Sua consciência voltou aos poucos, respirou fundo e sentiu o ar entrar e sair de seus pulmões lentamente, mexeu os dedos da mão e não sentiu nenhuma dor. Mas porque estaria sentindo dor? Abriu os olhos e olhou em volta lentamente tentando se apoiar em seu antebraço, uma dor lancinante passou pela sua têmpora, levou uma mão aquele local e sentiu um tecido no local. Abby voltou lentamente a se deitar olhando para o teto e se perguntando o que estava fazendo naquele lugar.
Ao ouvir vozes vindas do corredor imediatamente se sentou com dificuldade, mesmo que estivesse com dor, precisava ser educada e entender toda essa situação.
As vozes cessaram assim que um homem entrou pela porta e veio diretamente em sua direção, se ajoelhou ao lado da cama que estava deitada e segurou sua mão. Ele parecia muito abatido, como se não dormisse havia vários dias, seu olhar era de alívio, e pode jurar que viu seus olhos lacrimejando.
- Abby, pensei que nunca mais acordaria, quando te encontrei daquela maneira – olhou para o lado procurando alguém – Doutor, venha examinar a Duquesa – ele se levantou cedendo o lugar onde estava para o médico.
Um senhor de meia idade, com seus cabelos quase brancos, óculos de meia lua e um toque gentil. Primeiro examinou seu pulso, olhos e cabeça, e finalmente começou a falar com ela.
- Duquesa, sei que pode ser um pouco assustador, depois de ter passado por tanta violência, mas poderia nos contar como se sente? Onde está doendo? – o olhar do médico parecia muito ansioso aguardando sua resposta.
- Doutor – sua voz saiu esganiçada, parecia que não a usava por um longo tempo. Pigarreou e continuou – Sinto apenas uma dor de cabeça muito forte – olhou diretamente para o homem que se encontrava atras do médico e os encarava como um falcão – Quem seria o senhor? E onde estou?
A confusão de Abigail era evidente em sua voz, acreditou que poderia ter sofrido algum acidente, e esse gentil senhor a acolheu até poder voltar a sua casa. Lembrava de sua infância e adolescência, mas as memorias pareciam um borrão em sua mente a partir daí.
O Duque olhou surpreso para o médico, sua tez ficou branca e abriu a boca para dizer algumas palavras, mas nem um som saia de seus lábios. O que estava acontecendo com Abigail só poderia ser descrito em peças teatrais, como com apenas um corte em sua cabeça ela teria esquecido metade de sua vida.
Se aproximou da cama novamente sentando na mesma posição que estava ao entrar no aposento quando Abigail acordou, segurou sua entrelaçando suas palmas olhando fundo em seus olhos, procurando algum despertar.
- Abigail – circulou seu polegar pelo dorso da mão da esposa, para tentar apaziguar o choque que poderia ser suas próximas palavras – Sou seu esposo, somo casados a quase cinco anos.
Os olhos de Abby se arregalaram, sua pele e lábios perderam a cor. Tentou puxar sua mão, se livrando daquele aperto suave, mas firme, olhando em volta desesperada.
- Onde está minha família? Não me lembro de ter me casado – sua voz era puro terror e a cada palavra emitida, seu corpo a empurrava para longe de Ezra – Eu quero ver a minha família, não posso acreditar em um homem que nunca vi em toda a minha vida – olhos de puro desespero sondavam o médico ao lado.
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Alguem a quem amar.
RomanceO Duque de Birdwhisth sempre acreditou no amor, pois seus pais se amaram por uma vida toda, e isso ele iria encontrar. Assim que colocou seus olhos em Juliet Finch soube que era a escolhida, mas a jovem era linda como um anjo e com tantos pretendent...