Vinte e sete

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Alguma coisa mudou desde domingo, quando passei um tempo com James, sua sobrinha e seu adorável cão

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Alguma coisa mudou desde domingo, quando passei um tempo com James, sua sobrinha e seu adorável cão. Eu não sei explicar bem o quê — no trabalho, ainda agimos como profissionais, apesar de, de vez em quando, acabamos cedendo aos caprichos e roubamos um beijo um do outro às escondidas e trocamos olhares que poderia ser capaz de colocar fogo no deserto de gelo da Antártida. Mas não é essa a questão. A questão é que parece que, desde aquele dia, criamos algum tipo de vínculo. A forma como ele fala comigo quando estamos a sós se tornou mais doce, e até mesmo o jeito que ele me toca agora parece diferente. 

Digo a mim mesma que isso não passa da minha mente tentando me pregar uma peça. James não está interessado em um relacionamento, mas ainda assim… lá no fundo do meu peito existe uma chama de esperança. No início, meu interesse nele era apenas sexual, mas agora não consigo passar um dia sem pensar em como seria estar mais perto dele — como seria dormir aconchegada naqueles braços depois do sexo, ou apenas ficar de bobeira na cama jogando conversa fora. Me pergunto como seria receber o afeto de James, o carinho, o amor… 

Estou ficando deprimida. James impôs limites, e estou sendo uma filha da puta por ficar fantasiando uma vida a dois ao lado dele. Isso seria como dar um tiro no próprio pé. Não posso me apaixonar por ele, e parte de mim não quer isso, mas a outra parte… não consigo evitar. Fico ansiosa para acordar de manhã e encontrá-lo no trabalho, e fico triste quando tenho de ir embora porque sei que não vou mais vê-lo — pelo menos nas noites em que ele não aparece na minha porta querendo apenas alívio físico. Estou recebendo migalhas e me deliciando como se fosse um banquete. Qual é a merda do meu problema? 

— Isso não vai dar o que preste — Demi avisa depois que eu conto para ela sobre os últimos acontecimentos em relação ao James. 

Faço uma careta. Suas palavras não ajudam em nada. Poxa, valeu, Demi. 

— Não precisa me dizer o que eu já sei — resmungo. 

— Olha, eu sei que brinquei sobre você dormir com o seu chefe, mas… eu não estava sendo totalmente sincera — há apreensão no seu tom de voz. — Mac… isso é muito sério. 

Sinto uma angústia apertar o meu coração. 

— Eu sei — concordo, aterrorizada. — Parecia que tudo estava sob controle, era só sexo, mas agora… — faço uma pausa e engulo em seco. 

Demi me lança um olhar solidário. 

— Fica calma. Vamos tentar resolver isso — ela bebe um gole de vinho antes de prosseguir. — Você gosta dele? 

Hesito. 

— Não sei — admito. — Meus sentimentos estão uma bagunça agora. Quer dizer… eu gosto do sexo. Gosto além da conta. Mas também gosto de passar um tempo com ele, de conhecê-lo melhor. Quero estar perto dele o tempo todo, não quando apenas lhe convém. 

Ela suspira. 

— Parece que você gosta dele, sim. 

É a minha vez de beber vinho. Preciso de um pouco de álcool para suportar essa conversa. 

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