Capítulo 68

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⚖️ JULIETTE

— É O QUE? TU BULIU COM A MINHA FIA E DEIXOU ELA BUCHUDA , CABRA?

Ouvi de longe, painho falando alto na cozinha e acordei assustada.

— Pelas caridades ! Rodolffo tá enrascado -— me levantei rapidinho, vesti o meu roupão, calcei as pantufas e saí correndo para a cozinha.

Quando cheguei lá , segurei para não rir. Meu Adônis estava branco como papel, com os olhos arregalados, tendo painho ao seu lado olhando feio pra ele e meus irmãos Junior e Beto logo atrás com caras de bravos.

Mainha tentava segurar meu pai e Preto ria sem parar da cena.

Eita mulinga, mas o que eu perdi aqui, que tá essa bagaceira da muléstia?

— Seu pai e seus irmãos que estão ameaçando o meu genro -— mainha respondeu aflita.

-— Eitcha, que é Junior e Beto que estão com essa pose de cabra da peste com o seu namorado. Eu tô de boas aqui — Preto respondeu debochado, levantando as mãos.

— Agora pronto! Qual o problema com o meu namorado?

— Juliette, minha irmã, tu poderia explicar pra gente que negócio é esse que tu está buchuda?

Oxente Beto, pensei que tu soubesse como se faz minino. Tu já tem três filhos!

Preto gargalhou mais alto e Rodolffo soltou uma risadinha, mas, logo ficou sério e eu nem dei muita atenção, fui direto abraçar painho.

-—Sua bença, painho -— falei chegando ao lado dele.

— Deus te abençoe, minha fia — me respondeu com a voz calma e o olhar carinhoso pra mim.

— Posso saber porque o senhor tá do lado do meu namorado, com essa cara de justiceiro do cangaço pra ele? — perguntei cruzando os braços — O póbi tá parecendo uma vela de tão branco, visse.

— Juliette, minha fia, é verdade isso o que Yolanda contou?

— E o que mainha boca de caçapa falou, heim? — falei olhando invertida pra ela.

— Desculpe, minha fia. Saiu sem querer.

— Disse que tu tá buchuda desse rapaz. É verdade?

Olhei para Rodolffo que apesar de assustado, me lançou um olhar tão arrebatador e apaixonado, que por mim agarraria ele ali mesmo. Mas, não sei se meus irmãos iriam achar bom. Abracei meu pai de lado e dei o meu melhor sorriso sincero.

-—Sim, meu pai. É verdade — ele me olhou emocionado, mas, procurou esconder os olhos marejados.

— Mas, minha fia. Tu nem conhece esse moço direito. Não apresentou pra família. Apareceu com ele de repente aqui na casa de sua mãe, é como se ele tivesse caído do nada na sua vida.

Eu e Rodolffo olhamos um para o outro e soltamos uma risadinha cúmplices, que logo foi desligada da nossa cara, por conta do olhar matador do meu irmão Junior pra gente.

— O que tem de engraçado?

Uai, nada não , Bastião — Rodolffo respondeu, logo ficando sério de novo. 

— Minha fia, tu sabe que eu jurei te proteger e não deixar mais cabra nenhum te fazer sofrer.

-— Sei sim, painho.

— Agora tu vem com esse moído danado. É muito difícil de entender, visse.

— Ei, não fique assim meu pai, tá tudo bem — falei o segurando pelos ombros — E pensando bem, o senhor tem razão, foi muito errado aparecer assim, no susto,  com tanta novidade — concordei com painho e Rodolffo me olhou curioso — Então, vamos começar do começo — falei puxando Rodolffo pela mão — Painho, esse é o Rodolffo, meu namorado, pai do meu bebê e o inxerido mais lindo e apaixonante que cruzou ... quer dizer ... que caiu na minha vida.

Destino ou Acaso ? (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora