Hanma
A luz do sol incomodou meus olhos, me fazendo despertar vagarosamente. Meus olhos ainda estavam pesados e inchados, mas eu já não conseguia mais dormir. A primeira coisa que pensei quando acordei, foi em minha mãe. Até meu sono estava perturbado.
Me levantei e sentei no sofá. Dei um longo bocejo e me espreguicei inteiro. Dormir no sofá não era a coisa mais confortável do mundo, principalmente se considerar minha altura, mas era isso ou dormir na rua.
O cheiro de café preencheu minhas narinas e eu encarei a televisão desligada, vendo apenas meu vulto escuro. Não precisava de nitidez para saber que eu estava acabado e destruído. Minhas mochilas ainda estavam no outro sofá, perfeitamente intocadas. Uma música baixa vinha da cozinha, algum rock antigo que eu ainda não conseguia reconhecer.
— Bom dia — a voz de Rei soou atrás de mim e eu me virei, encarando a loira com uma caneca e um prato na mão. — Toma, fiz café da manhã pra você.
— Obrigado — sussurrei, ainda com a voz rouca e a garganta doendo.
Peguei os utensílios da mão dela e apoiei no meu colo. A caneca estava cheia de leite com chocolate e o prato tinha um pão com queijo na chapa. Mordi de leve e comecei a comer, pois estava com o estômago vazio e um gosto azedo na boca. Meu celular vibrou em cima da mesa de centro e eu apoiei a caneca para pegá-lo.
"Oiii, desculpa não ter atendido suas ligações. O Tetta passou mal a noite toda e eu fiquei no pronto socorro com ele. Você sabe que ele realmente não pode beber" — Yu
Então era esse o motivo pelo qual ninguém estava na casa deles quando eu voltei durante a madrugada. Respirei fundo e apenas digitei uma mensagem, dizendo que depois precisava falar com ela. Sabia que Yuriko não me negaria ficar na casa dela alguns dias e me sentia muito grato por poder ter alguém com quem contar.
Entretanto, a ajuda imediata veio da pessoa que eu menos esperava. No momento de desespero, sozinho na rua às duas da manhã, eu não sabia para onde ir. A casa de Kazutora era tão ruim quanto a minha, eu não ia estragar a noite de Baji e Chifuyu, Choji não estava na cidade e eu não podia nem sonhar em pular a janela de Suri com todas aquelas bolsas. Rei foi a única pessoa em quem eu pensei, e ela não pensou duas vezes antes de me deixar ficar.
— E aí, tá melhor? — ela perguntou ao voltar da cozinha, agora com café da manhã para si mesma.
— Consegui parar de chorar — falei entre mordidas.
— Quer conversar?
Respirei fundo e ponderei. Eu precisava colocar tudo para fora, mas ainda não sabia como. Muita coisa tinha acontecido e muitos sentimentos confusos rodavam na minha mente. Se eu contasse para Rei o que tinha acontecido, precisaria contar o que estava sentindo, e eu não queria fazer isso naquele momento.
— Eu só... tive que sair de casa às pressas — encarei a loira. Os olhos castanhos claros me observaram em cada detalhe e ela pareceu compreender.
— Já tem lugar pra ficar? — ela mordeu o próprio pão.
— Vou ver com a Yuriko e o Kisaki, eu tenho certeza que eles não vão negar. E não é pra sempre, é só até eu arrumar um lugar pra mim, então...— deixei a frase no ar e voltei a comer.
— Shuji, sabe que pode ficar aqui se quiser — Rei falou unindo os joelhos. — Quer dizer, sei que sua namorada provavelmente não ia gostar, mas eu não sou filha da puta a ponto de te deixar morando na rua por pura birra.
Apenas a olhei por alguns instantes e suspirei. No fim de tudo, a pessoa que me estendeu a mão foi Rei Murakami e eu sabia que se as coisas apertassem, ela continuaria ali, com a mão aberta para me ajudar. Mesmo depois de tudo o que tinha acontecido, eu sabia que Rei não era do tipo que se aproveitaria de momentos como aquele para fazer qualquer outra coisa.
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Holy Sin, Shuji Hanma
Fiksi Penggemar[Fanfic] [Tokyo Revengers] [Shuji Hanma] [+18] Ela era um anjo. Uma garota tão gentil, adorável, amável e delicada. Cresceu num ambiente feliz e saudável, cercada de amor, boa educação e respeito. Ele foi criado no inferno. Brigas constantes, violê...