Se dividiram nos carros como de costume, Yarin olhava através da janela enquanto Matheus e Luan resolviam algum problema do morro. Letícia, olhou para a prima e ficou preocupada.
— Você tá bem? — Segurou sua mão fazendo a garota olhar.
— Tô, sim, andei pensando, acho que Arlequina vai fazer um último serviço. — Voltou a olhar a praia através do vidro, não queria ter que fazer isso, mas sabia que o filho merecia justiça ou vingança depende do ponto de vista de quem vê.
— Tem certeza disso? — Letícia fica preocupada porque sabe que uma vez que Arlequina voltar dificilmente ela sai desse mundo.
— Sim, Ela me contou. — Disfarçou ao perceber que os dois curiosos estavam prestando atenção na conversa.
— Quem é Arlequina? — Luan pergunta.
— Uma amiga minha, Ln. — Fez pouco caso fugindo do assunto.
— Yá. Sem vulgo aqui. O Ln é Luan, Russo é Breno, nada de vulgo, estamos fora do morro, então sem proteção. — Matheus fala olhando pelo retrovisor enquanto dirige no fundo, ele tem medo de ser descoberto, óbvio que tem seguranças com eles.
— Ok.
— E essa tal Arlequina, trabalha com o quê? — Matheus pergunta visivelmente interessado.
— Vidas. — Letícia quase acabou dando uma gargalhada, mas o que Yarin iria dizer? Que Arlequina é sua outra personalidade com vários sinais de psicopatia? Além de seu vulgo no mundo do crime?
— Então ela é médica? — Luan pergunta e foi difícil as duas não rirem.
— Vocês podem se concentrar no que estavam conversando? — Perguntou fugindo do assunto.
— I... toda cheia de mistérios. — Ln responde voltando a conversar com o Matheus.
— Yá como ela vai encontrar? — Letícia pergunta preocupada.
— Tá na cabeça dela, Let. — As duas começaram a falar por códigos. Yarin jamais iria esquecer a voz e o rosto do assassino de seu filho.
— Tenho medo. — Letícia confessou.
— Não tenha vamos curtir a viagem, quando voltarmos irei ver isso. — Tranquilizou a prima já arrependida de ter tocado no assunto com ela porque sabia que iria deixá-la preocupada.
Estacionaram em um restaurante na beira-mar cadeiras de palha na cor tabaco, mesas de vidro, o mar como fundo fazendo o lugar se tornar incrivelmente lindo.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A Primeira Dama do Crime
RomanceApós uma difícil temporada na prisão, Yarin anseia por um recomeço no morro do Quimera. Ela quer desesperadamente deixar seu passado para trás e seguir em frente sem ser julgada pelo que já fez. No entanto, essa é uma tarefa árdua quando se trata do...