Bônus

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— Porque me chamou aqui, Arthur?

— Oi, um bom dia pra você também, Carolina.

Ela bufou

— Eu te chamei porque queria falar algo importante.

— Fala logo, então.

— Credo, Carol. Você já me tratou melhor.

— Sim. E você jogou tudo isso pela janela.

— Não foi bem assim.

— Ah, não foi? Então me conte como foi Arthur — disse cruzando os braços.

— Sobre aquele dia. Eu fiquei confuso.

— Você ficou confuso e olha só o que aconteceu. Cá estou eu grávida, abandonada pelo pai do meu filho, cheia de dúvidas e problemas. Por isso, fala logo o que você quer, porque eu tenho muita coisa pra fazer hoje.

— Eu quero você.

Ela olhou pra ele incrédula. Procurou em seu semblante algo que indicasse que ele estava brincando ou inseguro, mas não. Ele tinha os olhos fixos nela e transparecia verdade.

— Porque isso agora?

— Primeiro, não precisa vir na defensiva Carol. Eu não quero brigar. E segundo, a advogada do cara que tu tá querendo ferrar veio me procurar.

— Como assim, a advogada do Rodolffo? 

— Sim, Doutora Ju ... alguma coisa

— Juliette.

— Ela mesma. Inclusive o cara estava junto.

— O que eles queriam com você? Te ameaçaram? Queriam que você falasse o quê?

— Me pediram ajuda para que eu te convencesse a parar com essa loucura.

Ela deu um sorriso debochado e negou com a cabeça.

— Perderam tempo, pois, eu não vou mudar em nada o plano.

— Carol, olhe pra mim. Eu te amo e apesar de ter sido um idiota no começo, eu amo o nosso filho e estou disposto a lutar pela nossa família. Acredite em mim, por favor.

— Depois de tudo o que você me falou, Arthur?

— Eu sei, eu fui um pau no cu infeliz. Mas, tente se colocar um pouco no meu lugar. Você sempre me disse que não poderia ter filhos. Daí você some e volta falando que estava grávida de mim.

— E você acha que pra mim foi fácil? Desde os meus 18 anos eu com um diagnóstico de infertilidade e de repente ... puff...parabéns mamaẽ você vai ter um bebê! Mas isso não lhe dava o direito de me humilhar.

— Eu sei, e não tenho nenhum orgulho por isso. 

— E agora você quer que eu esqueça e como em um passe de mágica te perdoar das suas duras palavras?

— Não quero que esqueça. Quero te provar que eu mudei. Vamos ser felizes, Carol. Vem embora comigo, a gente cria nosso moleque junto, longe de tudo aqui.

— Como você sabe que é um menino? Não me lembro de ter te contado — ela falou cruzando os braços bem séria.

— Eu sei. Eu sinto. Vocês são meus — ele disse chegando perto dela, lhe dando um beijinho de esquimó e segurando o seu rosto, lhe deu um selinho carinhoso.

— Não faz isso, por favor — ela disse com os olhos fechados, ainda saboreando o rápido beijo trocado.

— Eu acho que nós seremos pais incríveis — falou colocando a mão na barriga dela, que já estava proeminente e bem redondinha.

Ela não aguentou e começou a chorar e ele a puxou em um abraço acolhedor. Ficaram assim, por longos minutos.

— Carol, você sempre foi correta, gente boa, amorosa, uma menina incrível. As coisas não precisam chegar a esse ponto.

— Eu não sei se consigo, Arthur. De verdade.

— Esquece esse povo, minha gatinha. Esquece essa vingança. Por nós, pela nossa família e por tudo de bom que a gente ainda vai construir.

— Não, posso Arthur ! - ela disse se soltando do abraço, bem nervosa — Agora é tarde demais pra sair dessa confusão que eu me meti.

— Nunca é tarde para criar coragem e mudar as coisas. Nunca é tarde mudar uma decisão, para perdoar — e limpando com o polegar as lágrimas que insistiam em cair do rosto da moça, ele continuou — E principalmente, nunca é tarde demais pra tentar ser feliz, Carolina.

— Eu preciso pensar — falou colocando a bolsa nos ombros.

— Você vai falar com a sua advogada?

— Não sei — disse dando um longo suspiro — Eu já havia dito que a Juliette havia me procurado e a Paula me xingou de tantos nomes, falando que dei mole e que eu não poderia desistir agora.

— Então não conte essa nossa conversa — ele disse a segurando pelos ombros — Vamos manter esse segredo, enquanto você pensa — ela só olhou pra ele, assentiu com a cabeça — Carol, eu te amo. Não esquece.

— Não esqueço — ela falou já se dirigindo para a saída do café em que estavam.

Destino ou Acaso ? (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora