Capítulo Treze

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  Aby desceu apressada as escadas, estava corada e sua respiração acelerada. Como pode deixar que ele a beijasse daquela maneira. Tocou seu colo, a tocasse assim. Parou ao pé da escada, fechou os olhos e respirou fundo, tinha que se acalmar para entrar naquele cômodo, não poderiam desconfiar como estava perturbada.


  Olhou em volta da mansão. Aquele lugar era lindo, imaginou quando se casou que poderia ter pelo menos a amizade do marido. Focalizou o hall em seu vermelho e dourado, cores predominantes nos ambientes sociais da mansão, com pinturas nas paredes, uma lhe chamou muito a atenção. Se aproximou, a pintura lembrava uma primavera nos campos de Londres, com pessoas em volta de um pomar colhendo frutas, mais à esquerda um casal apaixonado, a jovem sussurrava no ouvido do rapaz, pintura muito intrigante.


  Se voltou para a porta de entrada da sala de jantar, onde conseguia ver seu interior, e estava como se lembrava. Uma mesa para no mínimo doze pessoas em madeira polida, lustres de cristal, as cortinas afastadas deixando que a luz entrasse no ambiente, e pelo que via os lugares já estavam dispostos. Alguém pigarreou no ambiente e ela olhou em volta.


  Ezra se recompôs o melhor que pode no andar superior, mas quando desceu e viu Abigail parada em frente ao hall, com a boca franzida para a sala de jantar, pensou que poderia muito bem agarrá-la e levá-la até o armário de casados e tirar essa carranca dela, queria ver de novo aqueles olhos se iluminando, ouvir seus suspiros durante um beijo. Balançou a cabeça em negativa, tinha que parar de ter pensamentos tão estranhos. Pigarreou para chamar sua atenção, teria que entrar com ela na sala, não queria chamar a atenção da família para a situação do seu casamento, não mais do que já percebiam.


  - Duquesa, me concederia a honra de acompanhá-la? - terminou de descer os últimos degraus e estendeu seu braço a esposa.


  - Vossa Graça - Abigail fez uma reverencia e passou seu braço pelo de Ezra, começaram a se encaminhar para o jantar. Seu coração batia rápido, começou a corar novamente, ouviu um riso suave ao seu lado, se voltou para ele e o fuzilou com os olhos. O Duque se aproximou para sussurrar em seu ouvido.


  - Esse rubor é pelo beijo que lhe dei, ou tem outros pensamentos a deixando inquieta, minha Duquesa? - ele passou de leve o nariz pela parte superior da orelha de Aby, e ela pode jurar que ele gemeu. Isso era uma tolice, ele nunca teria desejo por ela, aquele beijo foi uma brincadeira de muito mal gosto.


  Abigail respirou para se recompor, o olhou com um sorriso luminoso, e sem qualquer pudor lhe acotovelou as costelas, vendo que lhe tinha faltado o ar, seu sorriso ficou mais brilhante.


  - Acredito Milorde, que estamos atrasados para o jantar - indicou o cômodo e tentou tirar seu braço do de seu marido, ele manteve um aperto forte e a olhou com raiva.


  - Minha senhora - falou entredentes - Você só entrara naquele cômodo comigo ao seu lado, e se continuar me olhando dessa maneira, lhe colocarei sobre meus joelhos para levar umas boas palmadas.


  Ela arfou indignada, mas não conseguiu replicar tal ousadia, pois ele já a estava arrastando para a sala de jantar. A Duquesa viúva estava com a filha no final do salão, conversando amenidades, mas quando os viu seu sorriso era de aprovação, cumprimentaram os presentes e cada um foi tomar seu lugar a mesa. O Duque foi para cabeceira, mas antes de sentar-se, puxou a cadeira ao lado para Abigail, ela iria se sentar ali ao seu lado, onde poderia controlar aquela boca esperta. A jovem não gostou nem um pouco da posição em que se encontrava, ele percebeu, mas ela teria que se acostumar com sua presença no futuro, quanto antes melhor.


  Abigail passou a maior parte do tempo conversando com Modesty e Madelaine. Ezra falava pouco, parecia absorto em seus próprios pensamentos. A conversa se direcionou ao baila que teria no dia seguinte, do Conde de Caernarfon, seu filho era um libertino muito famoso na época que frequentava a sociedade londrina, e um dos admiradores de Julieth.


  - Amanhã cedo teremos que ir à casa de seus pais Abigail, para que você possa visitá-los, mas infelizmente não poderemos demorar demais, pois já marquei com a modista Madame Pose, precisamos de um guarda-roupa urgente para você minha querida - Modesty falava alheia ao pânico de Abigail - Mas para amanhã à noite, temo que teremos que encontrar algo a pronta entrega, espero que não se incomode.


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NOTA DA AUTORA: Obrigada por continuar lendo a obra. Se você tiver intenção de acompanhar a história, ficarei muito feliz e ansiosa para ler suas opiniões. Deixe um comentário sobre os seus sentimentos, positivos ou negativos, é um incentivo para que eu continue escrevendo.

Mais uma vez obrigada por ter chegado até aqui. Espero que tenham apreciado a leitura!!!

Capítulos irão sair toda terça e quinta-feira!

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