Filha do Sol e do Mar__FANFIC: Link x Leitora (BOTW)

17 - ATÉ OS HERÓIS PRECISAM DESCANSAR

Aproveite o capítulo 17! 😊💕

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POV: (S/N)

O Link era um mistério para mim, começou com sua identidade, depois sua aparência física e agora sua expressão, comumente neutra, que se transformava subitamente, e me fazia ponderar se a mudança abrupta tinha sido apenas fruto da minha imaginação.

Mas desde o fim da aula de arqueria que ele tinha se tornado um poço de bochechas coradas e olhares desencontrados. Sua saúde me preocupava. Mesmo que ele fosse o famoso herói da lenda estava levando seu legado e título longe demais.

— O Link também vai querer uma toalha, por favor. — Informei ao Yunobo, que alternava sua atenção freneticamente entre nós dois.

— Estou apenas acompanhando o regimento (s/n).

— Exatamente! — Juntei as mãos com satisfação e suas sobrancelhas franziram em meio à confusão. — Então para cumprir com o seu dever com perfeição, como de costume, precisa vir comigo. Certo?

— Acho melhor não. — O homem afastou minha proposta com um aceno tímido e estava pronto para partir.

— Ora, Link! — O ultrapassei e estiquei os braços, bloqueando seu progresso. — Você precisa ficar aqui por todo o período em que estivermos nos curando. Então faça o mesmo! — Ele abriu a boca para retrucar e não lhe dei a chance de falar. — "Não é tão ruim quanto parece", certo?

Ele escolheu não responder e apenas sorriu.

— Não me diga! — Falei horrorizada. — As termas são mais dolorosas que a massagem?!

A gargalhada que irrompeu de sua garganta me pegou desprevenida. Não imaginava que ele seria capaz de emitir um som tão gostoso como aquele.

— O que te deu essa impressão? — Ele indagou com lágrimas ameaçando deixar rastros cristalinos em suas bochechas.

— Seu contentamento, é claro! — Isso só fez sua risada se aprofundar.

— Aqui está, meu amigo! — Pulei de susto com a voz de Yunobo. Sua eficiência me irritando.

O Link pegou a toalha e, com um movimento despreocupado a jogou por cima do ombro, antes de tomar minha mão na sua e me fazer girar para ficar ao seu lado.

— Vamos?

— P-pode ir na frente. — Mordi a língua. — Vou me trocar e já te alcanço. — Esbarrei no Goron, que com um sorriso desconfiado, me guiou até os vestiários.

Uma vez dentro da cabine circular de pano, no azul da família real de Hyrule, tirei as peças da armadura que eram mais fáceis e, surpreendentemente, me atrapalhei com os fechos de metal que prendiam meu top. Como se eu não tivesse passado metade da vida usando esse estilo de armadura. E em verdade, essa era a primeira vez que vestia uma representação, quase fiel, da confeccionada pelo meu povo.

— Mas que ridículo! — Berrei, sem esperar por uma resposta.

— Algum problema? — A voz do Link soou baixinha do outro lado do fino tecido que separava minha figura seminua dele.

— Os fechos da armadura que a Zelda projetou são diferentes dos que estou acostumada, não consigo abrir.

— Eu te ajudo. — Quando vi seus dedos na borda do tecido minha sanidade me alertou para pará-lo.

— Não será necessário! — Disse apressadamente, agarrando sua mão com força.

Depois de um momento de silêncio ele se libertou de meu aperto e ouvi o som de seus passos se afastando, ora na grama, ora nas pedras. Mas não demorou muito até que sua voz me sobressaltasse uma vez mais.