A semana pós Long Beach foi a mais difícil da minha vida. Eu não sou tão ingênuo a ponto de achar que, depois de tudo o que aconteceu entre mim e Mackenzie, as coisas voltariam a ser como eram antes — frio, calculista e profissional —, mas eu não imaginava que a convivência com a minha secretária se tornaria mais do que insuportável.
Não, Mackenzie não deu uma de louca e saiu espalhando o que aconteceu para todo mundo nem deu uma de obsessiva para cima de mim, muito pelo contrário… ela fez questão de manter uma distância entre a gente como se tivesse uma cratera nos separando, e um passo à frente pudesse fazer um de nós dois despencar em um abismo escuro e profundo. Ela não me olha dentro dos olhos, e quando comete esse erro, faz questão de focar em um outro ponto. Nada de sorrisos, nem mesmo provocações internas; às vezes tenho a sensação de que estou conversando sobre trabalho com uma pedra. Mackenzie apenas se senta na cadeira à minha frente, escuta o que eu tenho a dizer em silêncio e vai embora.
Isso deveria me deixar aliviado. Mas não deixa.
Sou o tipo de pessoa que consegue esconder bem os sentimentos quando é conveniente. Quando se trata do meu trabalho, sou completamente implacável e não cometo deslizes. Engraçado… eu não me sinto esse cara nesse momento. Estou mais para um idiota que acabou de foder com tudo porque é simplesmente egoísta.
Ter levado Mackenzie para a cama foi um erro. Um erro que eu adoraria cometer de novo.
Viu só?
Babaca egoísta.
Vou ter que aprender a conviver com isso. Dei a minha palavra a Mackenzie e não vou demiti-la — e também, acho que não conseguiria ser tão frio a esse ponto. Tudo o que precisamos é de um pouco de tempo. Ela vai superar isso; é uma mulher forte, decidida, e eu… bom, eu vou tentar. Não é nada fácil esquecer uma mulher que mexe com sua cabeça — e com o seu pau — ao mesmo tempo que tem de lidar com ela todo santo dia.
Eu poderia abandonar o barco. Aquela é a porra da minha empresa, e eu posso fazer com ela o que eu quiser — inclusive tirar férias no meio do ano. Mas não sou covarde a esse ponto. Eu dou valor ao meu trabalho, porque sei o quanto eu tive que ralar para chegar no topo, e além de tudo, não fujo dos meus problemas. Eu os encaro de peito aberto e queixo erguido, porque sei que, no fim, o controle está nas minhas mãos.
Me sinto frustrado. Eu não sei que tipo de feitiço Mackenzie jogou em mim, mas parece forte, porque só isso explica eu ter, nem que saiba por um milésimo de segundo, ter pensado em deixar a empresa em segundo plano só para poder evitá-la. Os negócios vêm em primeiro lugar para mim. Isso não vai mudar por causa de uma mulher que não significa nada para mim.
Você sabe que isso não é verdade, minha consciência rebate em tom risonho. Aquela mulher significa alguma coisa, acrescenta ela, o tom afiado e venenoso, e você está perdendo a cabeça por causa dela. É uma questão de tempo, James. É assim que começa… e depois, você estará arruinado. Não, não… aquela pobre coitada estará arruinada, porque é isso o que você faz com as pessoas… você as arruína. Exatamente como fez com Kristen.
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Sr. Royal
RomanceJames Royal é um clichê: um CEO bem-sucedido bonito demais para ser verdade, ótimo nos negócios e que pode ter a mulher que quiser sem fazer muito esforço. Ele tem apenas dois objetivos: manter a sua empresa no topo e aproveitar a sua vida o máximo...