Alguem a quem amar.

Capítulo Trinte e dois

  O homem a sua frente estava pálido e muito magro, os olhos estavam fundos e sem brilho. Olhava para todos os lados aparentando medo de todos no ambiente.

  - Então, como meu pai foi envenenado? - Ezra estava ficando a cada minuto que passava mais impaciente, estava a tarde e o começo da noite aguardando a chegada desse homem - Dr. Murray, não deixarei nada acontecer com sua família, eu prometo que os protegerei, mas para isso o senhor terá que me falar a verdade.

  - Duque - engoliu em seco, sentado na cadeira antes ocupada por Ezra, colocou as mãos sobre os joelhos expirando profundamente - A única informação que posso lhe dar é a descrição de sua aparência, mas quem o mandou não foi dito, ele me procurou depois da morte do falecido Duque e me falou que eu teria que dizer em meu relatório que ele teria morrido de causas naturais, dado sua idade - colocou uma das mão sobre os olhos envergonhado - Ele me pagou cinco mil libras e disse que se algo fosse revelado, minha família e eu estaríamos mortos.

  - Tenho muitas perguntas, mas a primeira é - se inclinou até seu rosto ficar muito perto do médico, todos na sala conseguiam perceber a ferocidade em seus olhos - Como meu pai foi envenenado? - o Dr. Murray engoliu em seco passando a mão pela garganta.

  - Fiz alguns testes por precaução e o resultado constatado foi envenenamento por Estricnina, é um produto usado para fins cosméticos, por isso adquirir é fácil e não chama atenção - suspirou - Não sei como foi dado a ele, mas foram meses, senão anos para chegar a esse ponto, e ele deveria estar sentindo os efeitos, mas pelo que constatei com a sua família o falecido Duque não confidenciou a ninguém seus sintomas ou procurou por um médico.

  - Qual é a aparência desse homem? - se afastou do doutor se contendo para não perder o pouco de paciência que lhe restava.

  - Ele tinha mais ou menos um metro e oitenta a um metro e oitenta e cinco, cabelos castanhos amarrados por uma fita de couro, tinha o nariz como se já o houvesse quebrado algumas vezes, como médico afirmo que ele já lutou boxe ou entrou em várias brigas, seus olhos eram escuros e tinha um dente de ouro e as roupas eram simples, mas de bom corte. Não me lembro de mais informações, não fiquei muito tempo com ele e esse homem não me deixava encará-lo por muito tempo.

  Ezra olhou para o Agente Needs confirmando se havia anotado todos os detalhes, se voltou para os homens que eram comandados por Needs.

  - Acompanhem o Médico e sua família para um novo navio indo para a Itália - se voltou para o doutor - Vou deixar todos os pormenores resolvidos e quando chegar lá terá uma casa e uma renda para se manter, não se preocupe, nada acontecera com você e sua família - caminhou para a porta e parou se voltando para o agente - Descubra quem fez isso, acredito que tenha sido algum funcionário subornado, mas preciso ter a certeza.

  Foi embora devastado, tinha certeza de que o pai havia sido morto, mas ouvir o relato de outra pessoa o devastou. Sem perceber notou que parou em frente ao clube masculino onde era socio, apeou de seu cavalo e entregou as rédeas para um cavalariço e entrou desnorteado, não conseguia distinguir as pessoas que lhe acenavam enquanto passava. Se sentou em uma mesa distante pedindo uma garrafa de whisky, queria ficar sozinho e se embriagar para aplacar a dor que a verdade lhe causava.