Capítulo Trinta e três

2.1K 203 27
                                    

  Ezra acordou abraçado a um corpo feminino muito macio e com um cheiro doce que lembrava baunilha. Respirou fundo para aplacar a dor de cabeça, mas só sentiu aquele perfume. Olhou para cima e viu cabelos cor de fogo espalhados pelos travesseiros, pele de pêssego com pequenas pintas por todo o colo, aqueles lábios suculentos levemente abertos ressonando devagar enquanto dormia. Não resistiu, levou uma mão até seu rosto passando o dedo indicador pelo nariz passando pela boca e parando na garganta. Aby tremeluziu os cílios de leve abrindo os olhos.


  - Bom dia - Ezra falou de forma suave para não a assustar - Dormiu bem?


  Abigail olhou em volta lembrando da noite passada, levantou-se da cama rapidamente muito envergonhada. Tentou cobrir o corpo com o robe que estava parcialmente aberto, olhando nervosamente para a porta de ligação que estava entreaberta.


  - Precisamos conversar sobre o que aconteceu ontem à noite - abraçada a seu corpo olhava seus pés batendo ritmadamente no chão - Vou até meu quarto me trocar e aguardo pelo senhor - sem olhar para o marido deu alguns passos em direção a porta, mas sentiu uma mão agarrar seu braço e puxá-la, virando seu corpo para ficar de frente para ele.


  - Plowman lhe informou que tive uma emergência ontem? - a olhava com atenção.


  - Sim, e tarde da noite você chega bêbado.


  - Tive meus motivos - não gostaria de sobrecarregar a esposa com o envenenamento do pai, ela poderia ficar apavorada pensando que o assassino poderia estar na mansão.


  - Posso ver - olhou para o lado sentindo a mágoa em seu coração - Não sou sua esposa de verdade, não preciso de detalhes de sua vida particular nem de qual cama passa seu tempo livre.


  - Você acha que eu estava com uma mulher ontem a noite? E depois de voltar para casa dormi na mesma cama que minha esposa? - Ezra estava indignado com tal acusação.


  - Sim, penso exatamente isso, o que mais pode passar pela minha cabeça? - tentou soltar seu braço puxando com força do aperto dele.


  - Abigail eu não estava com outra mulher, eu tive... eu tive que resolver uma questão com relação a morte de meu pai - a olhou com sinceridade, queria que ela acreditasse nele.


  - Como assim a morte de seu pai? Você chegou bêbado feito um gamba, quer mesmo que eu acredite nisso? - teria que contar a verdade para ela, se quisesse mesmo ter a confiança da esposa precisava confidenciar pelo menos uma parte.


  - Sente-se por favor - indicou a cama - Vou te contar toda a história e se não acreditar posso te mostrar provas.


  Aby se sentou na cama desconfiada, iria ouvir a história e depois tiraria as suas conclusões.


  Ezra contou a história deixando de lado algumas partes perturbadoras. Acabou falando sobre o envenenamento, era uma parte importante do caso e o motivo de sua bebedeira do dia anterior. Abigail franzia a testa mais e mais, apertando o lóbulo da orelha nervosamente.

Alguem a quem amar.Onde histórias criam vida. Descubra agora