Capítulo 65

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⚖️ JULIETTE

Entramos no carro em silêncio. Meu corpo inteiro tremia e Rodolffo ainda tinha a expressão fechada e o olhar cheio de raiva. Eu estava esgotada e tensa. Coloquei o cinto e antes de dar a partida no carro, encostei minha testa no volante e comecei a chorar.


— Ei, ei, minha brabinha — Rodolffo veio até mim e me puxou para um abraço apertado e meio desajeitado por causa do pouco espaço — Já passou, meu amor. Eu tenho certeza que depois de hoje, ele vai pensar muito em chegar perto de ocê.

— Mas, se ele voltar?

— Daí a gente pensa o que fazer. 

Fiquei mais um pouco aproveitando o carinho dele nos meus cabelos e pensando em tudo o que aconteceu.

- Não, Adônis. Desta vez vai ser diferente — falei me soltando do abraço e limpando minhas lágrimas com o dorso da mão — Eu sei exatamente o que fazer — coloquei o cinto e dei partida no carro, decidida.


— Nós vamos onde, agora?

— Resolver isso de uma vez por todas.

Dirigi em silêncio por mais uns vinte minutos, até chegarmos em frente à Delegacia da Mulher, que ficava em uma das ruas principais de Campina Grande.

 — Ocê tem certeza, Ju? — ele me perguntou assim que percebeu onde estávamos.

— Tenho sim, bixinho

Ele me olhou carinhoso, segurou a minha mão e deu um beijo.

— Eu tô aqui pra te apoiar, minha cupinzinha. 

Entramos na delegacia, aguardamos um pouco e logo fui chamada para conversar com a delegada. Rodolffo me aguardou do lado de fora. 

— Boa tarde. Eu sou a delegada Wânia e essa é a escrivã Marcia.

— Boa tarde -— cumprimetei as duas.

— Em que podemos ajudá-la?

— Eu gostaria de registrar uma queixa.

— Sobre?

— Violência doméstica.

— Contra o seu companheiro?

— Não. Ex Companheiro. Alessandro Baptista de Oliveira.

— Certo. Vou precisar que a senhora me conte todos os detalhes, para que a Márcia possa registrar. 

Respirei fundob4 comecri a contar toda a minha história. A delegada me ouviu atenta e a escrivã ao lado foi anotando todo o meu relato.

— Doutora Juliette, a senhora fez o correto. É muito importante que cada vez mais mulheres denunciem os abusos que sofrem. A denúncia é o primeiro passo para acabar com esse ciclo de violência e para que seja possível acionar uma rede de proteção e acolhimento para a mulher.

— Sei como é isso. Já atendi muitas mulheres em situação de violência quando era estagiária da Defensoria Pública da União, daqui da Paraíba. Chegavam muitos casos na minha mão.

Destino ou Acaso ? (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora