James Royal é um clichê: um CEO bem-sucedido bonito demais para ser verdade, ótimo nos negócios e que pode ter a mulher que quiser sem fazer muito esforço. Ele tem apenas dois objetivos: manter a sua empresa no topo e aproveitar a sua vida o máximo...
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Vejo o deslumbre no rosto de Mackenzie quando as portas do elevador se abrem dentro do apartamento. Ela me lança um olhar hesitante e eu gesticulo para o hall de entrada. Cada passo seu é cauteloso, e seus olhos curiosos absorvem todos os detalhes ao seu redor. Parece um pouco assustada. Talvez não esteja acostumada com algo tão… glamuroso.
Confesso que esse apartamento é um exagero. Deve caber umas mil pessoas apenas no primeiro andar, senão mais. A mobília alterna entre cores neutras e escuras, e nas paredes há quadros de artistas anônimos e independentes. Gosto de incentivar esse tipo de trabalho, e a maioria desses quadros não valem mais do que cem dólares. Além disso, há janelões de vidro que vão do chão ao teto no fundo do apartamento, exibindo uma vista ampla da cidade de Manhattan.
— Bom, fique à vontade — quebro o gelo, ainda a observando atentamente.
Mackenzie vira para mim, o rosto iluminado pela lâmpada logo acima da sua cabeça, e esboça um sorriso cansado. Ela parece arrasada. O rosto está um pouco inchado e os olhos transbordam vulnerabilidade. Sei o quanto está frágil porque a segurei em meus braços. O pai dela é muito importante para ela, então é compreensível que esteja assim, mas não gosto de vê-la tão triste. Quero poder fazer alguma coisa para ajudar, mas não sei o que mais posso fazer. Talvez oferecer comida fresca, uma cama quentinha e roupas confortáveis para passar a noite.
— Seu apartamento é incrível — diz ela. — Obrigada por me deixar ficar aqui essa noite.
Antes que eu possa responder, ouço por antecipação o barulho de patinhas furiosas no andar de cima. Lanço um olhar para as escadas, e vejo um vulto preto e branco passar por ali antes de vir correndo na minha direção. Mas antes que possa chegar até mim, ele para e olha para Mackenzie, avaliando se ela é ou não uma ameaça. Parece que o cachorro a reconhece, pois se aproxima dela abanando o rabo. Traidor! Mackenzie fica de joelhos no chão e começa a acariciar a bola de pelos, e ele aceita todo o carinho de bom grado, tentando lamber o rosto dela a cada oportunidade. A cena me faz sorrir.
— Oi, amigão — Mackenzie ri, tentando sustentar o peso do cachorro que tenta subir em cima dela.
Pigarreio, chamando a atenção do cachorro. Cruzo os braços e finjo uma expressão séria.
— Oi pra você também. Bom saber que sentiu saudades.
Neo murcha as orelhas e anda até mim com o rabo abanando, como uma criança que acaba de aprontar e está prestes a levar sermão. Argh. É impossível ficar sério por muito tempo com essa pestinha me olhando desse jeito. Eu me agacho no chão, passando a mão na sua cabeça peluda, e ele se anima. Vem para cima de mim, colocando as patas em meus ombros, e começa a lamber o meu rosto.
— Bobão — resmungo.
Quando olho para Mackenzie, ela está presenciando a cena com um olhar de adoração e um sorriso doce no rosto. Não sei bem o motivo, mas fico meio sem jeito por ela estar me vendo nessa situação meio "pai e filho".