Epílogo

407 56 58
                                    

JULIETTE

— Ah, mamãe acho que não vou querer ver.

— Coragem, minha filha. Eu tenho certeza que já deu tudo certo.

— E seu eu não passar? — ela disse me olhando aflita.

Fui até ela, sentei ao seu lado na cama. Ela deitou sua cabeça no meu colo e eu acariciei seus cabelos.

— Se não passar, tu vai ter um ano inteiro pra se preparar e tentar de novo. E eu e seu pai estaremos do teu lado te apoiando.

— Será que eu sou boa o suficente?

— Claro que é, meu amor. Nunca duvide disso — ela se levantou e eu segurei o seu rosto — Diana, olhe pra mim. Tu é inteligente, amorosa, determinada e generosa. É a poesia mais completa que eu e seu pai fizemos. Merece o mundo !

— Obrigada, mamãe.

— Agora vamos descer, que seu pai e seus irmãos estão nos esperando lá embaixo.

—- Peraí, deixa eu retocar a make.

Fiquei encostada no batente da porta e ri com o jeito dela tão "eu" retocando a maquigem. Diana já completou 18 anos e está nervosa assim, porque hoje sai o resultado do vestibular. Nossa primogênita, a nossa misturinha, se tornou uma moça linda, gentil, inteligente e determinada. Arengueira como eu e simples como o pai.

Depois dela veio o Gael, que hoje está com 15 anos. Ele, desde novinho é ligado em astronomia. Vive grudado no pai, interessado nas imagens de astros e estrelas que ele tira. Meu Gael tem a peruquinha preta, a boquinha de coração e um sorriso largo. É educado, tem uma fala mansinha, um pouco tímido, mas companheiro e amoroso. Do Rodolffo ele puxou a calmaria e de mim, ele herdou os grandes óculos de grau e o espírito de proteção, principalmente, quando se trata de mim e de suas irmãs. Apesar dele viver aperriando com a irmã mais nova.

Ah...nossa caçulinha. A Maya. É uma mocinha de longos cabelos escuros, olhos castanhos, esperta, tem um jeito moleca, tagarela, compreensiva, leal, gentil e brava! .... sim ela puxou toda a minha brabeza. Adora artes e vive cantando pela casa. O pai fala que ela tem a voz melodiosa como a minha, já eu acho que ela tem a potência da voz do Rodolffo. Maya é líder em tudo, adora ir no meu trabalho e participa ativamente de todas as ações sociais que eu desenvolvo na Ong que presto trabalho voluntário. Ela está sempre atenta e disposta a escutar, mas também pronta pra arengar. Rodolffo a chama de rapadurinha, pois, é doce, mas não é mole não!

Me lembro quando engravidei de Maya e fiquei com receio de contar para o Rodolffo, pois, já tínhamos dois filhos e eu ainda usava o Diu e, não sei bem o porquê, acabou se delocando dentro de mim e eu engravidei. Nossa raspinha de tacho não era esperada, mas eu já a amava e sabia que o pai também a amaria.

"Adônis, preciso falar um negócio importante pra tu — falei assim que colocamos nossos filhos pra dormir e estávamos de namorinho na varanda do quarto. Diana já era uma mocinha de seis anos e Gael já tinha os seus três aninhos.

— Depois, Juli. Agora quero matar a saudade que eu tô docê — ele disse manhoso, me dando vários beijinhos no rosto.

— Para, de inxerimento homi! É sério.

— Ah, Juli. Eu fiquei uma semana longe de ocê, gostosa. Olha aqui como eu tô — disse se esfregando em mim e eu senti sua ereção.

— Para, homi. Eu preciso falar primeiro — disse num sussurro, quase me entregando.

— Tá bão. Tá bão . Fala minha brabinha.

— Tu promete não desmaiar?

— Rensga, Juliette ! Ocê fala de um jeito como se eu fosse um pote de maria mole. Credo.

Destino ou Acaso ? (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora