Capítulo 95

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📸 RODOLFFO

Mais algumas semanas depois ...

Juliette já está com seis meses de gravidez. Ela desistiu de me falar o tempo de gestação por semanas porque eu entendia era nada... na verdade... eu acho que nem ela entende muito bem...Ela tá linda grávida, a barriga tá maiorzinha e agora dá pra ver bem a nossa luazinha crescendo lá dentro.


Essa história de ter filhos, me apresentou uma trenheira que eu não conhecia. Como por exemplo: curso para pais iniciantes. O hospital que a Ju tá fazendo o pré natal ofereceu esse curso e nós estamos aqui a tarde toda, ouvindo sobre trocas de fraldas, cólicas, parto, vacinas, banhos e demais cuidados. Nós dois prestavamos atenção em tudo e Ju anotava cada detalhe.


— Eu preciso de um papai voluntário para dar um banho no nosso bebê aqui — a enfermeira palestrante pediu segurando o boneco que fazia as vezes de bebê durante o curso.

Eu levantei a mão e fui até ela. Peguei a boneca e comecei a dar o banho. Eu estava totalmente perdido e suava muito e me apavorava a cada vez que fazia um movimento errado e a boneca se soltava da minha mão. Olhei pra frente e Juli me olhava com os olhos arregalados, em pânico!


Depois de alguns minutos e a enfermeira me orientando ao meu lado, eu peguei o jeito e além do banho, troquei as fraldas, passei talco, vesti a roupinha , as meias e dei a mamadeira.

Todo mundo me aplaudiu e eu voltei ao meu lugar ao lado da Juli, com cara de vitorioso.

— E aí, como eu me saí? — perguntei pra ela baixinho, sem me virar e não atrapalhar o curso.

— Eu só consegui pensar na sorte da nossa luazinha, visse. — ela disse também baixinho, entre os dentes, sem se virar.

— Sorte de ter um pai como eu que sabe dar banho, trocar e dar tete?

— Não! Sorte que ela não era aquele boneco.

Own !

O curso acabou e estávamos voltando pra casa. Eu dirigia e Ju lia em voz alta algumas informações que tinha no livro sobre maternidade que ganhamos da enfermeira.

Pia Rodolffo, aqui diz que geralmente quem determina o trabalho de parto é o bebê. Tá escrito aqui que "Quando o último órgão a amadurecer (o pulmão) já está formado, lança uma substância no líquido amniótico. Isso provoca uma reação na mulher".

— Que interessante, Ju. E ocê já decidiu como quer o parto?

— Falei com a doutora Ane e se tudo der certo, vou dar preferência ao parto normal.

— Vai dar tudo certo sim, brabinha — falei dando um beijo nela, aproveitando que o semáforo estava fechado.

— Rodolffooo — ela disse saindo do nosso beijo e olhando para o lado.

— Que foi, Juli?

— Olha lá, um delivery.

— Tá com fome?

— Não exatamente — disse fazendo cara de pidonha.

— Vai, Juli. Fala o que ocê quer.

— Batatinha frita grande...

— Só isso?

— Sim....com cobertura extra de chocolate.

— Misericórdia!

**********

Chegamos em casa e Juli foi direto tomar banho e eu fui para o escritório checar meus emails. Passada meia hora, ela veio até mim. Estava com uma roupa mais confortável e sua pele cheirava lavanda.

— Já separei a chave do apartamento para a Carol — ela disse se sentando no meu colo.

— Que bom ! Ela me disse que vem com a mãe dela limpar tudo lá.

— Vai ser massa ter ela e o Benício como vizinhos de frente. Quando ela se muda?

— Semana que vem.

— Falando em semana que vem. Na quarta chegam os móveis do quartinho da Diana.

— Sim, eu já me programei pra receber.

— Que bom, porque nesse dia eu estarei na audiência contra o ex namorado da Vitória e não vou conseguir sair mais cedo.

— Pode deixar, Juli. Eu acompanho a montagem de tudo.

— Vai ficar tão incrível o quartinho da nossa luazinha. Eu acho que ela vai amar!

Ela estava sorrindo, ainda em meu colo, alisando sua barriga, quando me olhou assustada.

— Rodôffo, ela mexeu!

— Foi?

— Sim, bota a mão aqui — Ju disse colocando a mão em sua barriga, próximo ao umbigo.

Eu pude sentir pequenos espasmos ora leves, ora mais fortes, deixando a pele da Ju rígida, como se realmente nossa luazinha estivesse dando chutes.

— Filha, ocê tá feliz?

— Não sei se isso é felicidade....mas, tá acertando bem no meio da minha costela, visse — Ju disse quase sem ar.

Own, mini arengueirinha devagar aí, senão sua mamãe num guenta.

— Rodolffo, parece que ela tá entendendo tu, sabia? Até diminuiu os chutes.

Tirei Ju do meu colo, me levantei e coloquei Ju sentada na cadeira. Me ajoelhei em frente a elas e subi a blusa da Ju pra Diana poder me ouvir

— Filha, ocê não sabe como eu tô ansioso pra te pegar no colo, minha menininha. Papai te ama tanto e ama sua mamãe também. Ocê será muito bem vinda, tá amorzinho? Mas, segura um pouco aí, pra sua mamãe não descontar depois em mim, tábão?

Juli me olhava emocionada.

— Eu amo tanto a família que estamos construindo, Rodolffo.

— E eu amo ocês duas por demais!

Destino ou Acaso ? (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora