Destino ou Acaso ? (EM REVISÃO)

Capítulo 43

⚖️ JULIETTE

Estava no meu terceiro pedaço de pizza e Rodolffo me olhava surpreso.

— Eita que fome é essa, Bastiana? Credo.

— Deixa ela, Rodolffo.

— Uai, é que meia hora atrás ela tava botando os bofes pra fora e agora tá comendo que nem lima nova. Tem base?

— Cê tava passando mal, Ju? Quer algum remédio?

— Tava,  mas não se preocupe, Iza. Era só Rodolffo que tava cheirando a bode véio, que me deu  enjoo —  falei tirando o sarro dele.

— Own !

Izadora  gargalou e Maluzinha deu aquelas risadinhas de criança, colocando as mãozinhas na boca.

— Ocês param de rir de mim — ele falou fazendo bico

— Ô tadinho do mimadinho da mamãe — Iza falou apertando as bochechas dele.

Mas de fato, nem eu mesma estava me reconhecendo. Que apetite danado que eu tava! Nem parecia que eu tinha colocado tudo pra fora, meia horas atrás. Acho que fiquei muito atordoada com a presença do Alê e acabei tendo essa crise. Nota mental: se esses enjoos continuarem, procurar um médico para me receitar um remédio contra ansiedade. Urgente.

— Mamãe, será que alguém vai na minha festa? — Malu perguntou pensativa, enquanto brincava com um pedaço de pizza no prato.

— Mas é claro que sim, filha.

— Uai, minha piquizinha por que ocê acha que as pessoas não iriam?

Ela ficou pensando por alguns minutos.

— Talvez eles me achem meio chatinha e tagarela. E ninguém gosta de ir na festa de pessoas assim — falou baixando a cabecinha.

Nós adultos nos olhamos surpresos com essa postura da Malu. Rodolffo levantou da cadeira e foi até ela, dando um beijo em sua testa.

— Jamais diga isso, meu amor. Ocê é uma menina muito massa, viu. Titio te ama demais.

— Mas, cê é meu tio. Sempre vai gostar de mim.

Me aproximei da cadeira onde ela estava sentada e fiquei de joelhos ao lado dela, pra ficar na sua altura.

— Malu, tu é a pessoinha mais legal, esperta e inteligente que eu conheço. 

— Cê acha tudo isso de mim, tia Ju?

— Sim, meu amor. Eu acho — segurando suas mãozinhas, fazendo ela me olhar disse com carinho — Nunca deixe ninguém te fazer acreditar o contrário, tá bom?

Ela concordou com a cabeça e eu lhe dei um abraço. Quando olhei para o lado Iza tinha um sorriso no rosto e Rodolffo estava...peraí...ele tá chorando?

— Tu tá chorando, Rodolffo? — perguntei com a testa franzida.

— Tô não.

— Tá sim — Iza disse rindo dele.

— Já disse que não, Izadora. Para de me azucrinar — falou fungando.

— Cê tá tliste, titio?

— Não meu amor, titio não tá triste. Titio tá muito do feliz, sabe. Porque eu achei o tesouro que há muito tempo estava procurando — ele disse olhando pra mim.

Sorri pra ele e tenho certeza que estava com aquela cara de apaixonada. Meu estômago revirou e dessa vez não era enjoo, mas as malditas borboletas que estavam assanhadas dentro de mim.

— Uai, que esquisito. Cholar quando tá feliz.

—  pessoas também choram de alegria, filha — Iza disse pegando sua cadeira e ficando do lado dela — Mas ó, eu tenho certeza que a sua festa vai estar cheia de gente.

— Sim, Maluzinha. Seus avós, a Duda,  seus amiguinhos da escola, da natação...

- Isso ! Todas essas pessoas que gostam demais de ocê, meu bebê.

Os olhos de Malu se iluminavam a cada lembrança de alguém que estará em sua festa, de repente, ela se virou pra mim.

— Cê vai, né titia?

— Meu amor, nós já conversamos que eu preciso ver certinho se vou conseguir ir.

— Meu tio te leva, né tio Dolffin?

— É Ju. Vou adorar te ver lá no Goiás, te apresentar minha família.

Só de pensar na possibilidade de conhecer a família dele eu fiquei nervosa e desta vez não eram as borboletas, mas os pedaços de pizza que eu comi que se  remexeram no meu estômago. Faz muito tempo em que eu passei por uma situação dessa.

— Isso, tia. Vai ser legal. Cê vai amar conhecer meu vovô Juju e minha vovó Selma. Aceita tia. Diz que sim. Diz que sim. Por favor.

— É brabinha, diz que sim , diz que sim — Rodolffo fez coro junto com Malu.

Um pexxxteee!

Olhei para o lado pra ver se Iza me socorria desses dois inxeridos, quando ela também tava me olhando com a maior cara de lulu da Pomerânia.

— Por favor, Ju. Por favorzinho.

— Pelas caridades, até tu Izadora?!?!?

**********

1 semana depois

Estava acabando de arrumar minha mala, quando escutei três batidas na minha porta. Era Rodolffo.

— E aí, pronta? Não podemos atrasar para o embarque — ele apareceu lindo e cheiroso, entrando no meu apartamento.

Hoje vamos para Goiânia no aniversário da Malu. Ela e a Iza já estão por lá, pra acabar de organizar as coisas.

— Rodolffo, não esquece o que tu prometeu, heim. Ninguém pode saber da gente. Se perguntarem, somos amigos, entendeu?

— Confia em mim, minha gata. Ninguém nem vai perceber. Sou bom em disfarçar.

Tu acreditou, nisso? Porque a mim, não convenceu nem um tiquinho.

Ele já foi saindo do meu apartamento com a minha mala e eu fui logo atrás, trancando tudo.

— Que o Senhor nos ajude, visse — pensei alto e fui entrando com ele no elevador.