James Royal é um clichê: um CEO bem-sucedido bonito demais para ser verdade, ótimo nos negócios e que pode ter a mulher que quiser sem fazer muito esforço. Ele tem apenas dois objetivos: manter a sua empresa no topo e aproveitar a sua vida o máximo...
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Acordar sem James na cama me faz pensar que tudo não passou de um sonho. Mas o cheiro dele está em toda parte, impregnado nos lençóis. Eu poderia inalá-lo o dia todo, fazer do cheiro dele a minha colônia favorita.
Isso não é um bom sinal. As coisas mais simples e insignificantes me fazem lembrar dele, o que significa que James está se tornando uma figura familiar na minha vida. Eu não quero precisar dele, não quero apreciar a sua companhia, o seu toque. Mas a noite de ontem foi algo que realmente me marcou. Tenho 24 anos, e nunca tive um namorado. Tive relacionamentos passageiros, muito sexo casual, mas ninguém que cuidasse de mim. Eu não sabia que precisava disso até ontem à noite, e pode ser algo horrível de se pensar, mas eu poderia passar mais tempo na cama só para aproveitar um pouco mais o carinho e afeto de James.
No que estou me transformando?
Acho que o cara opera milagres, porque quando saio da cama, me sinto bem melhor. Talvez eu possa voltar para o trabalho amanhã mesmo. James me disse que eu poderia levar o tempo que precisasse para recuperar a saúde, que ele poderia se virar na empresa enquanto isso, mas não quero abusar da sua boa vontade.
Vou até o banheiro e prendo o cabelo antes de lavar o rosto. Encaro o reflexo no espelho e apesar das olheiras, meu rosto está com um pouco mais de cor e meus olhos já não estão tão apagados. Arrisco dizer que estou pronta para outra, mas sinceramente, não quero voltar a ficar doente. Nunca mais. Mesmo que isso signifique abrir mão dos cuidados de James.
Escovo os dentes e depois vou em direção à cozinha, sedenta para forrar o estômago com ovos e torrada, mas paro na porta, surpresa, quando vejo James transitando pelo cômodo, à vontade, mexendo nos armários enquanto assobia uma melodia familiar.
Eu não estava esperando por isso. Pensei que ele já tivesse ido embora. Mas pelo visto ele limpou a cozinha e preparou o café da manhã.
— Ei — ele sorri quando me nota. — Bom dia. Como você está?
— Ah — digo, um pouco atordoada. — Estou melhor. Obrigada.
— Que bom. Você está mesmo aparentando estar melhor. Fiz o café da manhã. Você precisa se alimentar direito, mocinha.
— Eu… o que você está fazendo aqui? Não devia estar na empresa a essa hora?
James dá de ombros.
— Tirei o dia de folga.
Fico boquiaberta.
— Tirou o dia de folga? — repito, descrente. — Desde quando você tira folga no meio da semana?
Sinceramente, desde que comecei a trabalhar com o grupo Royal, eu nunca vi James tirar um dia de folga. Tem vezes que ele trabalha até mesmo aos sábados, em compromissos informais com alguns clientes, seja jogando golf ou almoçando em um resort legal. Então é meio surpreendente receber essa notícia.
