Alguem a quem amar.

Capítulo Doze

  Abigail se olhou no espelho e aprovou a escolha de Mary, era um vestido verde de veludo, o decote era quadrado e revelava o suficiente para a época, colocou algumas joias simples, seu cabelo estava preso em um coque elegante. Para um jantar em família estava apresentável. Encarou a porta de ligação, tinha ouvido barulhos vindos de lá a mais ou menos uma hora atrás, estava se debatendo em dúvidas se o Duque já teria descido. Ela era uma covarde, não queria encontrá-lo sozinha, queria a segurança da família. Olhou o relógio e imaginou que se demorasse mais, seria de muita má educação, teria que descer agora. Se levantou e saiu do aposento, assim que fechou a porta com muito cuidado para não fazer barulho, sentiu uma presença atras de si, ficou paralisada.

  - Boa noite Duquesa, vejo que saiu em cima da hora para o jantar, fugindo de algo? - Ezra falava muito perto do ouvido dela, sentiu seu cheiro doce, lembrava baunilha, fechou os olhos por um minuto para saborear - Você tem um cheiro doce Abigail.

  Aby se assustou e virou de costas batendo contra a porta, ele estava perto demais, não conseguia achar uma rota de fuga dessa situação.

  - Vossa Graça, por favor, não faça insinuações só para me provocar - ela levantou o queixo em desafio, mas corava como uma menina.

  Ele sorriu galante e estendeu o braço para ela, a boa educação não permitiria que negasse tal pedido.

  - Vou te acompanhar para o salão de jantar - ele a examinou dos pés à cabeça, ela estava linda de verde, aquele vestido realçava seus cabelos e sardas, gostaria muito de saber até onde elas poderiam ir no corpo de Abigail. Ela passou seu braço pelo dele, rígida e caminharam pelo corredor.

  - Me diga Abigail, você quer a anulação por qual motivo? - ele não queria perguntar, mas algo mais forte o obrigou a saber, ele queria a verdade.

  - Porque acho que esse casamento foi um erro desde o princípio, nós dois sabemos disso - estava se sentindo muito tensa com a situação - Tenho certeza de que dessa maneira você poderá encontrar uma jovem de seu agrado para ser sua Duquesa, e eu, bem encontrarei algo - deu de ombros. Não sabia o que ainda, mas acreditava muito no amor para não ter fé que existiria alguma coisa boa no futuro.

  - Você está interessada em algum rapaz de Bedfordshire?

  - Não - ela balançou a cabeça em negativa - Tenho somente bons amigos lá, nunca me envolveria com ninguém estando casada.

  - Então você se manteve fiel esse tempo todo? - ele se surpreendeu em como essa afirmação lhe deu prazer.

  - Mas é claro - ele viu novamente aqueles olhos em chamas, o rubor no rosto delicado descendo pelo pescoço, salientando suas sardas, eles tinham parado no meio do corredor - E o senhor com certeza não pode me dizer o mesmo, pois sei que homens não conseguem se manter fiéis nem mesmo a um par de botas - apontou para os pés dele.

  - Admito que tive sim algumas mulheres nesse tempo de casamento - ele foi se aproximando, ela dando passos para trás até se ver encurralada por ele - Mas estou começando a gostar da ideia - passou seu olhar pelos olhos, nariz, boca, humm aquela boca, o pescoço, passou uma mão de leve pelo colo dela, rodeando com o indicador uma de suas sardas - De te ter como Duquesa - baixou sua boca até a dela e roçou de leve seus lábios. Era para ser um encostar de bocas, mas quando ele sentiu o gosto de Abigail, não conseguiu resistir, passou a outra mão pela nuca e a puxou para si, aprofundando o beijo, passou a língua aos redor de seus lábios e ouviu um suspiro, não perdeu a chance e introduziu a língua para sentir melhor aquele sabor. Estava no paraíso.

  Abigail nunca foi beijada, nem saberia dizer se isso era um beijo, pois quando lia seus romances tudo era descrito como fugazes toques de lábios, não aquelas labaredas de sentimentos que a consumiam. Sem perceber passou suas mãos pela lapela do casado de Ezra e o puxou ficando nas pontas dos pés. Ela sempre sonhou que ele a beijaria, mas isso era mais, muito mais.

  Ouviram um pigarro constrangido e se separaram de súbito, o mordomo Plowman estava de lado admirando uma pintura no corredor.

  - Vim avisar a Vossas Graças que o jantar será servido em alguns minutos, com sua licença - realizou uma mesura e se retirou.

  - Por favor, não faça mais isso - ela estava com um olhar enevoado e um pouco de desejo ainda, mas a realidade parecia duelar, e logo em seguida saiu com passos apressados até a escada, sumindo de suas vistas.

  Ele olhou estupefato para a esposa. Como poderia não fazer isso de novo, quando estava com uma ereção que marcava suas calças, e isso apenas com um beijo. O que aquela mulher tinha que o estava deixando louco?

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NOTA DA AUTORA: Obrigada por continuar lendo a obra. Se você tiver intenção de acompanhar a história, ficarei muito feliz e ansiosa para ler suas opiniões. Deixe um comentário sobre os seus sentimentos, positivos ou negativos, é um incentivo para que eu continue escrevendo.

Mais uma vez obrigada por ter chegado até aqui. Espero que tenham apreciado a leitura!!!

Capítulos irão sair toda terça e quinta-feira!