Cap 90

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Coringa descia o morro tranquilamente em sua última ronda como chefe do morro, em poucas horas seria o momento de sua aposentadoria e iria passar a coroa para Luna, o plano era sair em viagem com a esposa e alguns amigos, seria uma volta ao mundo em um ano.

Ao passar no beco da rua dez, decidiu cortar caminho e entrou surpresa mesmo foi ao encontrar Luna em uma discussão acalorada com Rafael, filho de Terror e futuro dono do Complexo do Bambaré.

— Bom dia, crianças. — Parou a moto ao lado do "casal" que se viraram assustados ao notar a presença dele.

— Oi, papai. — Luna era uma garota completamente forte e durona, capaz de matar e torturar qualquer pessoa, mas quando se tratava da família sempre era aquela garotinha que Coringa corria atrás para fazer cosquinhas.

— Eae Coringa. — Rafael falou tentando arrumar a blusa que estava toda desgrenhas de tanto que Luna puxou quando estava o estapeando. A verdade é que os dois sempre foram apaixonados, mas na hora de firmar compromisso Fael sempre deu pra trás por ser muito novo, queria curtir a vida.

— Algum problema aqui? — Coringa questionou ao ver o rosto de Luna molhado e o de Fael arranhado.

— Não papai, só estávamos conversando.

— Se você diz, sobe aí que tua mãe tá esperando a gente pro almoço. — A garota até queria questionar, mas subiu na moto obedecendo ao pai enquanto Fael ficou completamente frustrado por não terminar a discussão, como tinha sido convidado para o tal almoço de despedida decidiu dar uma volta antes de seguir para a casa de Coringa.

Por outro lado, o Coringa entrou em casa completamente irritado, sendo seguido por Luna.

— Algum problema? — Yarin perguntou ao ver os dois com a cara emburrada.

— Tua filha que agora deu para virar marmita de bandido.

— Pai! — A garota ficou horrorizada ao ouvir as palavras do mais velho.

— Pai nada, eu te criei para ser o que você quisesse, sempre te apoiei tenho maior orgulho de você, estou deixando todo o meu legado em tuas mãos, agora você virar marmita do Fael, francamente Luna. Te valoriza mulher, dezoito anos na cara e tu se humilhando atoa.

— Pai, ele não está pronto para um relacionamento e eu não sou marmita de bandido, quando estivermos prontos vamos assumir.

— Sabe quando vai ser isso? Nunca. Virou marmita sim, Fael tras puta pra baile no teu morro, quando tá afim ver te agarrar dentro de carro, de beco, tu acha que ele vai te assumir como mesmo? O cara te tem a hora que quer, sabe o que eu sempre admirei na tua mãe? A postura. Ela nunca foi de render ou ficar no pé, eu que tinha que correr atrás não o contrário da um gelo nesse otário, dá pra outro na frente dele acorda pra vida garota. — A morena até queria contestar, mas o pai tinha razão e isso era o que mais doía nela.

— Tá bom, já chega. É nosso último almoço em família antes da viagem e eu não quero um clima chato, então os dois para a mesa. Luna, eu nem preciso te falar nada, você já sabe minha opnião. — Se tinha uma coisa que Yarin se tornou era uma excelente mão, mas já tinha dito à filha que o relacionamento com Fael não era uma coisa benéfica para ela, pelo menos não nesse momento.

A família se reuniu no quintal como uma despedida, os pais iriam viajar, Luna ficaria no comando do morro e da facção, Lara assumiria os pontos de droga e armas da mãe, Yuri assumiria as empresas já que ao contrário das irmãs quis ir pelo caminho da honestidade junto com Thiago que se formou em direito e trabalhava no hospital com Emanuella filha de Camila e Breno.

Nicolas, filho de Letícia e Luan, assumiria o posto de gerente e braço direito de Luna. Laura filha deles trabalhava na rede de salões na parte administrativa com Yuri já o empreendimento de Yarin e Letícia se tornou uma grande rede de salões espalhados pelo Rio de Janeiro e São Paulo.

