Capítulo Sete

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  Abigail olhou pela janela da carruagem e suspirou. Londres estava mais movimentada do que se lembrava, deixou a janela de lado e voltou seus olhos para Sally que estava emburrada, passou assim a viagem toda, parece que realmente arrumar um marido era um sacrifício para ela, mesmo que no meio do caminho esteja uma Londres com bailes e festas, e Sally adorava festas.


  - Querida, não fique assim, vamos tentar aproveitar a cidade o máximo que pudermos, tudo bem? - tocou seu braço, acariciando de leve para apaziguar os ânimos - Você sabe que sua mãe só quer o melhor para você - a amiga voltou seus olhos para ela e suspirou.


  - Aby olhe só para você, em um casamento onde nunca viu o marido mais que duas vezes, e ainda foi deixada no campo para mofar igual pão velho pelo resto dos seus dias - cruzou o braço e fez um biquinho - Eu não quero isso, vou passar o resto de minha vida lhe fazendo companhia, iremos cuidar uma da outra - segurou as mãos de Aby com carinho - Você é como uma irmã para mim e não quero te deixar só, e muito menos me casar com alguém que nãos goste, o que na minha idade é muito provável que aconteça.


  - Sally, sabe que seus pais nunca a casariam com um homem que não amasse, ou pelo menos não sentisse algum tipo de amizade, e no meu caso foi diferente - olhou para frente, tentando esconder a vergonha que sempre a assolava - Caímos em uma armadilha do destino, mesmo que ele ache que provoquei tal situação para enredá-lo em um casamento - fechou os olhos - Não sei se te contei, mas ele era apaixonado por minha irmã mais velha, Julieth - suspirou - Ele nunca me amou, e se ressente do casamento e infelizmente não posso culpá-lo, quem ia querer a mim, quando tem minha irmã para escolher.


  Sally segurou novamente as mãos da amiga e balançou a cabeça em negativa.


  - Pare com isso Aby, você é a pessoa mais amável e leal que conheço, e tem um senso de humor incrível, não é à toa que muitos rapazes do vilarejo se encantaram com você - deu uma risada - Aposto que se seu marido a visse agora, se encantaria, mas tem que me prometer uma coisa - aqueles olhos âmbar suplicantes - Não pode se deixar enredar fácil demais por ele, sei que nutre sentimentos mesmo depois de todos esses anos, mas o deixe sofrer um pouco, como você sofre.


  Abigail gargalhou, sua amiga era muito otimista, sempre acreditava que o melhor aconteceria com todos.


  - Sally, deixe de ideias absurdas, ele nunca vai me olhar de outra maneira, e mesmo que pense coisas estranhas a meu respeito pretendo ficar em sua casa ou na de minha família, então nosso contato será quase nulo - deu um aceno decidido, não iria se indispor com o Duque, ficaria onde era bem-vinda e amada.


  Finalmente pararam em uma residência aos redores de Londres, em um bairro onde a elite se instalou, não era o mais nobre, mas também não poderiam dizer que estavam no subúrbio. A casa tinha um portão de ferro branco, a fachada era da mesma cor com trepadeiras cercando a propriedade, Aby a achou muito charmosa à primeira vista. Assim que desembarcaram avistou Lady Frederica Dowdeng, uma mulher muito parecida com o filho, cabelos louros e olhos cor âmbar, corpo pequeno, mas de personalidade forte, mas isso não queria dizer que não era amável. Logo em seguida desceu o Capitão Michael Dowdeng, olhando tudo com um pouco de desagrado, ela já tinha percebido por suas conversas como ele detestava Londres.


  Aguardou até Lady Frederica se encaminhar para a porta e logo Sally e ela a seguiram ladeadas por Michael.


  - Minha querida Abigail, espero que não tenha se cansado demais na viagem - olhou para Sally - Espero que nenhuma das duas tenha se cansado demais - falou a mãe com um tom muito amoroso se dirigindo as duas - Essa viagem sempre me deixa de mal humor - sorriu.


  - Estou encantada de ter voltado a Londres, por enquanto nem um pouco cansada, e tenho que escrever algumas cartas com o endereço de sua residência, possa ser que tenhamos algumas visitas pelo longo da semana - respondeu Abigail.


  - Pois eu estou cansada, e muito. Quero me deitar e tirar um cochilo - respondeu Sally fazendo careta.


  - Pois vamos entrar então, assim Aby escreve suas cartas, e você mocinha pode ir tirar seu cochilo - assim que estavam chegando à porta o mordomo a abriu e saldou os patrões.


  - Boa tarde Gibbs, vamos para a sala de visitas, se puder nos levar chá e biscoitos, passamos o dia na estrada e estamos com famintos - o mordomo assentiu e as acompanhou até a sala, saindo logo em seguida para pedir o chá.


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NOTA DA AUTORA: Obrigada por continuar lendo a obra. Se você tiver intenção de acompanhar a história, ficarei muito feliz e ansiosa para ler suas opiniões. Deixe um comentário sobre os seus sentimentos, positivos ou negativos, é um incentivo para que eu continue escrevendo.

Mais uma vez obrigada por ter chegado até aqui. Espero que tenham apreciado a leitura!!!

Capítulos irão sair toda terça e quinta-feira!

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