24 - DOCE REALIDADE

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POV: (S/N)


Aquilo não era real.

Não poderia ser.

Estávamos mesmo nos beijando? O Link e eu?

Tê-lo em meus braços ainda parecia um sonho.

Sentir o calor que o seu corpo exalava em contato ao meu, ainda parecia uma ilusão. E quanto mais insistente era a minha descrença, mais o Link me abraçava forte, para provar que estava ali, e que aquilo era real.

Depois de todas as dúvidas e ciúme que me consumiam por dias a fio, eu não esperava estar em seus braços tão cedo, e certamente não dessa forma.

O desejo que eu sentia a cada momento em que sua mão deslizava insaciavelmente pelo meu corpo, como se o mapeando minuciosamente, onde a pressa em me devorar era abrandada pelo prazer que um simples toque causava.

E em meio a euforia, realizei uma vontade que eu tinha desde o dia em que nos conhecemos. Deslizei os dedos por seu cabelo, e era tão macio quanto eu imaginava. O toque aveludado em contato com a minha pele, trazia uma sensação de pertencimento enquanto agitava a minha alma, que implorava por mais.

— Essa estrada é bastante movimentada. — Sussurrei em seus lábios, nossos hálitos se misturando. Entreabri os olhos e vislumbrei, com um tremor involuntário, ele se aproximar com outro beijo em meio ao sorriso que dizia que ele não poderia se importar menos, mas que se fosse algo que me incomodava, ele mudaria, sem pestanejar.

— Gostaria que fossemos para outro lugar? — Ele passou a mão pelo meu rosto, enquanto esperava por uma resposta.

O encarei por um instante, incerta. Piscando rapidamente na tentativa de fazer minha mente, que tinha se tornado algodão, formular uma frase coerente para sua indagação.

— Temos tempo para isso? — Considerei, por fim.

Ele ergueu as sobrancelhas em deleite incontido, o sorriso travesso iluminando seu rosto. Ele encostou o nariz no meu com um breve movimento para cima, e em seguida tomou meus lábios nos seus com vigor, e não se contentando a toques inocentes, sua boca traçou a curvatura do meu maxilar com beijos lentos, enquanto suas mãos clamavam por desfazer a distância, a muito inexistente, de nossos corpos.

Ergui o queixo e o Link tomou meu movimento como convite para deslizar sua língua quente por minha garganta. Agarrei seus cabelos, puxando sua cabeça para trás, e ele soltou um som indefinido ainda com os olhos fechados e a cabeça inclinada na direção em que eu a segurava. E foi quando nossos olhares turvos se encontraram, e ele lambeu os lábios, que eu tive a certeza de que arrancaria suas roupas ali mesmo se ele não se opusesse.

E como se tivesse lido minha mente ele deslizou as mãos pelas minhas costas, separando minhas pernas e me pegando no colo. Envolvi sua cintura e ele nos direcionou a passos confiantes até a última floresta que separava os terrenos outonais de Akkala e os áridos de Death Mountain.

Em algum momento, pensei em perguntar se eu não era muito pesada para ele, mas percebi com prazer, que seu modo de andar não havia sido alterado pelo acréscimo de meu corpo em seus braços musculosos, e ainda, que ele não tinha desfeito nosso beijo durante todo o percurso.

Deixei um sorriso escapar e ele mordeu meu lábio inferior antes de me pressionar contra uma árvore fina e esbranquiçada. Minha mente ponderou se caso o Link perdesse o controle, acabaríamos derrubando a árvore, ela parecia tão frágil.

E foi nesse instante, em que não ele, mas eu, estava mesmo considerando derrubar uma árvore na antecipação pelo que faríamos enquanto estivéssemos encostados nela, que minha pouca vergonha, berrou para ser ouvida.

Aumentei o aperto nos cabelos do Link e o som que antes tinha soado como algo indefinido, agora saiu nitidamente e meu corpo trêmulo, a despeito do que ansiava, terminou de acordar.

Deslizei a perna pela sua cintura até que meus saltos sentiram o que eu supunha ser terra firme. Amaldiçoei a fragilidade com que minhas pernas de gelatina queriam me sustentar.

Mantive nossos rostos separados até que, finalmente, abri os olhos.

E o modo como o Link retribuiu meu olhar, como se só agora tivesse notado o que estávamos prestes a fazer, em plena luz do dia, no meio de uma floresta que não merecia esse nome, dado a escassez de árvores, fez seu rosto corar da mesma forma que eu havia visto anteriormente, mas que nunca tinha associado a mim. O vermelho que coloria suas bochechas e lhe dava a aparência de quem tinha corrido uma maratona, sem perceber que prendia a respiração.

E como se tivéssemos acordado de um sonho, do qual nenhum dos dois queria despertar, nos afastamos, e eu me surpreendi com o ar gélido que me acometeu assim que o corpo do Link não mais estava colado ao meu.

Filha do Sol e do Mar__FANFIC: Link x Leitora (BOTW)Onde histórias criam vida. Descubra agora