Filha do Sol e do Mar__FANFIC: Link x Leitora (BOTW)

27 - TODO O TEMPO DO MUNDO

🚨OBS.: Esse capítulo é voltado para o público maior de 18 anos. Devido aos conteúdos tratados aqui. E se você for da minha família, NÃO TEM NADA PARA VER AQUI! Eu agradeço o apoio, mas é para pular esse capítulo. 😇🤭

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POV: (S/N)

O palácio de Impa era minúsculo se comparado ao esplendoroso Zora's Domain, ou ainda, ao decadente Castelo de Hyrule. E com a estadia da princesa Zelda e dos soldados enfileirados juntos à parede de madeira escura, e que foram designados para protegê-la na ausência de Link, parecia ainda menor e abafado.

Eu não queria dormir ali. O cheiro enjoativo dos incensos naquele ambiente fechado e mal iluminado, me dava vontade de vomitar.

— Vamos sair daqui. — Link estendeu a mão para me ajudar a levantar, e percebendo meu desconforto, passou meu braço por seu ombro, me oferecendo apoio.

O ar fresco era tudo o que eu precisava. O cheiro da grama recém cortada, de uma fogueira acesa não muito longe dali, da vida no vilarejo se desacelerando à medida que a lua cheia banhava as planícies com seu brilho prateado.

— A Zelda não parecia bem. — Comentei, ao passo que o Link nos guiava até a clareira nos limites do vilarejo. — O que está tirando o sono dela? Sua energia perturbada era sufocante.

— Também percebi. Mas ela não costuma compartilhar suas preocupações com ninguém.

— Pensei que fossem próximos.

— Em outros tempos, talvez. — Seu corpo tremeu por um instante. — Você sabe que estive, pelos últimos cem anos, me recuperando no Templo da Ressurreição? — Concordei, imaginando o estado deplorável em que ele deveria estar para precisar de tanto tempo naquelas águas. Um flash de suas cicatrizes aparecendo em minha mente. — Eu acordei com a voz dela me chamando. Implorando que eu salvasse o reino, que vingasse nossos amigos, que a resgatasse das garras de Ganon. Mas... Eu não queria fazer aquilo.

Recebi a falta de memória como uma benção e seu alerta, como um sonho. Eu sentia como se um enorme peso tivesse sido removido de meus ombros. Mas essa sensação não durou muito. Almas atormentadas exigiam que eu cumprisse meu destino, e o tormento delas me impeliam a viajar pelo doloroso passado que eu não recordava.

— Você não poderia recusar esse chamado?

— Não... Não quando meu destino estava enraizado ao futuro do Reino. — Ele sorriu por um instante, uma lembrança aliviando a dureza de sua feição. — Kayra me salvou nesse sentido.

— Vocês se conheciam antes da queda?

— Não. Ela foi a primeira pessoa que vi depois de sair do templo. Ela não é nada discreta, apesar de que uma vez escondida, era difícil encontrá-la.

— Verdade. — A guerreira tinha uma presença que exigia a atenção de todos por onde passasse. Fosse por sua beleza incomum, ou pela sonoridade que acompanhava sua movimentação. — Queria ter ajudado mais.

Novamente a devoção fez os olhos do Link brilharem, e me perguntei o que ela significava e o porquê de ele não reprimir a adoração que me direcionava. Eu agora sabia que o respeito pela princesa era solene, um dever, uma obrigação que ele não queria ter assumido.

— O que a Kayra significa para você? — Perguntei.

— Alívio. — O Link contemplou a clareira e a sombra que a árvore formava no chão. — Tê-la ao meu lado foi o que me deu forças para cumprir o meu dever. Quando percebi que nossos destinos estavam interligados, tudo fez sentido. Eu não conseguiria cumprir meu papel sozinho, e ela também não. Juntos, amenizamos o peso da profecia na alma um do outro.