Capítulo Cinco

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  - Olá Capitão Dowdeng - sorriu abertamente para o cavalheiro, se colocando de pé com a sua ajuda, se inclinou para recolher a manta, chapéu e livro - O que o traz a esse remoto cantinho da terra? Pensei que já tinha voltado ao seu regimento - pensou no homem ao seu lado, com aqueles cabelos loiros bem cortados, uma covinha na bochecha direita e um lindo sorriso, a única macula na sua aparência era uma cicatriz que ia da têmpora até a bochecha do lado esquerdo, mas em nada tirava sua beleza, era sem dúvida um dos homens mais bonitos que já tinha visto, sorriu, não que tenha visto muitos.


  - Vossa Graça - se curvou - Esperava encontrá-la, sei que vem a esse campo com frequência na primavera - indicou o lugar - Minha mãe vai dar um jantar essa noite, mandou um convite a senhora, disse que será muito animado e que faz dias que não a vê - sussurrou cumplice - E minha irmã disse que viria buscá-la pessoalmente se recusasse - sorriu brincalhão, os olhos brilhavam de diversão e algo mais que não soube identificar.


  Colocou todas as coisas sobre os braços e se encaminhou para casa.


  - Será uma honra comparecer a mais um jantar na sua casa, sabe como adoro seus pais e tenho Sally como a uma irmã - andaram devagar até a mansão Ashfor.


  - Aby, posso lhe fazer uma pergunta? - ela assentiu - Gostaria de ir a Londres com a nossa família? Minha mãe decidiu que Sally terá uma temporada, quer queira quer não, e ela me pediu para lhe convidar já que mamãe não a esta deixando sair de casa - sorriu e balançou a cabeça em negativa - Nunca a vi tão irracional, ela leva Sally quase todos os dias a costureira, minha irmã está começando a ficar impaciente.


  - Humm, teria que fazer alguns arranjos é claro, mas acho que poderia ir, já estou a muito tempo no campo, preciso reencontrar minha família, sinto muitas saudades de meu pai e irmão - pensou na última vez que os viu, e mentiu dizendo que era sua vontade ir para o campo, pois era muito imatura no momento para ser esposa.


 - Então está decidido - olhou para frente vendo a casa de Abigail - Esperaremos para o jantar, e lá decidiremos os pormenores da viagem - se curvou novamente em uma despedida e se foi.


  Aby gostava de Michael, o conheceu algum tempo depois de chegar a Bedfordshire, Sally sempre falava de como o irmão era o melhor do mundo, e queria muito que Aby o conhecesse. Ela entendia essa devoção, pois sentia o mesmo pelo seu.


  Entrou na casa pelas portas dos criados, não queria o alarde que faziam sempre que a viam, ela precisava escrever algumas cartas e para isso a paz de seu escritório seria muito bem-vinda. Andou sorrateiramente pela casa e foi para o hall, andou até as escadas subindo devagar, pé ante pé, até chegar ao seu escritório, assim que fechou a porta suspiro. A Sra. Wright estava sempre tentando agradá-la, apesar de adorar a governanta, sentia que as vezes precisava de espaço, por isso sempre que podia corria para ficar a sós.


  Se sentou e puxou um papel em branco, molhou a pena em tinta e pensou no que escreveria em mais uma carta ao marido. Toda semana mandava uma correspondecia contando sobre sua vida, e como andava a propriedade Ashfor, sabia que tinha o administrador, mas gostava de pensar que poderia contribuir com algumas palavras, apesar de nunca receber uma resposta para nenhuma de suas cartas, apenas alguns bilhetes durante os anos, mas nada muito significativo, só informando coisas banais sobre Londres. Seu marido nunca deu indícios que a veria no campo, ou que ela pudesse ir a Londres encontra-lo, isso a desanimava.


  Pensou na melhor forma de informar que estaria indo a Londres, não poderia mais ficar ali, precisava ver a família, mesmo que o Duque se recusasse a vê-la. Colocou a pena sobre o papel e começou.


Vossa Graça,

Espero que o Sr. e sua família estejam em boa saúde. O campo está lindo nessa primavera, a campina de jacintos que encontrei fora da propriedade está maior esse ano.

A residência continua a mesma, e os criados também. Como sabe pelas minhas outras cartas, a mansão é um lugar lindo de se viver, mas temo que aqui citarei o motivo de minha carta.

Fui convidada pela família de minha amiga Sally a visitar Londres nessa temporada, e estou a muito longe de meus familiares, sinto saudades deles.

Então estou lhe informando que irei a capital nas próximas semanas encontrar minha família e passarei alguns dias na casa de minha amiga. Lhe mandarei o endereço assim que chegar a Londres, caso Vossa Graça queira me encontrar.

Sem mais.

Abigail Hancock
Duquesa de Birdwhisth


  Lacrou a carta, e logo começou outra para a família, informando seus planos e que assim que uma data fosse definida, mandaria notícias com os planos de viagem. Terminando de colocar o selo Ducal, se levantou e tocou o sino, aguardando um empregado chegar para entregar as cartas e pedir o despacho imediato.


  Assim que ficou sozinha, começou a pensar se aquela era uma boa ideia. Não ia a sociedade a anos, e imaginava o que falavam dela por estar no campo e o Duque em Londres, por todos esses anos sem se ver, mas era impossível saberem que não se encontravam a tanto tempo, e já estava ficando farta de esperar, farta da solidão, não iria mais ceder aos caprichos de seu marido mudo, ia a Londres, maldição iria ao inferno para poder sair um pouco daquela casa.


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NOTA DA AUTORA: Obrigada por continuar lendo a obra. Se você tiver intenção de acompanhar a história, ficarei muito feliz e ansiosa para ler suas opiniões. Deixe um comentário sobre os seus sentimentos, positivos ou negativos, é um incentivo para que eu continue escrevendo.

Mais uma vez obrigada por ter chegado até aqui. Espero que tenham apreciado a leitura!!!

Capítulos irão sair toda terça e quinta-feira!

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