Quarenta e três

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Esse é o pior dia da minha vida

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Esse é o pior dia da minha vida. 

Ali, naquele asfalto quente, eu pensei que James tinha morrido em meus braços. Havia muito sangue, muitos ferimentos, mas quando o socorro chegou, ainda havia sinais vitais nele. Colocaram nós dois em uma ambulância apertada com mais dois paramédicos, e eles tentaram de toda forma me convencer de me afastar de James, mas permaneci ao seu lado, segurando a sua mão, implorando aos céus ou a qualquer um que se dispusesse a ouvir para não deixá-lo ir embora. 

Continuei do lado dele até mesmo quando ele sofreu uma parada cardiorrespiratória a caminho do hospital. Não foi fácil ver aquelas pessoas estranhas rasgando a camisa dele e usando um desfibrilador, dando choques elétricos em seu peito. Não foi fácil vê-lo indo embora, desistir da própria vida, enquanto eu permaneci ali, amuada, impotente. 

Mas o coração de James voltou a bater, e conseguimos chegar ao hospital. Não me deixaram passar da segunda porta. Tudo o que me disseram foi que fariam o possível para salvar a vida dele. Tentaram me levar para longe para cuidar dos meus próprios ferimentos, mas me recusei a sair da sala de espera, porque alguns arranhões não importava quando o amor da minha vida estava sendo destrinchado em uma mesa de cirurgia naquele exato momento. 

Agora, meia hora depois de ter dado entrada no hospital, eu ainda continuo atordoada. Não sei o que fazer, por isso fico andando pela sala de espera sem nenhum rumo aparente, inquieta, dolorida e com o peito apertado de aflição. Peço misericórdia a Deus, imploro para que tudo ocorra bem, porque não sei se vou conseguir aguentar se eu perder James. Eu sei que estamos juntos há pouco tempo, mas ele se tornou uma pessoa tão especial que eu não consigo imaginar uma vida sem ele. Não posso aguentar. 

— Onde está ele? Onde está o meu filho?! 

A confusão no balcão da recepção atrai a minha atenção. Eu reconheço aquelas pessoas, mesmo que só tenha as visto por fotos, e as roupas com a marca dos Yankees anulam todas as minhas dúvidas. A família de James está aqui. Não sei quem os avisou, e eu agradeço por alguém ter feito isso, porque eu não consigo pensar em nada racional agora. 

Eu não consigo ouvir o que a recepcionista diz para eles, mas todas as três cabeças — mãe, pai e irmã caçula — se voltam para mim. Uma expressão de choque se forma em seus rostos, e tenho certeza de que meu estado é deplorável; arranhões, cortes, sangue — não sei mais distinguir qual é o meu e qual é o de James. 

Eles andam na minha direção. Não chora, não chora, não chora, é o que tento repetir para mim mesma enquanto espero, porque não tem como eu explicar o que aconteceu com lágrimas e soluços, mas o nó na minha garganta parece prestes a explodir. 

— Você é a Mackenzie? — É Jasmin quem pergunta, irmã do James. Ela é a mais jovem do grupo, e a semelhança com o irmão é incrível. 

— Sim — minha voz sai fraca. 

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