James Royal é um clichê: um CEO bem-sucedido bonito demais para ser verdade, ótimo nos negócios e que pode ter a mulher que quiser sem fazer muito esforço. Ele tem apenas dois objetivos: manter a sua empresa no topo e aproveitar a sua vida o máximo...
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Pensei que tinha sido um sonho. Quer dizer… qual a probabilidade do meu chefe aparecer na minha porta, dizendo que sou dele, e por fim me beijar? Parece uma situação impossível para mim, mas que de fato aconteceu. Tudo ficou bastante claro quando acordei pela manhã e encontrei James dormindo ao meu lado, tão bonito que parecia uma imagem irreal.
Reservei um momento para olhar para ele. Era óbvio que tinha enchido a cara na noite passada, mas misteriosamente não estava fedendo a álcool. Cabelo desgrenhado, barba um pouco grande, lábios entreabertos… foi um sacrifício colocá-lo na cama, mas todo aquele esforço valeu a pena, tudo para que eu pudesse olhar para ele.
E então ele acordou, e como eu temia, não lembrava de nada. Do nosso beijo. Aquele que, mesmo que tenha passado horas, ainda parece queimar sobre os meus lábios. Achei que eu ficaria aliviada com isso, e até esperava por essa reação, mas acontece que me enganei: a decepção está ardendo em meu peito até agora.
O que eu estou fazendo? Tentando acabar com a minha carreira? Estou sendo muito estúpida se acho que James vai tolerar outra secretária no pé dele. O aviso foi dado, mas… foi ele quem veio até mim. Foi ele quem me beijou, que insinuou que sentia coisas por mim. Será mesmo possível que tudo aquilo, todas aquelas palavras, foram criadas apenas na cabeça dele, motivadas pelo álcool? E por que eu me recuso a acreditar nisso? Por que ainda mantenho esperanças que, no fundo, ele gosta um pouquinho de mim?
Ontem à tarde eu estava em um barco com Cole, velejando pelas águas tranquilas de Long Beach. Prometi a mim mesma que daria uma chance para o cara, já que ele tinha se mostrado tão interessado, e que se desse certo de alguma forma maluca eu usaria isso para esquecer de uma vez por todas essa atração perigosa que eu sinto pelo meu chefe. Tocamos no nome de James pouquíssimas vezes, nada muito relevante, mas a minha cabeça estava pensando nele o tempo inteiro, e isso me irritava de um jeito alucinante. Eu só precisava de uma distração… então, no fim do passeio, deixei Cole me beijar.
O beijo foi bom. Excelente, na verdade, mas de uma forma comum. Eu já beijei vários caras que beijam como Cole: com técnica e dedicação, mas nunca beijei ninguém que fizesse o meu mundo parar de girar ou meu coração acelerar como uma Lamborghini que vai de 0 a 100 em menos de três segundos.
Bom, eu nunca tinha beijado até ontem à noite.
James tem conseguido mexer comigo de várias formas, mas quando seus lábios tocaram os meus, senti como se fosse a primeira vez que eu estivesse sendo beijada. A adrenalina na corrente sanguínea; a euforia no estômago; a ansiedade enchendo o peito… estava tudo lá. Me senti especial de um jeito patético, como se eu fosse a única mulher que importasse no mundo. Ainda me sinto assim, o que é ainda mais patético.
Preciso de um tempo. Da minha mente traiçoeira que continua projetando imagens daquele beijo, do James, dessa viagem, de tudo… preciso encontrar um meio de escapar, mas não tenho para onde ir. Estou presa nesse lugar com o meu chefe por pelo menos mais dois dias, e não posso dizer que estou preparada para isso.