Cinco

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Tem um homem na minha cama

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Tem um homem na minha cama. Um homem pelado. Eu posso não lembrar muito bem o nome dele — Alex, Alexei, Alexsandro? —, nem de como viemos parar aqui, mas o fato de saber que ainda posso me divertir, que posso fazer sexo casual, me deixa feliz, porque isso prova que não sou nada igual a tia Nancy, a louca dos gatos. 

Engole essa, Demi!

Levanto da cama devagar, deixando a minha nudez ser banhada pelos raios solares que adentram as janelas. O quarto está uma bagunça: roupas espalhadas pelo chão, embalagens de camisinha — três! — e objetos que deveriam estar sobre a pequena cômoda espalhados pelo chão. 

É… acho que a noite foi boa. 

Vou até o banheiro, bocejando, e a cada passo que eu dou, a ressaca, consequência de uma noite regada a álcool, se mostra cada vez mais presente. Eu preciso mesmo de um banho bem gelado, e depois disso, espero estar um pouco melhor para aguentar o meu chefe em pleno sábado de manhã. 

Maldita Demi. Eu nem acredito que ela me convenceu mesmo a ir naquele bar ontem à noite. Estava tão animada que eu simplesmente não pude dizer não, mesmo que ela estivesse usando o pretexto de que eu precisava me divertir um pouco depois de passar a semana toda estressada com o trabalho. 

Não estou reclamando do meu emprego, longe disso. Mas a Royal Corporation é diferente de qualquer emprego que eu já tive. A demanda de trabalho é muito intensa, e se você quiser acompanhar o ritmo, precisa se dedicar. O meu chefe não pegou nada leve comigo, nem mesmo levou em consideração que estou junto à equipe apenas há uma semana. É bom trabalhar sob pressão — isso me faz quebrar os meus próprios limites —, mas sinto que vou precisar de um pouco mais de tempo para me acostumar com o estilo de James Royal. 

Saio do banheiro enrolada em uma toalha branca, e encontro o meu parceiro da noite anterior sentado sobre a cama, já vestido, agora calçando suas botas. Eu me aproximo, um pouco relutante, e ao perceber a minha presença, os seus olhos castanhos encontram os meus e ele abre um sorriso que parece um pouco desconfortável. 

— Ah. Bom dia. 

— Bom dia — respondo casualmente. 

Há um momento de silêncio antes de ele começar a falar. 

— Hum… preciso ir. 

Lanço um olhar de indiferença para ele. 

— É. Tô vendo. 

Ele coça a barba bem feita, parecendo sem jeito. 

— A noite foi… legal. 

Sério? Eu nem lembro. 

— Tem razão — ofereço-lhe um breve sorriso e vou para frente do espelho pentear os cabelos molhados do banho recente. 

— Então… 

— Você não precisa se preocupar — olho para ele através do reflexo no espelho. 

— Perdão? 

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