Alguem a quem amar.

Capítulo Vinte e cinco

  Abigail ficou hipnotizada com o carinho de Ezra, não era comum maridos tocarem suas esposas em locais públicos. Ela segurou sua mão e levemente tirou de seu rosto.

  - Vossa Graça, não podemos ter tais gestos em público - sussurrou olhando em volta, muito envergonhada.

  Ezra sorriu vendo a timidez colorir sua face, como uma mulher poderia corar dessa forma. Isso o encantava, mas esses sentimentos estranhos eram somente isso, um encantamento. Logo cessaria, assim que algumas semanas passassem, desde que ele pudesse desfrutar do leito nupcial, que havia se negado a cinco anos.

  - Vamos procurar minha mãe, ela deve estar arrastando Madeleine pelo salão, atras de qualquer rapaz com um bom título - sorriu. Lembrava com era em sua época, e como as matronas estavam sempre em seu encalço.

  - Mas gostaria de falar com Sally, o senhor pode ir procurar por sua mãe, chamarei o Capitão Dowdeng para me acompanhar até onde elas se encontram - indicou a direção de Michael. Aby já estava retirando seu braço do aperto do marido, para se encaminhar na direção contraria a que se encontravam.

  Ezra não conseguiu segurar sua esposa, porque no mesmo instante o Conde de Caernarfon o abordou e começou a tagarelar sobre negócios, ele dava respostas monossilábicas enquanto olhava Abigail segurar no braço do Capitão e sumir no meio da multidão.

  Abigail precisava fugir de Ezra, era um sentimento irracional, uma fuga de seu próprio marido. Mas ele a estava sempre tocando, sorrindo, a olhando como se ela fosse realmente especial. Isso a estava confundindo, ela sabia que se sucumbisse novamente a esses sentimentos já quase enterrados dentro de si, se perderia completamente. Porque antes era apenas uma paixão infantil, de contos de fadas, mas ela sentia que se cedesse agora, as coisas poderiam ultrapassar qualquer barreira da imaginação. Por isso fugiu apressada para encontrar sua amiga.

  - Aby? Você está realmente bem? - Michael a olhou preocupado enquanto caminhavam até sua família - Está um pouco pálida, quer se sentar? - ele indicou algumas cadeiras no canto do salão.

  - Ohhh não é necessário, estou bem - ela sorriu sem graça - É só o ar que parece muito pesado, mas logo estarei bem, assim que estiver com a sua irmã.

  Michael caminhou com ela até avistar sua mãe, que estava ao redor do salão abanando levemente um leque e olhando para a pista de dança, sorrindo ternamente.

  - Ela deve ter feito algum cavalheiro dançar com Sally - ele sussurrou para ela.

  - Coitado de ambos - Aby sorriu, olhando para a pista tentando ver de relance sua amiga e como estava o humor dela. Sally nunca dançaria com qualquer rapaz por vontade própria, mas ela fazia sempre as vontades da mãe.

  Chegaram até Frederica que logo os avistou e acenou contente, ela sempre era uma pessoa muito afável.

  - Olá meus queridos - ela olhou Abigail de perto - Você está deslumbrante Duquesa, e ainda não pude ver seu marido - olhou ao redor para ver se achava o Duque.