Treze

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Atordoado

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Atordoado. Essa palavra me resume bem no momento. Aquela cena no corredor… não deveria ter acontecido, e até mesmo uma criança de seis anos consegue manter o autocontrole enquanto estou agindo feito um adolescente mimado que não se importa com as consequências dos seus atos. 

Tenho certeza que ela sabe. Mackenzie. Minha secretária. Dentro de mim existe uma vulnerabilidade, algo que só grita para sair quando ela está por perto, e quando olhamos nos olhos um do outro… tenho certeza que ela viu algo que faço questão de ocultar a todo custo.

Por que eu fui até ela no bar? 

Por que a convidei para jantar só para não dar a chance de Cole fazer o mesmo? 

Por que a acompanhei para fora daquele maldito elevador, quando ela tinha extrema capacidade de chegar ao ao quarto sozinha? 

Porque… porque… porque…

São tantas questões rondando a minha mente agora que me sinto sobrecarregado a ponto de explodir. 

Sento-me na cama, a cabeça apoiada entre as mãos. Um suspiro profundo escapa por entre os meus lábios, e esfrego o rosto em uma tentativa falha de clarear as ideias. 

Preciso de uma bebida. Mas não tem nada no frigobar que seja forte o suficiente para me fazer esquecer de toda essa merda, mas algo me diz que, mesmo não estando consciente, minha mente sorrateira vai encontrar um meio de lembrar dela. 

Não pode ser verdade. Penso estar amaldiçoado. Nada semelhante já me ocorreu antes, e talvez seja um castigo pelo que aconteceu com Kristen. O pensamento me deixa nauseado. Todos pensam que o problema com a minha antiga secretária não se passa de um caso de amor não correspondido, mas se soubessem o quanto as coisas se tornaram sombrias por trás das câmeras…

Cansado de tanto pensar e não chegar a lugar nenhum, eu pego o celular e ligo para a única pessoa que é capaz de me ajudar agora. 

Daniel atende na penúltima chamada, e não parece nada feliz quando diz: 

— Você acabou de atrapalhar a minha transa, então espero que seja mesmo importante. 

Não tenho tempo para me sentir culpado… não quando me sinto tão perturbado. 

— Estou com um problema — digo. 

— Que foi? Esqueceu o cartão de crédito em casa? — desdenha. 

Quem me dera fosse isso…

— É a minha secretária. 

Há uma longa pausa na linha onde a atmosfera parece mudar completamente. A voz de Daniel ressurge, mais solene do que nunca: 

— Dormiu com ela? 

Engulo em seco. 

— Não aconteceu nada entre a gente, mas…

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