Capítulo Quarenta e um

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Ezra estava frustrado, gostaria de ter ficado trancado com Abigail no escritório e mostrar para sua esposa como poderia amar seu corpo em cima de uma mesa.


Tocaram em seu braço chamando sua atenção, ao se voltar viu o Agente Needs olhando pela janela da carruagem pela rua escura e pouco movimentada, não imaginava que teria que passar sua tarde e começo da noite esperando um homem, mas resolver o mistério que circundava a morte de seu pai era crucial.


- Duque teremos que entrar nesse bar - Needs apontou para a porta do estabelecimento - Teremos mais chances de saber mais sobre esse homem nos aproximando casualmente.


- Certo, mas como planeja fazer isso? - perguntou já desembarcando da carruagem, acenou ao seu cocheiro e sinalizou para que ficasse algumas ruas laterais.


- Um bom whisky deixa tagarela até homens mudos - sorriu com simpatia - Anos de espionagem, a coroa sempre foi muito exigente com o tipo de informações que levava.


- Posso entender, mas nesse caso o homem pode me conhecer - apontou despreocupadamente para si.


- Não se preocupe, já pensei nisso - de dentro do bolso do paletó tirou uma tirinha de pelos - Vamos colocar isso e com certeza não te reconhecera - deu alguns passos até Ezra e sem pedir qualquer permissão colocou aquela coisa logo abaixo de seu nariz.


- Tem certeza de que somente com isso ele não me reconhecera? - mexeu a boca desajeitadamente tentando se ajustar a sensação.


- Aquele homem é burro como uma porta - o Agente já estava com a mão na maçaneta - Com o relatório que recebi ele só tem músculos - assim que terminou sua sentença entrou no recinto, Ezra o seguiu sem argumentos para essa loucura.


Assim que pisou no bar o cheiro de mofo e tabaco tomou suas narinas, olhando ao redor viu conjuntos de mesas de madeiras gastas, o piso era razoavelmente limpo, o bar havia poucas opções de bebidas, como se os frequentadores só pudessem tomar aquela cerveja barata que via nas canecas dos bêbados sentados. Um homem atras do bar secando uma caneca com um pano que não poderia definir se era limpo nesse século, segurou bravamente a bile que subiu por sua garganta.


O homem os olhava fixamente, com toda certeza identificando que não eram frequentadores daquela região de Londres. Needs se adiantou sorrindo.


- Boa noite, gostaríamos duas canecas de cerveja.


O homem somente acenou e em poucos minutos batia com elas em cima do balcão com um olhar desconfiado.


- Sentaremos naquela mesa - pegou sua caneca e antes de se virar tirou algumas libras do bolso e passou discretamente pelo balcão em direção ao homem, acenou para o final do bar onde era mais escuro - Aquele homem que está lá, o que sabe sobre ele?


O homem atras do balcão pegou rapidamente as moedas colocando em seus bolsos, olhou para a direção em que o agente havia indicado e sorriu, mostrando um dos dentes da parte superior faltando.


- Ele vem aqui quase toda semana e fica bêbado igual a um gamba - sorriu passando a língua pelos lábios - E sai com alguma prostituta qualquer - se apoiou no balcão chegando mais perto de Needs - O mais interessante é o que ele fala quando está bêbado.

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