Capítulo 18

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⚖️ JULIETTE

Depois do café da manhã, Rodolffo me ajudou a organizar algumas coisas que eu ainda precisava arrumar. Consertou a torneira da pia, instalou as persianas do quarto que reservei para ser meu escritório e agora estava trocando o chuveiro.

— Rodolffo, tô pensando em pedir comida japonesa para o almoço. Topa? — perguntei me escorando no batente da porta do banheiro.

— Opa, pode pedir, Bastiana. Que o meu estômago já está grudado nas costas.

Oxi, tu comeu mais da metade do café que trouxe pra mim e já tá com fome?

Uai, tô me esforçando muito arrumando esses trem.

— Ô bixinho, tô deixando tu cansadinho, né?

— Tá. Mas não do jeito que eu gostaria — ele disse olhando pra mim com a maior cara lisa.

— Deixe de inxerimento, seu safado — falei e ele riu alto.

Pedi nosso almoço e fui arrumar a mesa. Foi o tempo do Rodolffo acabar a instalação do chuveiro e o porteiro avisar que o almoço chegou.

— Ju, enquanto ocê desce pra buscar a comida eu vou em casa trocar de roupa. Me molhei todo.

Olhei pra ele e estava sem a camiseta e eu só faltava babar. ( na verdade acho que babei um pouquinho).

— Tá tudo bem, Ju? — disse chegando bem perto de mim, eu já sentia o seu perfume e os pelos da minha nuca arrepiarem.

— Eu vou ... tenho...chamou....é ... — não conseguia formular uma frase e o safado não saia de perto de mim.

Ocê parece confusa, Xuliette. Tem certeza que está bem ? ele chegou bem mais próximo de mim, ficando de frente.

Por causa da diferença de altura o meu rosto estava quase grudado em seu peito.

— Ei, tu tá invadindo o meu espaço, visse. Quer ir um pouco mais prá lá, pufavô .

— Calma, brabinha. Não tô fazendo nada, só quero saber se ocê tá bem.

- Rodolffo, eu aceitei tu ficar aqui comigo porque somos vizinhos e acredito que a gente precisa ter uma convivência adulta, pacífica e educada - falei séria pra ele. ( e que não envolva a minha língua nessa gota de água que está descendo pelo seu peito - nham nham - pensei ).

- Tãotábão.

Ele disse me dando passagem e eu como uma fugitiva saí de perto dele e fui correndo, pelas escadas mesmo, buscar o meu pedido. Eu ouvi a gargalhada dele ao fundo.

Cheguei na portaria com as faces coradas, e não era por causa do esforço nas escadas. Paguei o entregador e voltei para o meu apartamento, desta vez de elevador.

Ele ainda não tinha voltado. Aproveitei para ajeitar a comida em travessas e abrir um saquê que o antigo morador deixou no barzinho que tem na sala.

- Hummm... o cheiro tá bom - disse entrando em casa e se acomodando em uma das cadeiras da mesa.

- Vamos comer enquanto tá quente.

- Posso te servir?

- Sim.

Fiquei observando ele todo lindo e concentrado me servindo. Ele ainda estava com os cabelos molhados, usava bermuda de moletom e uma camiseta preta.

- Pronto, brabinha - disse me passando um prato.

- Tem saquê, tu quer?

- Por favor.

Destino ou Acaso ? (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora