Capítulo 76

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📸 RODOLFFO

Algumas semanas depois...

Salve o bebê. Por favor. Salve o bebê.
Cuida dele. Não deixe que nada aconteça com ele. É só o que te peço. Salve o meu bebê. Meu filho.

Acordei assustado e encharcado em suor mesmo estando descoberto.

Diacho, cadê meu cobertor? — questionei ainda perdido, tentando me acalmar — Ahhh...achei.

Olhei para o lado e Ju dormia plena, enrolada nas cobertas. Dei um beijo leve em sua testa e fui saindo devagar da cama para que ela não acordasse. Coloquei minha camiseta que estava largada na poltrona e fui até a varanda do quarto.

O céu ainda estava escuro e o silêncio era cortado por sons de sirenes ao longe e o barulho de escapamentos de motos de entregadores. O vento frio da madrugada de São Paulo me fez sentir alguns tremores, mas nada que fosse desconfortável.

O que estava me grilando mesmo é que desde daquele jantar com a Amanda expondo algumas cicatrizes mal curadas, eu comecei a ter pesadelos e não tenho conseguindo dormir bem a noite. A lembrança da perda do meu filho, ainda durante a gravidez da minha ex mulher, me fez acender um alerta e uma série de questionamentos fez a minha cabeça ir a mil !

— Como seria a carinha do meu menino? ( Sim, apesar da gente não conseguir saber o que era, eu tinha certeza que era um menino). E se acontecer de novo ?

Já faz uma semana que tô remoendo essa trenheira sozinho. Não quero preocupar a Ju. Já basta as questões do meu processo que já vai ter audiência semana que vem e agora os ensaios do desfile com a purgante da Amanda, além de todos os cuidados necessário que ela deve ter nesse período.

A gestação da Ju está muito bem e ela continua cada vez mais gata. E mesmo ela falando que ainda não dá pra perceber, eu consigo ver uma pequena elevação em sua barriga. Nosso bolinho tá desenvolvendo bem e feliz.

E talvez seja por isso o meu medo. A ficha caiu de vez e o peso da responsabilidade me faz ter essa ansiedade. Eu preciso cuidar para que nada aconteça com a minha família. Eu quero crer que vai dar tudo certo, apesar dessas minhas noites mal dormidas e desses sonhos pesados, que deixam o meu coração angustiado.

Estava em meus pensamentos, com o olhar perdido na imensidão da noite quando senti braços pequenos me abraçar pela cintura e beijos em minhas costas.

— Oi, meu Adônis. Senti falta de tu na cama.

— Humm que carinho gostoso, bebê — falei segurando suas mãos, que pousavam no meu peito — Eu só vim tomar um ar.

— Neste frio, amor?

— Sim. Mas já vou entrar — respondi girando ela na minha frente e segurando firme sua cintura — Agora, a senhorita é que não deveria estar fora da cama. Vai congelar aqui.

Ficamos frente a frente e Juli me analisava, seu olhar era carinhoso e tinha um ar de cumplicidade.

— Tu não tá conseguindo dormir de novo?

Uai, como assim de novo?

— Ei Bastião, olhe pra mim. Tu pensa que eu não percebo? — ela disse segurando meu rosto com as duas mãos —

Destino ou Acaso ? (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora