Rei
— Amor da minha vida, eu sei que você anda ocupada, mas se não descongelar o frango a gente vai morrer de fome — falei assim que abri a geladeira e percebi que Senju novamente tinha esquecido de tirar a comida do freezer.
Ela me deu um olhar suspeito e riu sem graça. Coçou a nuca, veio na minha direção e me deu um beijinho no rosto.
— A gente pode pedir pizza.
— A gente tá comendo tanta pizza que o pessoal da pizzaria nem pede nosso endereço mais — rebati, recebendo um apertão no nariz da minha namorada.
Por mais que eu quisesse ficar brava com Senju por ter esquecido de novo o frango congelado, eu não conseguia. Ela era engraçadinha demais e sabia como derreter meu coração inteirinho.
— Só hoje! A gente precisa economizar, a gente tá gastando muito com pizza.
— Tem razão, loirinha — Senju falou, pegando o telefone e discando o número da pizzaria. — Ah, chegou uma carta pra você.
Concordei com a cabeça e fui até a mesa onde deixávamos a correspondência. Enquanto Senju fazia os pedidos, eu via todas as contas e boletos que tinham chegado, já pensando na grana que nem tinha caído no banco, mas já iria diretamente para as empresas de água, luz e telefone.
— Meu Deus, eu odeio ser pobre — sussurrei, decidida a deixar as contas de lado e pensar nelas depois.
Quando vi a carta com o selo do Centro Cultural, meus olhos brilharam. Sorri largo e abri sem pensar duas vezes.
Cada palavra escrita ali me fez sorrir mais que o sol em dias de verão, iluminando a minha alma e me fazendo correr na direção de Senju, que colocou o telefone no gancho e me pegou no colo assim que pulei.
— Passou, amor? — Ela perguntou, sorridente e risonha.
— Passei! Eles me aceitaram, Senju! Vou poder expor meus quadros no Centro Cultural!
Rindo e gargalhando, nós duas comemoramos felizes e ela me deu um beijo longo na bochecha, feliz pela minha grande conquista.
Há muito tempo eu tentava uma parceria com o Centro Cultural, mas era muito difícil. Eu já tinha escutado algumas negativas, mas não desanimei nem por um único instante (e Senju também não permitiu que eu desanimasse, me alegrando e incentivando o tempo todo). Depois de muitas tentativas e dedicação para a capacitação na artes plásticas, finalmente consegui o que eu mais queria.
Expor a própria arte no Centro Cultural era uma ótima forma de fazer o próprio nome no ramo. As pessoas viam as obras, podiam comprá-las, além de conhecer o artista. Era o primeiro passo no caminho do sonho que me seguia por toda a vida desde que eu era somente uma garotinha com um conjunto de seis tintas guache e uma parede branca no quarto.
— E quando começa? — Senju perguntou.
— Em duas semanas, então dá tempo de ir pra Tóquio resolver a bagunça do seu irmão.
Senju revirou os olhos e praguejou o nome de Takeomi, lembrando bem que o mais velho tinha conseguido a bendita proeza de ir preso por agressão, e agora ele precisava de alguém para ir até lá pagar a fiança.
Pelo menos o dinheiro sairia do próprio bolso dele.
— Já sabe quais quadros vai levar? — Senju perguntou, sentando no sofá e me puxando para o colo dela.
— Tenho algumas ideias, mas ainda preciso pensar direitinho. Preciso da temática, da filosofia por trás das obras, dos sentimentos que serão trabalhados, do...— enquanto eu numerava os itens apontando com os dedos, Senju riu e me beijou, interrompendo a minha fala.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Holy Sin, Shuji Hanma
Fanfic[Fanfic] [Tokyo Revengers] [Shuji Hanma] [+18] Ela era um anjo. Uma garota tão gentil, adorável, amável e delicada. Cresceu num ambiente feliz e saudável, cercada de amor, boa educação e respeito. Ele foi criado no inferno. Brigas constantes, violê...