Trinta e quatro

7.5K 771 57
                                    

Não fomos jantar naquela noite

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Não fomos jantar naquela noite. James até tentou me convencer, disse que eu precisava me distrair, mas eu simplesmente não consigo sentar em uma mesa e sorrir como se estivesse tudo bem quando tudo está desmoronando. 

As coisas têm sido… difíceis. Não nos restam muitas opções além de manter o profissionalismo e voltar ao trabalho, mas o clima é tão pesado que você consegue cortar facilmente com uma faca. 

O primeiro dia após a matéria de Denise Davis foi regrada de silêncio. Meus colegas me lançaram olhares de julgamento e até de desprezo, mas nada comentaram a respeito. Mas à medida que os dias foram passando, a situação realmente saiu de controle. 

Algumas pessoas se sentiram no direito de me atacar. Brenna, a garota por quem eu fiquei sabendo sobre a matéria no banheiro, me provocou abertamente no elevador na segunda-feira, na presença de outros caras vestidos de terno. Fiquei muito constrangida, e quando saí do elevador, só senti vontade de chorar. Mas, claro, me fiz de forte e me ocupei com o trabalho como se a minha vida dependesse disso. 

James está cada vez mais estressado, e não estava brincando quando disse que processaria Denise e a revista em que trabalha. Isso repercutiu bastante na mídia, e negativamente quando se trata de mim. As pessoas debocham, dizendo por aí que sou a nova "protegida" do chefinho. Os insultos não param por aí: "interesseira", "aproveitadora", "vadia" e "oportunista" são apenas uns dos adjetivos que usam para me classificar. Acham que estou apenas interessada no dinheiro de James, quando eu nunca dei a mínima para isso. Gosto mesmo dele… mas nesse momento, gostar dele dói. E só quero que pare de doer. 

Na sexta-feira, Daniel me convenceu a ir ao happy hour. Ele é um cara legal, e sei que está com pena da minha situação. O cara trabalha no setor financeiro, mas sempre está por aqui por ser amigo do CEO, então receio que ele perceba a tensão que cobre todo o ar. Eu relutei muito, mas acabei aceitando, porque estava mesmo precisando me distrair… decisão horrorosa. 

Meus colegas de trabalho se acharam no direito de discutir minha atual situação abertamente no meio de uma rodada de bebidas… e na minha presença! Brenna perguntou como eu me sentia sendo o mais novo brinquedinho sexual de James. Perdi a cabeça. Além da humilhação e constrangimento que eu estava sentindo, a raiva estava extrapolando todos os limites. Eu estava de saco cheio daquela garota, e parti para cima na tentativa de defender a minha honra. Foi Daniel quem me tirou de cima dela, e sei que usar a violência não resolve nada, mas eu precisava extrapolar de alguma forma. 

Voltei para casa naquela noite me sentindo um lixo, e continuo me sentindo péssima duas semanas depois. 

James ficou furioso ao saber dessa história. Ele ficou com tanta raiva que sei que colocaria Brenna no olho da rua caso eu permitisse, mas sei que ele não pode sair demitindo cada pessoa que fale mal de mim. 

Me sinto tão deprimida. Entendo que as pessoas estão se sentindo traídas, afinal, eu quebrei as regras e não fui punida. Vantagem de estar dormindo com o seu chefe. Mas eles estão exagerando. Não há necessidade de me isolar como se eu tivesse ebola, nem mesmo de destilar ódio e veneno contra a minha pessoa. Tenho certeza que ninguém segue essa regra idiota que James criou, são tudo um bando de hipócritas, mas eles sentem prazer em me atacar porque sabem que estou emocionalmente vulnerável. 

Sr. Royal Onde histórias criam vida. Descubra agora