RODOLFFO
— Adônis, acordaaaa...
— Hummm ?
— Acôda, neném — ela pediu com vozinha de bebê e senti os seus beijos em minhas costas.
Eu que não sou bobo, me permiti em aproveitar um pouco mais desse carinho.
— Hum...não quero acordar, Xuliette.
— Quer, sim senhor !
— Quero não — falei com a voz mais manhosa possível.
— Oxente, larga a mão de charme — ela disse num tom mais brabo, quebrando a manha da manhã — Vamos, levante ! — falou já se afastando de mim.
É moço, num vai ter jeito, vou ter que levantar...
Abri os olhos e ela já estava em pé, vestida e falava com alguém via mensagem no celular. Pelo jeito, ela havia pedido à lavanderia do hotel que secassem nossas roupas, pois, o vestido que ela usava ontem estava em um cabide e ela usava a minha camiseta.
Olhei o relógio e ainda eram seis da manhã.
— Own, Juliette. Posso saber que boiada tá estourando aí, procê me acordar às seis da madrugada do sábado?
— Oxi, minino...desde quando tu reclama de acordar cedo? — perguntou indignada, mas nem prestou muito atenção em mim, pois, continuava a falar empolgada mandando mensagem pra alguém no celular.
— Ah, Juli...ficamos a noite toda no chamego. Bem que podíamos ficar de preguiça mais um pouco aqui no hotel. O que ocê acha?
Falei com as paredes, pois, ela estava entrertida no celular e agora ria bastante das mensagens que estava trocando com a pessoa do outro lado.
— Ô Bastiana, preste atenção em mim. Ocê me acorda e agora fica aí de papinho no celular e nem me dá bola. Tem base um trem desse, não.
— Ô mimadinho da Juju — falou vindo até cama e foi logo se deitando sobre mim, dando vários beijinhos em meu peito — Eu estava tratando um assunto sério aqui. Que na verdade interessa à nóis dois.
— O que qui é tão sério assim?
Ela se sentou sob meu quadril, colocou uma perna de cada lado e falou com um tom de voz apreensivo.
— Rodolffo, eu preciso te perguntar, de novo.
— O quê, Ju?
— Tu quer mesmo casar comigo?
— Uai, Ju. Ontem a noite naquela piscina achei que fui claro.
— Então repete sua resposta. Pufavô...é importante.
— Ô minha brabinha do algodão doce, eu já disse que sim ! É o que mais quero nesse mundo — disse tentando puxá-la para um beijo, mas, ela ofereceu resisitência.
— Tem certeza?
— Anêim...Juliette ! Qua papo mais esquisito esse. O que mais eu preciso falar pra te convencer que a minha vida só tem sentido com ocê e com a nossa luazinha que tá aqui — disse colocando a mão em sua barriga — Eu amo a ideia de construir uma vida junto contigo. Eu quero envelhecer ao seu lado, te amando, arengando, sorrindo, enfrentando tudo e todos. Eu te amo, Juliette Silva.
— Também te amo, Rodolffo Feitosa.
Ficamos nos encarando. Sua expressão era carinhosa e apaixonada; e tenho certeza que eu deveria esta com aquele meu olhar rendido pra ela. Puxei ela e grudei nossas bocas, em um beijo que começou lento, mas, logo segurei a sua nuca e fui intensificando meus carinhos, passando a mão em seu corpo.
Então, ela se soltou de mim.
— Não, Rodolffo...espera — ela disse se levantando.
— Ah, Juli...vem cá, vem.
— Nada disso, homi. Levante daí, pois o nosso dia vai ser longo.
— Por isso mesmo, é bom fazer um amorzin matinal pra recarregar as baterias.
— Nada disso, sexo antes do casamento não é bom, visse.
— Causodiquê?
— Atrasa a cerimônia — ela gargalhou alto e eu acabei rindo mais dela, do que da piada.
— Hahaha...ocê é muito paiaça, Juli. Mas, hoje a gente não atrapalha o casamento de ninguém.
— Oxente, não vamos? Tu não quer casar?
— Uai, já disse que vamos casar, Juli.
— Então, pronto ! Vamos, se aprume, aí !
— Vamos onde, muié?
— Casar.
Olhei pra ela sem entender.
— Juliette, minha cabeça foi a mil com essa sua conversinha estranha. Desenrola esse crochê.
— Não tem crochê. Eu só tô falando pra tu se arrumar, pra gente casar.
— Amor... — falei devagar, tentando organizar as ideias — Ocê quer que a gente comece hoje a arrumar as coisas do nosso casamento. É isso? Quando ocê tá pensando em casar?
Ela pegou o celular, viu a hora, fez a uma conta com os dedos.
— Daqui à doze horas.
— É O QUE, MININO?
— Nosso casamento está marcado para hoje, as seis da tarde.
— Juliette, me explique isso direito. Tô entendendo é nada !
Ela se sentou ao meu lado na cama e pegou a minha mão.
— Rodolffo, eu não quero mais esperar. Quero casar hoje !
— Também quero casar contigo, minha brabinha. Só estou encabulado por conta dessa pressa toda, feito bicicretinha sem frei?
— Ah, Adônis. A nossa história é toda assim: no supetão. A gente se trombou, beijou, transou, fiquei grávida na primeira...
— Eu sou bom em tudo que eu faço, Juliette — falei interrompendo ela com um sorriso convencido e ela rolou os olhos.
— Então...enfrentamos nossos medos, nossos ex, nossas familiares e amigos nos apoiam, tu ganhou um afilhado e eu uma sobrinha linda demais. Tudo isso em tão pouco tempo. Eu também quero envelhecer contigo. Pra que esperar mais?
— Eu acho ótimo, Ju. Mas como a gente vai conseguir em poucas horas resolver esse trenheira de casamento?
— Eu já resolvi. Liguei para Gizele e ela conseguiu o juiz de paz. Iza providenciou sua roupa e uns comes e bebes para uma pequena recepção.
— E onde vai ser isso?
— Tu não vai acreditar ! Gustavo conseguiu com uns amigos do sócio dele, reservar o espaço de um hotel aqui em São Paulo.
— Qual ?
— Tivol...Tifoli...Trivoli..ah, sei lá é Tiv alguma coisa. Depois pegamos o endereço. Como será para um grupo super pequeno, eles liberaram o salão nobre e o restaurante pra gente.
— Mas e os nossos pais e amigos?
— Não vai dar pra estarem conosco, mas Iza já providenciou uma super live com eles. Todos estarão com a gente, mesmo que virtualmente, nesse nosso momento especial.
— E nossos padrinhos?
— Iza e Gustavo serão os seus e Preto e Gizele os meus. Aliás, meu irmão já está preparando o meu look e cuidará da minha maquiagem e cabelos.
— Uau ! Pensou em tudo, heim minha gata — falei prendendo ela em meus braços.
— Rodolffo...eu sou boa em tudo que faço — disse com um sorriso sapeca no rosto e me dando uma piscadinha.
— Essa é a minha garota — falei já tirando a minha camiseta que ela usava.
Ah, moço. Não vai ter problema se a nossa cerimônia de casamento atrasar só um tiquin, né?...Arriii.
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Destino ou Acaso ? (EM REVISÃO)
FanficJuliette Silva, advogada, linda, inteligente, super divertida e cheia de amigos. Tem o coração machucado por causa de um noivado recente, que deixou marcas que ela nem tinha se dado conta. Mora na Paraíba, mas vai provisoriamente pra São Paulo atuar...