James Royal é um clichê: um CEO bem-sucedido bonito demais para ser verdade, ótimo nos negócios e que pode ter a mulher que quiser sem fazer muito esforço. Ele tem apenas dois objetivos: manter a sua empresa no topo e aproveitar a sua vida o máximo...
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Dou de cara com Cassey quando dobro o corredor.
— Olá, James — ela me cumprimenta, sempre muito calorosa.
— Cassey — lhe ofereço um aceno de cabeça.
— Já recebi a sua nova secretária. Ela está esperando na sua sala.
— Bom. E o que achou dela?
— Parece decente — o sorriso dela é encorajador. — Mas, claro, é você quem decide isso. Eu escolhi alguém que se encaixava melhor nos seus requisitos, e Mackenzie tem tudo para suprir as suas necessidades.
Arqueio a sobrancelha, e ela ri.
— Profissionalmente, é claro — ressalta.
— Bom, é melhor eu não deixar a Srta. Jordan esperando. Obrigado pela ajuda, Cassey.
— Sempre que precisar — dá uma piscadinha e vai embora, seguindo um caminho contrário ao meu.
Sigo pelo corredor, um pouco apreensivo — e curioso — sobre essa nova funcionária. Eu não pretendia ter uma nova secretária, estava bem satisfeito com a anterior, mas as coisas fugiram totalmente do meu controle. Ter que passar por todo esse processo novamente é estressante, e agora não consigo deixar de estar em alerta o tempo todo — não quero que outro incidente como aquele aconteça novamente. Acho que preciso deixar as coisas bem claras para a Srta. Jordan.
Eu faço menção de bater na porta do escritório e acho graça disso. Esta é a minha sala. Não preciso bater para entrar. Giro a maçaneta suavemente e a primeira visão que eu tenho é de uma mulher negra, usando roupas formais que parecem do tamanho certo, pois valoriza bastante a sua silhueta, e um cabelo longo e escuro que balança suavemente à medida que ela se move.
A Srta. Jordan não me viu chegar. Parece entretida em algo que encontrou na minha mesa. Logo percebo que se trata do porta-retratos que eu deixo ali do Neo junto com Maya. Eu fico parado próximo à porta, a observando. Sua expressão demonstra curiosidade, e parece tão concentrada que receio que, mesmo que um furacão acontecesse aqui dentro neste exato momento, ela ainda não perceberia.
Diante disso, eu decido chamar a sua atenção:
— Esse é meu cachorro, Neo.
Ela leva um susto e quase derruba o porta-retratos. Seus olhos procuram os meus, um tanto aturdidos, e vejo o queixo dela cair quando olha para mim. Não sei o que ela vê, e a situação cômica faz um sorriso quase se insinuar no canto da minha boca.
— Ai, meu Deus — ela sussurra, e depois olha para o porta-retratos em suas mãos, meio sem jeito. — Eu… hum… desculpe — e o devolve para o seu lugar de origem em cima da mesa.
— Está tudo bem. A curiosidade é uma característica humana — caminho lentamente até ela. — Mas eu prefiro que não mexam nas minhas coisas sem o meu consentimento.
