Capítulo 1

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⚖️ JULIETTE

— Tem certeza que é esse lugar, Mona ?

— Sim, Ju. Pelo que eu vi no google, é aqui mesmo.

Estávamos numa rua no centro de João Pessoa.

— Mas, esse predinho tá meio caidinho, não?

— Tô com medo, Ju. Acho que vou desistir.

— Nada disso ! Já que chegamos até aqui, vamos entrar.

Entramos no prédio meio capenga e logo fomos até a recepção.

O local onde iríamos, ficava no oitavo andar. A recepcionista nem olhou direito para nossa cara, só indicou onde ficava a escada.

Sim, escada. O prédio não tinha elevador. Eu já mencionei que iríamos no oitavo andar?

Depois de exatos 122 degraus, cinco paradas pra respirar e eu refletindo que talvez a ideia de voltar a academia não seja assim tão ruim, chegamos na salinha 88.

Logo na porta já era possível ler um cartaz enorme e cheio de avisos:

Madame Veveta 🔮
Diretamente da Bahia

🃏Leio o seu futuro nas cartas, borra de café e bola de cristal.

🃏Marque uma consulta e veja o que o futuro te reserva.

🃏Faço garrafadas para quase todos os males - de unha encravada à espinhela quebrada.

🃏Só não tenho remédio pra dor de corno, isso quem cura é música do Reginaldo Rossi.

🃏Resgata FGTS, cancela cartão de crédito e faz ligação de telemarketing parar de ligar.

🃏Não ajudo ganhar em jogos de azar e loterias e nem faço trabalho pra time de futebol levar o campeonato, prefiro ficar fora dessas coisas.

🃏Não trago o seu amor de volta, mas, te ajudo a arrumar um melhor do que aquele embuste.

🃏Não faço amarração e nem trabalhos. Mas, faço café e bolo de fubá de cortesia.

Venha me visitar

Ps. Satisfação garantida ou seu dinheiro de volta.

— Madame Veveta já vai atender vocês, por favor, me sigam - disse um moço vestindo uma túnica azul, com uma estampa de algum deus indiano ou egípcio, não sei ao certo.

Passamos por uma cortina de contas coloridas que fazia um barulhinho engraçado, a sala estava vazia e o moço pediu para que sentássemos e aguardasse a Madame Veveta.

Sentamos em duas cadeiras que estavam em frente a uma mesa coberta por um pano vermelho e que tinha ao centro uma bola de cristal iluminada, uns dois baralhos e alguns cristais. Era possível ouvir uma musica instrumental, bem tranquila, e todo ambiente estava preenchido por um aroma de rosas que exalava de um incenso.

— Recapitulando, Mona - eu disse num sussurro, sem nem olhar pra minha amiga — Por que mesmo viemos aqui ?

— Porque estou marcando o meu casamento com o Gui. E estou em dúvida a respeito de datas, mês e alguns pequenos detalhes.

Oxente, não vai me dizer que está em dúvida se ele é o amor da sua vida.

— Claro que não. Eu tenho certeza que é ele. Só estou em dúvida mesmo sobre o melhor período pra casar. Coisas de energia, sabe?

Destino ou Acaso ? (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora