⚖️ JULIETTE
Eu e Rodolffo chegamos ontem a noite aqui em Campina Grande e hoje, bem cedinho, já estou no estúdio de beleza que Mona contratou, para que ela e as madrinhas passassem essas horas antes do casamento, além, de fazer a maquiagem e penteados.
Camilão estava fazendo uma massagem linfática, eu estava no escalda pés com sal marinho e ervas, enquanto Mona estava ao meu lado no ofurô, em um banho de imersão com pétalas de rosas.
— Ô Ju, quem diria, né? Fomos juntas na madame Veveta pra ver as energias do meu casamento e tu acabou casando primeiro que eu!
— Pois é. Às vezes nem eu acredito, visse.
— E ainda com uma filhota aí no forninho. Tu foi rápido que só a muléstia — Camila disse e eu ri.
— Ah, Camilão. É isso que deixa a história mais incrível ainda! Jamais pensei em ser mãe assim de forma tão rápida. E vou dizer, mulher. Estar gerando um filho é uma sensação desafiadora, assustadora e divina ao mesmo tempo. Não sei bem como explicar, acho que só estando grávida mesmo pra sentir...
— Talvez, eu esteja muito perto de sentir isso — Mona disse com voz emocionada.
Eu e Camila olhamos pra ela em sobressalto.
— Sério, Mona?
— Han-han — ela balançou a cabeça, assentindo.
Deixamos nossos postos de beleza e fomos até Mona, entrando na tina de água e a abraçando.
— Parabéns, amigaaaa. Muita saúde para o seu bixinho. Titia já ama! — falei lhe dando um abraço.
— Tu tá de quanto tempo, Mona? — Camila perguntou
— 1 mês.
— Gui já sabe ? — perguntei.
— Não. Vou falar pra ele durante a cerimônia, na hora dos meus votos.
— Ele vai morrer do coração — eu alertei.
— Ainda bem que Mumu estará no altar pra realizar os primeiros socorros — Camila falou e nós rimos.
Acabamos ficando as três no ofurô.
— Puxa, Mona. Em que momento eu pisquei e nós deixamos de ser aquelas molecas que viviam brincando na rua e comendo terra, pra sermos mãe, heim ? — perguntei, suspirando fundo.
— Não sei, Ju. Só sei que com um pouco mais de um mês, eu já sinto como se toda a minha vida pertencesse à ele.
Camila estava em silêncio, com a cabeça encostada na borda da tina.
— Ei Camilão, aconteceu alguma coisa pra tu ficar com essa fuça séria? Logo tu.
— Eu tô muito feliz por vocês amigas. Mas, vocês deixariam de me amar se eu dissesse que não tenho esse sonho de ser mãe? Gosto de criança, mas não me vejo mãe, não.
— E claro que nós vamos continuar te amando, Camila — Mona disse, lhe jogando um pouco de água na cara.
— Verdade, bixinha. Essa escolha é sua e ninguém tem nada com isso.
— Eu sei, Ju. Mas é que as pessoas julgam muito a gente por isso, achando que é egoísmo ou que eu não vou saber o que é amar alguém de verdade.
— Não ligue pra isso, mulher. Todo amor é uma construção, não importa se é maternal, fraterno ou sentimental...
— Concordo com a Ju, Cami.
— Obrigada meninas e ó, eu prometo ser uma tia babona, viu...
— Eu tenho certeza que nossos filhos vão adorar essa tia da bagacera, visse Camilão — rimos juntas.
A manhã passou entre conversas e procedimentos estéticos. Na hora do almoço nos foi oferecido um almoço leve.
— Olha, Ju. O Gui me mandou uma foto dos meninos se preparando lá na chácara que alugamos.
— Deixa ver — peguei o celular dela e na foto Rodolffo estava dando um trato nos cabelos, em frente ao espelho.
Durante a tarde, ficamos entre cabelos , esmaltes, secadores e vestidos. Nos arrumamos e estávamos tirando fotos e fazendo vídeos, quando Mona apareceu pronta.
— Mona ! Tu tá linda demais! — falei emocionada.
— Perfeita, Monaliza. Deu até vontade de chorar — Camila falou segurando as lágrimas.
— Aí, meninas. Não falem assim, senão eu vou chorar — nós três nós abraçamos e no meio desse abraço a prima de Mona apareceu.
— Monaliza, telefone pra tu.
— Oxi, quem é?
Era Lara, diretamente da Austrália. Mais choros, mais abraços, mais palavras de boa sorte.
*******
O horário escolhido para a cerimônia foi no final da tarde. Cheguei em um carro junto com Camila e Mona viria em outro carro logo atrás. Rodolffo me esperava na porta da igreja. Ele estava perfeito.
— Ju! Ocê tá linda!
— E tu, um desacato de lindo!
Estávamos parados do lado de fora da igreja, esperando a nossa vez de entrar e eu fiquei perdida em pensamentos olhando cada detalhe daquela lugar.
— Ei, brabinha. Que carinha é essa? — ele perguntou vendo o meu olhar perdido.
— Foi aqui que o atravessado do Alê me deixou — eu disse em um tom resignado.
— Isso tá deixando insegura?
— Eu não tô insegura, não. Foi só uma lembrança que veio e já passou
— Nem tá triste?
— Nem...a felicidade que eu tô sentindo, abafa qualquer tristeza que eu já tenha sentido aqui.
Ele me olhou dengoso.
— Sabe de uma coisa, brabinha? Eu tenho é que agradecer esse seu ex purgante.
— Agradecer?
— É. Porque se ele não fosse tão idiota, por não ter percebido a muié massa que ocê é, nós jamais estaríamos aqui. Juntos e felizes !
— Tem razão, visse — falei lhe dando um selinho demorado.
A cerimonialista avisou que era a nossa vez de entrar. Rodolffo me deu o braço e eu me enganchei nele, sorrindo.
Entramos na igreja que tempos atrás era uma lembrança ruim...mas, agora tinha um novo significado pra mim. Pois, eu entendi que eu tinha que entrar ali, com meu marido e minha filha. Os verdadeiros amores da minha vida.
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Destino ou Acaso ? (EM REVISÃO)
FanfictionJuliette Silva, advogada, linda, inteligente, super divertida e cheia de amigos. Tem o coração machucado por causa de um noivado recente, que deixou marcas que ela nem tinha se dado conta. Mora na Paraíba, mas vai provisoriamente pra São Paulo atuar...