeras para as daqui da boca — Arlequina sussurrou ao hacker que fez o que ela ordenou e mostrou o sistema de segurança do local e para surpresa de zero pessoas o rapaz estava sentado ao lado da porta em que eles assistiam a tudo. — Eu não consigo entender como essa desgraçada sumiu sem deixar rastros, você acabou de dizer que ela estava aqui no morro como que não sabe onde ela está? — Arlequina passou a falar alto enquanto observava pela câmera o rapaz se aproximar da porta.

— Patroa, eu não sei como ela sumiu, juro que vou continuar procurando. — O hacker entendeu onde a garota queria entrar e decidiu ajudar no plano.

— Já chega! Eu vou para casa descansar e amanhã vou revirar esse morro para encontrá-los. — Falou alto e viu quando o rapaz correu para a entrada da boca. — Vamos fingir que estou indo embora assim que ele sair para casa vamos o seguir, vou buscar meu filho hoje. — Avisou a todos que estavam na sala.

E como combinado, se levantou e foi em direção a porta. Coringa entendeu e a seguiu, passaram pelo vapor que fingia está alheio a todos a sua volta e seguiram para casa, o rapaz os observou de longe esperou alguns minutos e logo foi embora, a verdade é que tinha escutado partes da conversa e sabia que já estavam desconfiando que a enfermeira estava no morro.

Subiu em sua moto e fez o trajeto até o outro lado do morro onde morou boa parte da vida com sua avó já falecida e o lugar em que dividia com a ruiva e a criança, olhou o retrovisor e logo parou em frente a casa quando se certificou de não está sendo seguido, abriu a porta com a chave e logo a fechou encontrando Maysa gritando com Thiago que chorava sem consolo.

— Tá gritando com ele porque maluca? — Andou até a criança e a pegou no colo balançando fazendo se acalmar.

— Eu não sei onde estava com a cabeça quando aceitei me enfiar nesse inferno, quase um ano enfiada nessa casa com esse moleque pedindo a mãe e me desrespeitando o dia inteiro, eu queria o pai não um moleque catarrento. Ainda por cima estou aqui presa escutando as lorotas daquele imbecil que vive dizendo que vai matar aquela desgraçada, não sei porque eu tenho que esperar ela parir, vai ser mais uma praga pra mim criar. — Cuspiu as palavras irritada fazendo Mário o vapor a olhar irritado.

— Cara, você é completamente louca quer saber? Eu vou resolver essa merda agora antes que eu me foda ainda mais. — Aproveitou que estava com a criança nos braços e saiu da casa sem dar chances de Maysa pensar no que ele estava fazendo.

Sabia que iria morrer no momento em que Arlequina soubesse que ele escondeu a garota por tanto tempo em sua casa, mas não teve muita escolha quando Anthony levou sua filha de três anos e sua esposa como reféns tinha ciência de que não tinha escolha, mas seria um homem morto ao final de toda essa confusão, e no fundo decidiu não se importar desde que sua família ficasse viva no final.

— O que você está fazendo, seu imbecil? — Maysa gritou saindo da casa e foi surpreendida pela arma em sua nuca, levou alguns segundos para perceber Arlequina segurando o filho, Luan com uma arma na cabeça de Mário e para seu azar um Coringa super irritado com ela em sua mira.

— Leva os dois para a salinha. — Arlequina avisou e dois vapores os levaram em meio aos gritos de Maysa. — Oi meu amor, você sentiu saudades da mamãe? — Perguntou beijando a criança que sorriu ao perceber a mãe e o pai em sua frente.

A felicidade tomou conta da garota aí ver o filho, parecia um sonho que finalmente iriam ter um pouco de paz.

— Vamos levar você para casa. — Coringa apenas a acompanhou feliz por ter encontrado o filho.

Entraram na casa com a criança em seus braços e a família vibrou em meio a lágrimas e beijos na criança, todos estavam extremamente felizes por ter a criança de volta.

— O que você vai fazer com Maysa? — Coronel questionou.

— Primeiro eu vou buscar teu irmão, depois vamos resolver o problema dos três. — Coronel sabia que Anthony cavou sua sepultura, mas sinceramente sabia que não iria ficar feliz em vê-lo morto. 

A Primeira Dama do CrimeOnde histórias criam vida. Descubra agora