No profundo do oceano

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Shiro

Saí no corredor e garanti que meus pais já não estavam mais em casa. Assim que tive a certeza, fui até o quarto de Suri e bati à porta.

-Sou eu, só tá a gente em casa. -Falei baixinho e esperei.

-O que você quer? -Ela perguntou abrindo o mínimo da porta e saindo logo em seguida, deixando o quarto fechado.

-Sabe que não precisa esconder o Hanma de mim. -Revirei os olhos e ela olhou para o chão.

-Desculpa, é costume.

-Tá, tanto faz. Olha, eu não tenho treino de natação hoje, a treinadora me deu uma folga, mas eu tenho um encontro, então eu preciso que você me acoberte. -Ela me olhou incrédula e eu cruzei os braços.

-Você tá muito saidinha, Shiro. -Suri abriu a porta do quarto e eu entrei atrás dela.

-Fala aí, feio. -Cumprimentei Hanma que puxou a coberta para cima do tronco desnudo.

Ele ficou em silêncio, engasgando de susto com o ar e eu ri. Era engraçado como ele não se acostumava com o fato de que eu sabia que ele entrava escondido em casa.

-Do que você precisa? -Suri perguntou abrindo a gaveta de meias e tirando a carteira.

-Uau, eu nem vim pedir dinheiro, mas aceito uns trocados se você quiser me dar. -Ri e só então ela se tocou sobre o que eu realmente precisava. -Por favor, só fica fora de casa até eu voltar e diz que você me acompanhou no treino nesse sábado.

-O que você vai aprontar? -Ela cruzou os braços e me entregou uma nota alta.

-Provavelmente nada do que vocês dois aprontaram essa noite.

-Shiro! -Ela arregalou os olhos e eu saí dando risada do quarto.

-Relaxa, eu não ligo. Vou sair em vinte minutos. Até depois, irmãzinha. Até depois, chewbacca sem pelo.

Corri até meu quarto novamente e fui terminar de arrumar meu cabelo. Já estava com uma calça jeans reta, coturnos pretos e uma cropped de manga longa também preta.

-Uma vibe bem Sailor Moon. -Falei sozinha enquanto prendia os dois coques e amarrava fitas azuis neles.

Assim que fiquei pronta, praticamente saltei da cadeira e peguei minha bolsa tiracolo preta com correntes prateadas, coloquei minha carteira (junto do dinheiro extra que ganhei da minha irmã) e meu celular, em seguida, saí de casa, avisando Suri com um grito sobre minha saída.

Eu estava tão ansiosa que não me continha. Andava rápido, batia os pés no chão, sentia um frio absurdo na barriga. Peguei o ônibus e não aguentei ficar sentada, então passei toda a viagem de pé, encarando meu celular e esperando a mensagem dele.

Aquele dia tinha tudo para ser perfeito!

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"Eu já comprei nossas entradas. Me encontra nas catracas." - Tigrinho

O frio que eu sentia na barriga se intensificou ainda mais. Senti minhas pernas bambearem enquanto caminhava por entre as pessoas e de longe pude avistá-lo. Droga, ele estava tão lindo!

Calça jeans, camiseta preta, uma jaqueta branca por cima, além do cabelo descolorido lindo e a tatuagem que era o charme perfeito. Suspirei de longe e caminhei na direção dele tentando conter o sorriso.

-E aí, peixinha! Tudo bem? -Ele falou com um sorriso enorme assim que me viu e me deu um abraço tão apertado que me fez rir.

-Tudo bem sim, e com você? -Perguntei e ele assentiu positivamente com a cabeça, em seguida, deixou um beijinho na minha bochecha.

Holy Sin, Shuji HanmaOnde histórias criam vida. Descubra agora