Hanma
-Eu tô atrasado, mulher! -Falei com pressa ajeitando as luvas nas mãos enquanto minha mãe não parava de falar ao telefone.
-Passa aquele perfume que você tem, aquele que tem um cheiro bom. Que eu falo que tem cheirinho de neném.
-Eu já passei, mãe. Eu tenho que sair agora! A família da Suri já tá quase chegando lá. -Me sentei na borda da cama e comecei a colocar os tênis, amarrando os cadarços com pressa.
-Tá bom, se comporta, viu?
Ela finalmente desligou o telefone e eu estava pegando a carteira para sair. Fui checar minha aparência uma última vez no espelho e só então percebi que eu ainda estava com o maldito papel alumínio no cabelo, retocando a mecha.
-Caralho, meu cabelo vai cair! -Falei em desespero tirando o papel e correndo para o banheiro. Fui obrigado a tirar as luvas mais uma vez e lavei o cabelo sem demora.
Olhava no relógio a cada cinco segundos, sabendo que eu tinha que sair de casa em menos de dez minutos, mas meu cabelo ainda estava uma merda. Precisava secar, passar o gel, arrumar, deixar pra cima...
-Ah, que se foda. -Falei usando o secador da minha mãe apenas para retirar o excesso de água e deixei o cabelo pra baixo mesmo. Ficou estranhamente bom e pensei que talvez eu usasse ele daquela forma mais vezes. Estava um pouco mais comprido do que o habitual, mas não importava.
Coloquei as luvas novamente, tranquei meu quarto, peguei a chave da moto e saí. E em todo esse tempo Haru não se levantou nem uma única vez do maldito sofá.
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Suri me mandou a mensagem dizendo onde estaria e eu entrei no museu. Eu não fazia ideia ainda de que tipo de exposição ia rolar ali, mas ela me garantiu que eu ia gostar. Passei pela entrada e fui caminhando devagar.
Minhas pernas pareciam moles e rígidas ao mesmo tempo, talvez fosse essa a definição exata de "pernas bambas". Cada passo era um desafio. Meu coração parecia prestes a sair do peito de tão forte que batia e eu engolia em seco. Coloquei as mãos nos bolsos por costume e olhei ao redor. Minha respiração pesada denunciava o meu nervosismo.
Porra, Hanma, se acalma! Eu brigava comigo mesmo dentro da cabeça enquanto caminhava em passos fofos pelo carpete do local, mas quanto mais broncas eu dava em mim, mais eu ficava nervoso. Eu estava surtando.
-Tá na hora. -Falei sentindo o suor frio nas mãos quando avistei Suri de longe.
Ela estava tão linda! Usava um shorts branco de cintura alta e uma camiseta lilás e curta, deixando uma parte da barriga aparente. Os tênis brancos combinavam com a leveza da aparência, contrastando com o cabelo preto e brilhante.
Suri me avistou de longe e acenou com o braço erguido. O frio no estômago mais parecia um furacão, eu estava travado, mas continuava andando. A mãe dela se virou para mim e deu um sorriso gentil, Shiro olhava travessa, e o pai dela... o pai dela me encarou de cima a baixo, como se analisasse cada detalhe meu.
-Oi, Shuji! -Suri correu na minha direção e quando se aproximou ficou na pontinha do pé e me deu um beijo na bochecha. -Ué, não vai me beijar?
-Seu pai tá olhando, eu tô nervoso. -Confessei e ela começou a rir. -Você falou que eu sou namorado ou...?
-Não dei títulos, mas eles sabem que é namorado. Vem, vem! -Ela me puxou pelo braço e eu me tremi inteiro.
Nos aproximamos vagarosamente e eu não sabia se queria gargalhar, rir de nervoso, chorar ou sair correndo. Engoli em seco e dei um sorriso provavelmente muito estranho, já que a mãe dela deu uma risada.
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Holy Sin, Shuji Hanma
Fiksi Penggemar[Fanfic] [Tokyo Revengers] [Shuji Hanma] [+18] Ela era um anjo. Uma garota tão gentil, adorável, amável e delicada. Cresceu num ambiente feliz e saudável, cercada de amor, boa educação e respeito. Ele foi criado no inferno. Brigas constantes, violê...