Nove

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Os dias passaram tão rápidos quanto um piscar de olhos

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Os dias passaram tão rápidos quanto um piscar de olhos. Quando me dou conta, estou trabalhando na Royal Corporation há um pouco mais de um mês, e já me sinto um pouco mais familiarizada com o ambiente e a demanda de trabalho. 

As pessoas que trabalham aqui são muito hospitaleiras, e já me enturmei o suficiente para almoçar com meus outros colegas na copa e sair para happy hours em algumas sexta-feiras à noite depois do trabalho. Claro que existem algumas pessoas arrogantes no meio da comunidade, mas aprendi a relevar, afinal, não estou aqui para provar nada a ninguém que não seja o meu chefe. Já me alertaram sobre alguns boatos de que eu estou dormindo com o James como a antiga secretária — mesmo que eu não tenha uma informação verídica sobre isso —, e apesar de não entender direito o que aconteceu quando eu não trabalhava aqui, aprendi a não dar ouvidos a essa fofoca descabida, afinal, não tenho nada a ganhar batendo boca ou tentando provar o contrário para pessoas que não me conhecem e nem significam nada para mim. 

Até mesmo arrumei um pretendente. Não é engraçado? O cara trabalha no setor financeiro, e por isso apenas nos conhecemos em um desses happy hour. Ele não teve problema nenhum em vir falar comigo, todo confiante, com um sorriso fácil e charme barato. Foi até divertido beber uma cerveja com ele, mas Cassey me alertou que Matt é um garanhão de primeira, e que provavelmente só está tentando me levar para a cama, como fez com muitas outras colegas de trabalho. 

Não posso dizer que não estou acostumada. Os homens só me procuram para o prazer físico, e isso é extremamente decepcionante. 

— Sabe, eu acho que você devia transar com ele — aconselha Demi, no horário de almoço, depois que eu conto para ela sobre Matt. Resolvemos almoçar juntas longe dos limites da empresa. 

— Eu transaria com a cidade inteira se lhe desse ouvidos, Demi. 

Ela abre um sorrisinho. 

— Quem precisa de compromissos? Eles só servem para dar dor de cabeça.

— É… — concordo vagamente, cutucando minha comida sem muito interesse. 

— Ei, o que foi? — seu tom de voz é preocupado.

Solto um suspiro e olho para ela. 

— É que… faz tanto tempo… às vezes sinto falta de ter alguém fixo. 

— Nesta cidade? Acho difícil — desdenha. — Essa cidade está cheia de playboyzinhos, e eles preferem trocar de mulher como trocam os seus carros esportivos. É uma babaquice sem fim. 

— Você tem razão — concordo, em tom de encerramento. — Mas e você? Faz tempo que você não sai com ninguém, né? 

Ela bufa e depois revira os olhos. 

— Não, e nem quero. Estou na flor da idade, e quero passar o rodo nessa cidade antes de me aquietar. 

Acho graça. 

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