Capítulo Trinta e sete

2K 176 14
                                    

Assim que acordou sentiu um corpo quente em seus braços. Abigail estava com as pernas enroscada nas suas, com os braços jogados em seu peito, os cabelos caindo no travesseiro branco. Passou a mão livre pelo sua testa e subiu para o cabelo, acariciando ternamente, Aby dormia placidamente. Iria levantar e deixar ela dormir até mais tarde, ele a deixou acordada até bem tarde, não conseguia se cansar dela, do corpo, do cheiro. Só de pensar já queria acordá-la e amá-la de novo.


Se desvencilhou do corpo de Abigail saindo da cama sem barulho. Seu criado pessoal bateu à porta, mas logo em seguida o dispensou. Não queria incomodar sua esposa, poderia se trocar sozinho. Assim que terminou sua higiene pessoal, se trocou e foi até a cama passando os dedos pela testa de Aby tirando uma mecha de cabelo que caia.


- Se levantou tão cedo? - Aby abriu um olho sorrindo de leve.


- Pensei que estivesse dormindo, não queria acordá-la - se sentou ao seu lado.


- Está saindo? - se sentou com o lençol preso embaixo dos braços, dobrou os joelhos e deitou a cabeça olhando para seu marido, tentando entender como teria que se comportar nessa manhã, era tudo tão novo.


- Terei que ir para as Câmara dos Lordes, e será bem possível que venha somente para o jantar - colocou para o lado delicadamente os fios de cabelo que estavam caídos em seu ombro, realizou uma pequena trilha de beijos até o pescoço - Por mim ficaria nesse quarto por dias, mas você precisa se recuperar - deu um beijo leve em seus lábios - Aposto que está dolorida e não quero que sinta dor - as faces de Aby se tingiram de um tom rosado.


- Sim - escondeu o rosto nos joelhos - Vá, vá - apontou para a porta - Estou muito envergonhada nesse momento.


Sentiu um beijo em sua cabeça e um pequeno riso sendo abafado quando a porta fechou. Suspirou, teria que começar a se acostumar a ser esposa. Se levantou enrolando o lençol em seu corpo, foi até a cadeira com suas roupas e recolheu tudo, indo direto ao seu quarto. Não queria dar margem a fofocas para os criados da casa.


Mary estava terminando de abotoar seu vestido verde diurno, sempre preferiu tecidos leves que usava no campo e não começaria a se enquadrar na moda por conta da sociedade.


- Menina, precisa usar seus novos vestidos, esses não são para a cidade - sua dama de companhia sempre criticava seu senso de moda na capital.


- Mary, gosto desses vestidos, já tenho que usar aquelas monstruosidades nos bailes e saraus, no dia a dia me recuso a não estar confortável - não deixaria ninguém ditar suas escolhas.


- Tudo bem, não direi mais nada - passou as mãos pela saia tirando algum amassado que poderia existir - A Srta. Dowdeng está na sala de visitas aguardando para o passeio matinal que combinaram, posso informá-la que está descendo?


- Não precisa, obrigada. Eu mesma irei - se olhou no espelho e verificou que estava apresentável, assim se encaminhou para a porta indo de encontro a sua amiga.


Entrou na sala e Sally estava conversando com sua cunhada no canto, sussurravam e riam abertamente. Sua sogra bordando parecia não se importar com a histeria das moças.

Alguem a quem amar.Onde histórias criam vida. Descubra agora