Estou correndo na esteira quando Daniel chega da sua caminhada matinal no Central Park. Ele afasta o cabelo grudado na testa pelo suor e diz:
— E aí, Drew?
— Oi — cumprimento, ofegante, sem perder o foco.
— Perdeu uma caminhada agradável hoje — informa, para depois beber longos goles da sua garrafa de água. — O Neo se divertiu muito.
— Neo se diverte com qualquer coisa — retruco. — Obrigado por levá-lo para passear hoje.
— Sem problemas. — Sem aviso prévio, Daniel aperta um botão na esteira e o aparelho começa a perder sua potência. Fuzilo o meu amigo com o olhar. — Diminui o ritmo, cara. Todo mundo sabe que você está em forma; melhor do que isso não dá pra ficar.
— Sempre dá para ficar melhor — rebato.
Ele revira os olhos.
— Você é tão presunçoso. Não cansa de ter todas as mulheres da cidade aos seus pés, né?
Tento evitar o sorriso presunçoso, mas não consigo.
— Tira esse sorrisinho da cara, idiota — Daniel bufa. — Não sei porque essas revistas te pintam como um filantropo enigmático e misterioso. Se eles soubessem o pau no cu que você é…
Acho graça.
— Sou pau no cu por não gostar de expor a minha vida pessoal em uma capa de revista ou exibir os meus relacionamentos casuais em um evento de gala? — eu desligo a esteira e vou à procura da minha garrafa de água.
— Convenhamos: você tem mérito para se exibir um pouquinho.
—
Ah, é? — olho para ele, contrariado. — E por quê?— Ora, você tem tudo o que um homem pode querer na vida: dinheiro, um negócio de sucesso, carros esportivos de um milhão de dólares, mulheres…
— Você sabe que nunca fui o tipo exibicionista.
— Talvez esse seja exatamente o motivo de você atrair tanta atenção — faz uma pausa. — E em falar em atenção…
Daniel lança um olhar discreto para a minha esquerda e não preciso olhar naquela direção para saber que tem uma loira muito atraente interessada no que acontece do lado de cá. Ela passou a me observar desde que entrei na academia, e quando retribuí o olhar, ela não desviou o dela, o que me faz lembrar de uma pessoa que contratei recentemente.
— É, eu percebi — murmuro, ainda sem olhar para lá.
— E por que está aqui dando mole? A mulher é uma baita de uma gata!
— Não estou interessado.
Ele estranha.
— Por que não?
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Sr. Royal
RomanceJames Royal é um clichê: um CEO bem-sucedido bonito demais para ser verdade, ótimo nos negócios e que pode ter a mulher que quiser sem fazer muito esforço. Ele tem apenas dois objetivos: manter a sua empresa no topo e aproveitar a sua vida o máximo...