Quarenta e sete

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Receber a notícia de que eu finalmente poderia ir para casa foi um grande alívio

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Receber a notícia de que eu finalmente poderia ir para casa foi um grande alívio. Eu já não aguentava mais ficar deitado vinte e quatro horas por dia em uma cama, com dor nas costas por causa da inatividade, com os movimentos reduzidos por causa do maldito gesso que, além de incomodar, causa uma coceira horrível. Depois do estresse pós-acidente, eu só quero esquecer que toda aquela merda aconteceu e seguir em frente. 

Todos estão preocupados que eu crie algum tipo de trauma, mas acho que estou bem. É claro que o que aconteceu foi chocante, mas no fundo, não estou surpreso. Kristen era maluca, completamente descontrolada, e apesar de lamentar muito a morte dela — eu realmente não queria que as coisas terminassem desse jeito —, eu não posso negar que estou aliviado por saber que eu posso sair na rua sem medo de ser atacado. Sinceramente, não era comigo que eu estava preocupado, e sim com Mackenzie. Toda vez que eu lembro que podia ter sido ela no meu lugar… fico enjoado só de pensar. 

Quando vi aquele carro indo na direção dela, entrei em pânico. Parecia que eu tinha morrido naquele exato momento, porque meu coração simplesmente parou de bater. Minha única reação foi correr até ela, tirá-la da zona de perigo, porque não importava o que poderia acontecer comigo — se ela se machucasse por minha causa, eu nunca poderia me perdoar. 

Mas apesar dos momentos de tensão que se seguiram, agora estamos bem. Ela está completamente curada dos arranhões, já eu… bom, estou me recuperando aos poucos. 

Apesar de ter comprado um lugar novo para morar, a mudança não está definitivamente completa, e eu não quero voltar para o meu antigo apartamento onde o fantasma de Kristen parece assombrar cada canto daquele lugar. Cogitei ficar na casa dos meus pais até tudo ficar pronto, ou até mesmo com Daniel, já que ele tem um apartamento aconchegante e eu tenho certeza que o meu amigo me receberia de braços abertos, mas não pude recusar quando Mackenzie simplesmente determinou que eu ficaria esse curto período de tempo na casa dela. Sei que dei um baita susto nela, além de deixá-la estressada, ansiosa e angustiada, e a última coisa que quero é dar ainda mais trabalho para ela, mas, porra… aquela criatura é a mulher da minha vida, e eu seria louco se recusasse dormir todas as noites com o rosto aconchegado entre aqueles seios fartos. 

Sou um cretino, sei disso. 

O que me deixou mais feliz — e ainda mais apaixonado por aquela mulher — é que ela aceitou Neo de braços abertos em sua casa durante a minha estadia. Pode parecer apenas um cachorro, mas aquele animal significa tudo para mim, e eu não iria a lugar nenhum sem ele. Todo esse tempo longe um do outro já foi ruim o suficiente. E o que me deixa ainda mais caidinho por ela é o fato de que ela não aceitou Neo em sua casa só porque eu estou lá, mas sim porque ela se importa com ele como se fosse seu. Parece que somos uma família, e a sensação é boa pra caralho. 

Bom, não é porque eu saí do hospital que significa que terei paz imediata. Daniel inventou de fazer uma festa de boas-vindas, e fiquei bastante surpreso quando Mackenzie concordou com essa ideia estúpida. Não quero trazer o caos para dentro do apartamento dela, mas ela parece não se importar muito com isso, e fez questão de estar a par de todos os preparativos enquanto eu passava a maior parte do tempo resmungando. Eu só queria passar a noite sentado no sofá dando uns amassos na minha namorada e talvez ganhar um boquete, mas serei obrigado a ficar respondendo perguntas sobre o acidente e ouvir as pessoas dizendo que lamentam por tudo o que aconteceu. Caramba… eu só quero esquecer isso. 

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