Capítulo Seis

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Londres, Inglaterra

1819

  Ezra estava cansado de Londres, sentado em sua poltrona na biblioteca da mansão, pensou em como a temporada que estava para começar poderia ser entediante, seria muito mais produtivo em uma de suas propriedades administrando suas terras. Mas teria que comparecer, pois sua irmã caçula estava mais uma vez debutando, e se o pai não poderia estar presente, ele tinha que fazer aquele papel ao lado da mãe. Lembrou do dia da morte do pai, como ficou devastado, como a família ficou devastada. Foi difícil, mas conseguiu se manter firme e manter os negócios e o Ducato a salvo, mesmo que a responsabilidade tenha caído no colo de um jovem de vinte e três anos.


  Ouviu uma batida na porta e se voltou para aquela direção, viu o mordomo entrar lhe fazendo uma reverencia, na mão havia uma bandeja de prata contendo algumas cartas.


  - Plowman, entre por favor.


  - Vossa Graça, chegaram algumas cartas, e tem uma da Duquesa, não é o dia da semana habitual para a sua correspondência - o mordomo se aproximou estendendo a bandeja.


  O Duque estranhou a correspondencia, mas pegou e dispensou o mordomo com um aceno de mão. Assim que a porta se fechou, olhou suas cartas, a maioria de administradores relatando os progressos, alguns convites para bailes e saraus, uma carta de sua amante, a cantora de Opera Selina Levi, uma morena curvilínea, com olhos verdes e uma boca sensual. Suspirou, esse caso estava durando mais do que planejara.


  Olhou para a pilha e viu a carta de Abigail, com sua escrita tão característica. Ela escrevia como estava a propriedade e como passava seu tempo, relatava que conheceu uma família muito descente, e passava boa parte de seu tempo na companhia de sua filha.


  Quase se esquecia que tinha uma esposa, aquela menina ruiva com sardas. Cinco anos tinham se passado, será que estava a mesma jovem inconsequente que armou para se casar com ele? Estava curioso para saber. Abriu o envelope e leu as linhas com muita atenção, estreitou os olhos e trincou os dentes de desagrado. Como ela tinha a ousadia de desafiá-lo e ir até Londres sem seu consentimento? Ela apenas estava informando? Informando que estava a caminho de Londres? Esperava somente se encontrar quando solicitasse a anulação ou precisasse de um herdeiro, e isso poderia demorar anos.


  Passou a mão pelo rosto, com o semblante cansado. Teria que encontrá-la ou pelo menos esperar a carta com o endereço de onde se hospedaria, teria que ir até lá e levar sua maldita esposa para a mansão Ducal, não teria jeito. Sua mãe e a família dela não esperariam menos dele, teria que rever a infeliz muito antes do que esperava. Se levantou e serviu uma dose de whisky, tomou de um gole e olhou novamente para carta conferindo a data, se suas contas estivessem certas, ela estaria chegando a Londres por esses dias, senão estivesse já na capital. Bom, já estava feito agora era esperar e rezar para se controlar e não sucumbir ao desejo de estrangular aquela mulher.


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NOTA DA AUTORA: Obrigada por continuar lendo a obra. Se você tiver intenção de acompanhar a história, ficarei muito feliz e ansiosa para ler suas opiniões. Deixe um comentário sobre os seus sentimentos, positivos ou negativos, é um incentivo para que eu continue escrevendo.

Mais uma vez obrigada por ter chegado até aqui. Espero que tenham apreciado a leitura!!!

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