Hanma
Dez dias já haviam se passado desde minha primeira noite fora de casa.
Eu ainda estava com a Yuriko e o Kisaki, mas já me encontrava agoniado, trabalhando o máximo que podia para juntar dinheiro o suficiente e cair fora de lá. Eu realmente não queria incomodar, afinal, uma coisa era ser amigo, outra coisa era morar com as pessoas. As coisas não estavam ruins entre nós, mas eu pretendia ir embora antes que ficassem.
Depois de dez dias eu já não chorava mais, mas a dor ainda estava presente. Eu ficava cada dia mais preocupado com a minha mãe, pensando se ela estava bem, se não estava apanhando, se Haru não tinha feito nenhuma loucura. Tudo aquilo me doía.
— Aí, tá tudo certo. Não teve mais nenhuma prostituta e sua mãe anda saindo sempre no mesmo horário — disse o garoto que me encontrou no posto de gasolina.
— Valeu, cara — peguei a carteira e tirei uma nota, entregando na mão dele.
— Vai querer que eu continue de olho? — ele perguntou, ansioso por uma resposta positiva, assim continuaria ganhando alguma grana. Eu tinha entrado em contato com ele, um antigo vizinho, assim ele me dizia se estava tudo bem com a minha mãe e eu podia vigiá-la de longe.
— Por favor.
— Tranquilo. Até a próxima, Hanma! — ele acenou e saiu correndo.
Sentado na minha moto, eu continuava com o pirulito azul na boca, chupando enquanto trocava mensagens com Suri. Nós não tínhamos nos visto desde o retorno da praia, portanto, ela ainda não sabia tudo o que tinha acontecido.
"Eu estou no salão com a minha mãe ainda. Vai trabalhar até tarde hoje?" — Pitica
"Hoje não. Até umas oito, no máximo. Entrei cedo pra caralho" — Hanma
"Você bem que podia ir lá em casa, né? Tô com saudadinha de você" — Pitica
Sorri ao ler aquilo. Eu também estava com saudades dela, mas realmente estava precisando daquele tempo sozinho para pensar. Respirei fundo e sorri, decidido que finalmente poderia encontrá-la novamente.
"A janela da Julieta vai estar aberta?" — Hanma
"Pra você? Sempre!" — Pitica
Sorri com aquela frase. Suri me deixava completamente derretido e encantado com ela todas as vezes.
Depois de dez dias de pura agonia, tudo o que eu queria era poder ficar deitado com a minha garota a noite toda, sentindo o cheirinho gostoso de morango que ela tinha enquanto brincava com o cabelo preto.
Antes de dar partida na moto, mais uma mensagem dela chegou e eu decidi ler antes de sair.
"A gente não usou lá na praia, mas tem uma coisa que seu lado nerd vai gostar" — Pitica
Em seguida, uma foto anexada me fez rir.
Quase engasguei com o pirulito e comecei a tossir enquanto gargalhava. Da onde aquela garota tirava aquelas ideias? A foto da embalagem de camisinhas neon que brilhavam no escuro, junto de uma figurinha do Darth Vader com um sabre de luz era algo que eu jamais esqueceria.
Chequei meu relógio de pulso e percebi que ainda teria que fazer algumas entregas antes de poder ir para a casa de Suri, então me apressei em trabalhar o mais rápido possível para poder receber meu breve momento de paz com a minha garota.
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Depois de deixar a moto estacionada na praça, caminhei pela rua o mais discretamente possível. Era próximo das nove da noite e eu já estava indo para a casa de Suri, o que era bastante arriscado, visto que muitos vizinhos ainda estavam acordados, entretanto, eu realmente queria poder fazer uma surpresa para ela e estar esperando-a quando chegasse.
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Holy Sin, Shuji Hanma
Fanfiction[Fanfic] [Tokyo Revengers] [Shuji Hanma] [+18] Ela era um anjo. Uma garota tão gentil, adorável, amável e delicada. Cresceu num ambiente feliz e saudável, cercada de amor, boa educação e respeito. Ele foi criado no inferno. Brigas constantes, violê...