— Toma! Sua otária do caralho. — Coringa deu um tapa na cabeça da filha ao ver Rafael entrar de mãos dadas com Ana, uma patricinha que ele sempre tava se agarrando, Luna olhou para os dois e mesmo com o coração em frangalhos decidiu não deixar que isso a abalasse. — Eu proponho um brinde ao Fael e a falta de noção dele. — Coringa propôs quando todos já estavam reunidos, Luna levantou o copo e brindou se levantando logo em seguida para receber Enzo, um rapaz do asfalto que ela já tinha namorado e acabou se tornando uma amizade colorida. — Meu genro! — A cachaça entrou e a noção de Coringa saiu.

Luna decidiu curtir a festa e esquecer Fael, lá pelas tantas da tarde já estava completamente irritada pela agarração do "casal" e decidiu beijar Enzo que sempre foi louco por ela, Fael assistia a cena e não gostou nada, levantou e caminhou furioso até os dois acertando um murro no rapaz assim que o beijo se encerrou, a confusão foi formada, e todos tiveram que se meter, os adultos que já estavam prontos para partir acabaram tendo que se meter no rolo das "crianças" o problema mesmo foi quando o barulho de fogos foi lançado no céu, a notícia de que o comando do morro estava mudando atraiu a polícia no momento errado.

Mesmo a contragosto todos saíram para o confronto após deixar no cofre aqueles que não faziam parte dos corres do morro. Lunam assumiu o comando a mando da mãe, a invasão estava complicada e mesmo com a cabeça a mil e algumas gotas de álcool no sangue Yarin confirmou o que já sabia, Luna estava pronta.

— A partir de agora, o comando do morro está nas mãos da Baronesa do Quimera, nos vemos em breve. — A voz de Yarin se fez presente em todo o morro através do radio Luna que ainda não tinha um vulgo olhou para a mãe emocionada, Barão era o vulgo de Fael e isso significava que mesmo não gostando de como estava a relação dos dois Yarin ainda acreditava que podia dar certo, após uma breve despedida Luna viu os pais seguirem caminho na contramão da invasão. — Enfim, ferias. — Yarin falou no rádio antes de sumir completamente da vista da filha.

— Vamos pressionar esses putos, se eu tiver que fazer discurso em algum enterro amanhã eu vou matar vocês. — A voz de Luna trouxe a memória de Yarin no dia em que ela precisou assumir o comando de uma invasão. A mente como diversos flashbacks, fazendo os dois sorrirem enquanto seguravam a mão um do outro no jatinho particular que os levaria para um tour pelo mundo.

O dia no beco com Coringa baleado, a primeira vez dos dois, o dia em que ele a salvou de cair do penhasco, ali foi quando começou a história de amor deles, ali foi onde tudo deu início.

— Eles todos vão se sair bem, vai ter muita loucura, romance, choro, invasões, mas no fim vão ficar bem. Um brinde às nossas férias. — Isabella propôs emocionada enquanto o jatinho taxiava na pista, Grego decidiu ligar a JBL com a música que ele dizia ser a trilha sonora perfeita para o final feliz deles, todos estavam lá, Dk, Lis, Terror, Alana, Laura, Bruno, Zé, Caio, Carol, Ana, Pedro, L7, Leticia, Luan, Camilla, Breno, seria um ano de férias com os amigos que se tornaram familia...

E o nosso plano.

Que ontem á noite cê falou, quero saber

se ainda tá rolando...



                                                       Enfim, o fim....


Após quase dois anos finalmente eu consegui finalizar esse livro, quero agradecer a cada um de vocês por ter lido até aqui e ter me acompanhado mesmo com tantos altos e baixos, eu quero escrever sim o livro "A Filha do Crime", mas ele eu só vou postar quando finalizar Entre acordos e consequencias, eu retirei ele do perfil porque vou começar revisar para pode continuar escrevendo e finalizar, enfim. Por hora é isso, obrigado a cada um de vocês.

A Primeira Dama do CrimeOnde histórias criam vida. Descubra agora