Capítulo 48

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⚖️ JULIETTE

A casa do seu Julio é linda e estava muito massa toda enfeitada pra festa da Malu, que estava muito fofa, em um vestidinho lilás,  os cabelos soltos e cheios de cachos, enfeitados com uma coroa brilhante. 

Iza também estava linda com um vestido esvoaçante vermelho e o Gustavo, tava todo envergonhado com a sua roupa coladinha de príncipe. O póbi. E Rodolffo, é claro, toda hora tirava o sarro dele.

E a danada da Malu arrumou um vestido de princesa até pra mim. Eu tava muito princesa gata garota, visse.

Um pouco antes do início da festa, Malu estava bem ansiosa. Então eu e Rodolffo  ficamos a distraindo, para o tempo passar mais rápido e ela se acalmar. Eu já tinha caído com ela na piscina de bolinha, fui no pula pula, tiramos fotos na mesa do bolo, sozinhas, juntinhas, com Ariel, com Simba, com os dois. Rodolffo registrava tudo e era muito reconfortante ver a cara de felicidade dela. 

A festa começou e ao contrário do medo de Malu, encheu de gente.

-— Tia Juuu, olha quanta gente veio na minha festinha.

— Eu vi, meu amorzinho. Tu merece, viu?

— É por que eu sou legal, né? 

Eu me abaixei pra ficar na sua altura e fiz um cafuné em seus cabelos.

—Tu é a criança mais legal que eu conheço.

— Do mundo todo? — perguntou séria.

- Sim! Tu é a criança mais legal que eu conheço, desse mundo to-di-nho.

—Eba !! — ela me deu um beijo no rosto e saiu correndo, se juntando a outras amiguinhas, que também estavam vestidas de princesas.

Meia hora de festa e o cenário era de muito barulho, crianças correndo e mamães com os rostos vermelhos correndo atrás delas. As pobis.

Até que elas se tranquilizaram, quando uma moça vestida de Frozen, começou a comandar brincadeiras infantis. E eu fiquei ali observando as crianças brincando de estátua, morto-vivo e uma infinidade de outras brincadeiras.

Tempos atrás eu até havia pensado em ser mãe, mas com o ocorrido com o Alê eu deixei de pensar nisso com frequência. Mas confesso que me vendo aqui, no meio desses pais com seus filhos e filhas interagindo nas brincadeiras, meu útero parecia prestes à explodir.

— Ju, que foi que tá quietinha? — Iza chegou ao meu lado, me entregando um pratinho com coxinhas, rissoles e bolinhos de queijo.

— Nada, só tô vendo as crianças ali e até me deu vontadezinha de ter uma dessas, visse.

— Menina, se isso chega nos ouvidos do meu irmão, ele vai te prender no pé da cama e só vai te soltar quando tiver um teste de gravidez positivo nas mãos.

— Hahaha. Bem capaz dele fazer isso mesmo. Emocionado como ele é. 

— Sim. À propósito cadê ele?

— Não sei, está por aí tirando fotos da festa.

— Bom, eu vou lá. Se precisar de alguma coisa avise, tá.

— Pode deixar , Iza — falei comendo uma coxinha, que por sinal tava muito boa.

Olhei para os lados procurando Rodolffo, quando vejo ele sorrindo para um casal. Vi que ele me procurava também com o olhar e quando me encontrou, sorriu e falou algo para as pessoas que estavam ali com ele. Que olharam para minha direção e sorriram.

— Oxi, que até já sei o boca de sacola deve ter falado pra aquele povo ali — tentei disfarçar comendo mais uma coxinha.

**********

📸 RODOLFFO

A festinha estava incrível e cheia de gente. As pessoas, o cenário e claro, a aniversariante, me rendiam muitas fotos massa. Estava tirando foto de Malu, brincando com seus amiguinhos junto com uma recreadora vestida de Frozen, quando senti alguém me cutucar.

—  Oi, Padrinho.

— Duda, meu amorzinho. Que saudades. Vem aqui me dar um beijinho — falei apertando ela num abraço e  dando um beijo estalado na bochecha dela.

Fazia tempo que não via Duda e ela já está naquela fase adolescente, que fica envergonhada em algumas situações.

— Ai , padrinho. Assim eu fico com vergonha — falou com a cara vermelha feito um pimentão.

— Tá com vergonha agora, mas estava ansiosa pra ver esse padrinho — Rael falou divertido.

— E aí, cumpade. Tudo bem?

— Eu tô bem. Resolveu aparecer, caboco?

— É Rael, tá tudo muito corrido. Muito trabalho.

— E por acaso o nome do seu trabalho é aquela morena ali que tá conversando com a Izadora?

— Ei, Rael. Que coisa feia. Assim é jeito de falar! — Laila disse dando um tapinha no ombro dele — Tudo bem, cumpade?

— Tudo bão, cumade — falei dando um abraço nela — Mas, não precisa brigar com o Rael, não. Ele tá certo.

— Então, quer dizer que aquela é a bola da vez?

Num é não — respondi sério.

— Como assim, Rodolffo? Não entendi.

E olhando pra ela, eu respirei fundo e expliquei para o Rael.

Cumpade, ocê tinha razão.

— Sobre o quê?

— Sobre reconhecer o amor e deixar ele tomar conta da gente. Aquela ali, é o amor da minha vida.

Eles olharam pra Ju e sorriram.

— Então tá querendo dizer que tá apaixonado, Rodolffo?

— Tô cumpade, como nunca me senti antes na vida.

Fiuuu — ele assobiou — Quem diria, heim?

— Pois é. Tamo até namorando.

— Que demais. Tá sério assim?

— Sim, cumade. Mas ninguém pode saber.

— Como assim?

— Uma trenheira danada aí e a gente tá tendo que esconder.

— E ocê tá conseguindo esconder, Rodolffo?

— Claro que tô. Porque a pergunta, Rael?

— Por nada. Mas, fico espantado em perceber que ocê tá conseguindo segurar essa sua energia fofoqueira.

— É...

Cumpade, ocê sabe que é como um irmão pra mim. E espero que essa moça te coloque nos eixos e te faça muito feliz.

— Eu ela me faz, Rael — respondi com um sorriso — Agora vem, vamo lá que eu vou apresentar ela procêis.

Eles viam atrás de mim, mas, antes de chegarmos até ela, eu avisei sério.

— Ah, gente. Não se esqueçam. Nosso namoro é segredo. Ela não sabe que o ocês sabem. Então, bico calado, certo?

— Claro, cumpade. Podexá. Vamos ficar caladin, caladin.

— Isso mesmo. O segredo de ocês tá bem guardado com a gente — Laila afirmou.

Destino ou Acaso ? (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora