Destino ou Acaso ? (EM REVISÃO)

Capítulo extra 1

⚖️ JULIETTE

— Amor, tu viu que a Iza mandou convites da estreia do espetáculo da Maluzinha? É em junho, perto do aniversário da Didi e nós poderíamos aproveitar e ir lá ver as meninas. Gael e Maya ainda estarão em aula, mas, podemos ver com sua mãe Selma pra ficar com eles uns dias. O que você acha?

Entrei tão distraída olhando para a tela do celular, lendo a mensagem que a minha cunhada mandou, que nem tinha percebido meu Adônis, sentado no sofá, meio pálido, com o olhar distante e segurando o telefone.

— Rodolffo, o que aconteceu ? Por que tu tá com essa cara estranha?

— Nossa Luazinha....

— O que tem a Diana? Eu vi que vocês estavam falando ao telefone. Ela te disse alguma coisa sobre o estágio? Está com problemas?

Perguntei um pouco aflita, pensando que talvez Diana tenha desabafado com o pai. Ela havia me ligado assim que tinha recebido o resultado do estágio e estava muito feliz, porém, meu radar de mãe logo ficou em alerta quando ela desconversou sobre o professor tutor dela. Diana me disse que estava um pouco receosa por ele ser famoso na área, eu entendi esse medo dela, mas, por via das dúvidas, vou consultar alguns amigos meus de São Paulo para saber mais sobre esse cabra.

— Diana te confidenciou alguma coisa? Fala, homi !

— Nossa garotinha cresceu, Juli — ele respondeu com uma cara sofrida e eu segurei uma risada vendo todo o drama de pai ciumento dele.

— E o que de tão impactante tu viu que fez tu perceber isso só agora, heim?

Ele respirou fundo, passou a mão nos cabelos, bagunçando aquele topete de lasanha que agora tinha uns fios brancos que dão um charme todo especial, me lançou um olhar, que ainda me faz me perder na imensidão dos seus olhos castanhos e respondeu com a voz manhosa, carregada naquele sotaque que eu amo.

— Nóooo... tem base não o que eu vi. Eu queria que a gente tivesse aquela função de desver. Credo.

— Eita mulinga, o que aconteceu de tão ruim assim? Nossa filha tá em perigo?

— Não...pelo menos acho que não — mais um suspiro longo — Assim que ocê falou do estágio, liguei para a nossa filha. A chamada tocou várias vezes e quando eu ia desligar achando que estava tarde e ela deveria estar dormindo, ela atendeu e apareceu na tela um calango agarrado nela e grudado nos beiços da minha Luazinha.

Não consegui segurar a risada e ele me olhou feio.

— É por isso que tu tá com essa cara?

— Uai, ocê queria que eu estivesse como? Não gostei do que vi não.

— Rodolffo, amor. Diana é nossa filha e você queria o quê? Ela é paqueradora igual a gente.

— Own, não fala assim, Juliette. O coração chega a acelerar, tô até tremendo. Óia procê vê — ele esticou as mãos e eu pude notar um tremorzinho de leve e eu ri do exagero dele.

— Calma, homi. Só tô mangando de tu, visse.

— Não consigo ter calma em saber que tem um estrupício grudado na minha luazinha.

— Mas Rodolffo, tu não pode sofrer por isso. Nossa Diana já vai fazer 19 anos e tá construindo uma vida linda, é inevitável ela se apaixonar. Assim como foi com a gente e será com o Gael, a Maya...

— Pópara, pópara. Eu sei que isso é natural, Juli. Mas o problema é que eu não tô perto para protegê-la. Tenho medo que um caboclo desses a machuque, faça ela sofrer. Lembra do Alê, aquele seu ex? Não quero que nossa filha passe por aquilo que ocê passou. Ninguém merece passar por tudo aquilo.